sábado, 28 de fevereiro de 2015

Mário Andretti, um piloto rápido e completo

Depois de uma bela e vitoriosa carreira como piloto, Mario Andretti, alcançou o sucesso também fora das pistas. Pioneiro de uma dinastia de pilotos, Mário atualmente é consultor da equipe Andretti Autosport, que disputa a Fórmula Indy e pertence a seu filho e ex-piloto Michael Andretti. A família Andretti conta ainda com uma terceira geração nas pistas, MarcoAndretti. Marco é piloto da equipe da família.

Nascido em Motovun, atual Croácia, a família de Andretti se exilou em Ancona, na Itália, no ano de 1948, Lá Mário teve seu primeiro contato com um carro de corrida, um Fórmula Júnior, mas ele só começou sua carreira como piloto nos anos 50, quando sua família já estava morando nos Estados Unidos.

Em 1959, Mário e seu irmão Aldo preparam um carro de rua e começam a disputar corridas em um circuito oval amador e de terra batida que ficava quase no quintal da casa da família em Nazareth. As quatro primeiras corridas disputadas pela dupla foram vencidas por eles. Cada um dos irmãos venceu duas corridas.

Em 1964, Mário se naturalizou estadunidense e estreou no campeonato da USAC, categoria precursora da Fórmula Indy. No ano seguinte alcançou sua primeira vitória, além de conquistar o terceiro lugar nas 500 milhas de Indianápolis. Ao final da temporada, sagrou-se campeão da categoria. Em 1966, Mário conquista o bi campeonato e em 1969, Andretti conquista sua primeira e única vitória na corrida e neste ano, ele conquista o tricampeonato da categoria.

O primeiro contato de Mario Andretti com a Fórmula 1, acontece em 1965, quando ele conhece Colin Chapman, dono da tradicional equipe Lotus, que disputou as 500 milhas daquele ano, com o piloto Jim Clark. Mário revelou seu interesse em correr na categoria e ouviu de Chapman a seguinte frase: “Quando estiver pronto, me avise”.

Em 1968, Mário se considerou pronto para este desafio e estreou fazendo a pole position, no GP dos Estados Unidos em WatkinsGlen. Durante alguns anos, Andretti manteve sua carreira focada no automobilismo estadunidense, disputando algumas corridas na F1, competindo por equipes como March, Lotus e Ferrari. Em 1971, Andretti conquista sua primeira vitória, correndo pela Ferrari, no Grande Prêmio da África do Sul

Em 1975, Andretti finalmente disputa uma temporada inteira na Fórmula 1. Competiu pela equipe estadunidense Parnelli, mas não participou de duas corridas naquele ano. Em 1976, com a Parnelli deixando a Fórmula 1, Andretti passa a desenvolver os Lotus 78 e 79, os carros-asa que lhe deram o título em 1978 com seis vitórias.

A conquista do campeonato naquele ano acabou ofuscada pelo acidente que aconteceu durante o GP da Itália envolvendo o também piloto da Lotus, Ronnie Peterson, que veio a falecer em decorrência do mesmo. Nos anos seguintes, Andretti não conseguiu resultados satisfatórios na Lotus e foi para a equipe Alfa Romeo, em 1981, mas não teve uma boa temporada.

Em 1982, disputou uma prova pela equipe Willians, depois que Carlos Reutermann abandonou a categoria. Nas duas últimas etapas daquele ano, Andretti correu pela Ferrari, substituindo o francês DidierPironi, que se feriu seriamente durante os treinos para o GP da Alemanha. No GP da Itália daquele ano, Andretti fez a pole e terminou a corrida em terceiro lugar. 

Já sem grandes resultados na F1, Andretti voltou suas atenções para a Fórmula Indy em 1982 e em 1984, foi campeão pela quarta vez na categoria. Andretti obteve fama de ser rápido em qualquer categoria. Correndo com carros de turismo ou protótipos, ele venceu as 12 horas de Sebring por três vezes, nos anos de 1967, 1970 e 1972. Neste ano venceu ainda as 24horas de Daytona.

Andretti disputou também as 24 horas de Le Mans em quatro décadas diferentes. Em 1966 e 1967, pilotou um Ford GT40, mas não completou a prova em nenhum dos dois anos. Em 1983, foi terceiro colocado e em 1995, foi segundo colocado no geral, mas ganhou a categoria que disputou naquela corrida. Em 2000, disputou a corrida com um Panoz LMP-1 Roadster-S.

Mesmo tendo sido vencedor das 500 milhas de Indianápolis em 1969, Andretti nunca teve sorte disputando essa tradicional prova que ele só completou cinco vezes. Em 1981, chegou a ser declarado vencedor, depois que Bobby Unser, correndo pela Penske, foi desclassificado por causa de uma ultrapassagem durante a bandeira amarela. Mas meses depois, a punição foi revertida em multa e assim Andretti perdeu a corrida.

Em 1985, ele chegou a assumir a liderança da prova, quando o então líder da prova Danny Sullivan rodou sozinho, mas em manobra histórica, conseguiu recuperar o controle do carro, trocou os pneus e em poucas voltas retomou a liderança. Em 1992, Mário sofreu um forte acidente na corrida e quebrou os tornozelos. 

Em 2003, enquanto fazia um teste de pneus para a equipe Andretti Autosport, durante os treinos para as 500 milhas de Indianápolis, Mário passou pelos detritos do carro de Kenny Bräck, que havia batido. Por conta disso, o carro de Andretti voou e chegou a dar duas cambalhotas pra trás. Por sorte, caiu com o assoalho no chão. Os ferimentos não foram tão grandes, mas o susto foi o suficiente para fazer com que Mário se aposentasse das corridas de maneira definitiva. 

E assim se encerrou a carreira de um dos maiores pilotos estadunidenses da história, um dos poucos que alcançou o sucesso também fora dos Estados Unidos. Na Indy, Mário competiu por Penske, Patrik e Newman/Hass.

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