quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Uma democracia sem povo

O texto a baixo, foi escrito por Fábio Comparato e publicado na Revista Carta Capital. Recebi o mesmo por e-mail da companheira Pâmela Grassi, de Caxias do Sul e reproduzu-o na integra neste espaço por concordar inteiramente com seu conteúdo.

Fábio Konder Comparato (Carta Capital)

Suponhamos que alguém entre em contato com um advogado para que este o represente em um processo judicial. O causídico aceita o patrocínio dos interesses do cliente, mas não informa o montante dos honorários, cujo pagamento será feito mediante a entrega de um cheque em branco ao advogado.

Disparate sem tamanho?

Sem a menor dúvida. Mas, por incrível que pareça, é dessa forma que se estabelece a fixação dos subsídios dos (mal chamados) representantes políticos do povo. Com uma diferença, porém: os eleitos pelo povo não precisam pedir a este a emissão de um cheque em branco: eles simplesmente decidem entre si o montante de sua auto-remuneração, pagando-se com os recursos públicos, isto é, com dinheiro do povo.

Imaginemos agora que o advogado em questão, sempre sem avisar o cliente, resolve confiar o patrocínio dos interesses deste a um companheiro de escritório, por ele designado, a quem entrega o cheque em branco.

Contrassenso ainda maior, não é mesmo?

Pois bem, é assim que procedem os nossos senadores, em relação aos suplentes por eles escolhidos, quando se afastam do exercício de suas funções.

Não discuto aqui o montante da remuneração percebida pelos membros do Congresso Nacional, embora esse montante não seja desprezível. Além dos subsídios mensais propriamente ditos – quinze por ano –, há toda uma série de vantagens adicionais. Por exemplo: o “auxílio-paletó” no início de cada sessão legislativa (no valor de um subsídio mensal); a verba que cada parlamentar pode gastar como bem entender no seu Estado de origem; as passagens aéreas gratuitas para o seu Estado; sem falar nas múltiplas mordomias do cargo, como moradia amplamente equipada, carro oficial e motorista etc. Segundo o noticiado na imprensa, esse total da auto-remuneração pessoal dos membros do Congresso Nacional eleva-se, hoje, à cifra (modesta, segundo eles) de R$114 mil por mês.

Ora, tendo em vista o estafante trabalho que cada deputado federal e senador realiza – eles trabalham, em média, três dias por semana –, resolveu o Congresso Nacional, por um Decreto Legislativo datado de 19 de dezembro último, elevar o montante do subsídio-base, para a próxima legislatura, em 62% (por extenso, para confirmar a correção dos algarismos: sessenta e dois por cento).

Ao mesmo tempo, consternados com o fato de perceberem remuneração superior à do presidente e vice-presidente da República, bem como à dos ministros de Estado, os parlamentares decidiram, pelo mesmo Decreto Legislativo, a equiparação geral de subsídios.

Acontece que o subsídio dos deputados federais serve de base para a fixação do subsídio dos deputados estaduais e dos vereadores, em todo o país. Como se vê, a generosidade dos membros do Congresso Nacional, com dinheiro do povo, não se limita a eles próprios.

Agora, perguntará o (indignado, espero) leitor destas linhas: – Como pôr fim a essa torpeza?

Pelo modo mais simples e direto: transformando o falso mandato político em mandato autêntico. Ou seja, instituindo entre nós um verdadeiro regime democrático, em substituição ao fraudulento que aí está. Se o povo é realmente soberano, se ele elege representantes políticos para que eles atuem, não em proveito próprio, mas em prol do bem comum do povo, então é preciso inverter a relação política: ao em vez de se submeter aos mandatários que ele próprio elegeu, o povo passa a exercer controle sobre eles.

Alguns exemplos. O povo adquire o poder de manifestar livremente a sua vontade em referendos e plebiscitos, sem precisar da autorização do Congresso Nacional para tanto, como dispõe fraudulentamente a Constituição (art. 49, inciso xv). O povo adquire o poder de destituir pelo voto aqueles que elegeu (recall), como acontece em várias unidades da federação norte-americana.

Nesse sentido, é de uma evidência palmar que a fixação do subsídio e seus acréscimos, de todos os que foram eleitos pelo voto popular, deve ser referendada pelo povo.

Para tanto, o autor destas linhas elaborou um anteprojeto de lei, apresentado pelo Conselho Federal da OAB à Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados em 2009, instituindo o referendo obrigatório do decreto de fixação de subsídios, quer dos parlamentares, quer dos membros da cúpula do Executivo. Sabem qual foi a decisão da Comissão? Ela rejeitou o anteprojeto por unanimidade.

Confirmou-se assim, mais uma vez, o único elemento absolutamente constante em toda a nossa história política: o povo brasileiro é o grande ausente. A nossa democracia (“um lamentável mal-entendido”, como disse Sérgio Buarque de Holanda) é realmente original: logramos a proeza de fazê-la funcionar sem povo.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

E a polêmica continua

Após muitos debates e a ampla exposição das idéias dos principais jornalistas esportivos do Brasil, sobre a unificação dos títulos brasileiros pré 1971, a polêmica parece não ter acabado. O Fluminense anunciou agora que pretende recorrer na FIFA, nos mesmos moldes que aqui para ter o reconhecimento da antiga Copa Rio (vencida pelo tricolor em 1951 e pelo Palmeiiras em 1952), como sendo Campeonato Mundial.
Pois bem, tal decisão é mais complicada do que a tomada pela CBF, pois os argumentos apresentados para defender esta tese, servirão apenas para embolar ainda mais a história. muitos dirão que é justo que esses times brasileiros sejam considerados campeões do mundo, afinal venceram torneios com a participação de grandes times como Peñarol (URU), Sporting (POR) e Áustria Viena (AUT). Em 1951, quando o Palmeiras foi o campeão, a competição teve a participação de Estrela Vermelha (IUG), Sporting (POR), Áustria Viena (AUT), Juventus (ITA), Nice (FRA) e Nacional (URU). Portanto, devido a participação de grandes clubes dos dois continentes, estes torneios poderiam sim ser considerados campeonatos mundiais.
Mas se formos utilizar essa lógica, teriamos que reconhecer também outros torneios como Mundiais, entre eles o Tereza Herrera, o Ramon de Carranza, o Santiago Bernabéu, a Mini Copa do Mundo, entre tantos outros torneios que contaram com a participação de vários clubes importantes. Mas como já é difícil para a FIFA reconhecer os ganhadores do antigo mundial e da Copa Toyota como campeões do Mundo, será mais difícil ainda que ela considere tais competições como mundiais.
Caso isso aconteça, todos os clubes que ganharam títulos similares aos citados a cima, devem receber o mesmo reconhecimento. Ai sim, estaria se fazendo justiça.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Alterando o que não precisa

É hoje. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), anuncia hoje que finalmente vai equiparar ou unificar os títulos da Taça Brasil e do Roberto Gomes Pedrosa com os do campeonato Brasileiro, pós 1971. Isso já foi até muito discutido em todas as esferas da comunicação esportiva e todos já conhecem os argumentos favoráveis e contrários a esta decisão.
Por isso não usarei mais este espaço para discutir este tema
, já fiz isto tempos atrás. A alteração que acho necessária e defendo faz alguns anos é em relação ao calendário, que todo ano é debatida, assim como esta famigerada unificaação de títulos, mas nada é feito pelos cartolas do nosso país do futebol. Com isso, que sai perdendo são os clubes.
Caso a alteração no nosso calendário acontecesse, os clubes sairiam ganhando por vários motivos. Primeiro, em caso de unificação do calendário com o futebol europeu, nossos clubes não perderiam suas estrelas no meio da temporada como acontece hoje, afinal a famosa "janela do meio do ano" é que nos causa sérias perdas. Isso faz com que muitos torcedores, acabem perdendo o interesse, pelas competições, pois seus times já estão enfraquecidos ou desmontados.
Outra vantagem da mudança seria o fato de os grandes times poderem disoutar um amior número de grandes competições. Isso acabaria com a histórinha de que quem disputa a Libertadores, não disputa a Copa do Brasil e garante mais emoção aos torcedores e apaixonados pelo esporte bretão. Aumentando a disputa e o interesse dos torcedores, os time lucrariam mais e poderiam ter melhores condições de manterem seus craques, criando um círculo virtuoso, que só fará o nosso esporte crescer ainda mais.
Por isso, a CBF, deveria ao invés de unificar algo que para os torcedores não faz diferença alguma, fazer as mudanças necessárias para valorizar o nosso futebol, melhorando inclusive as condições para que possamos ter, além de um futebol de elite dentro dos gramados, mas também fora deles.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Umas coisas que não entendo

Os times classificados para a Libertadores 2011, já estão definidos, incluíndo ai osque participarão da Pré Libertadores, como é o caso do Grêmio, do Corinthians e do Independiente (ARG). O campeonato criado pela Confederação Sul Americana de Futebol, para definir seu representante no Campeonato Mundial, chegará a sua quinquagésima primeira edição e aprenta pontos que eu não entendo.
O primeiro ponto que não entendo e que tem ligação direta com o segundo é a participação de times mexicanos. Não tenho nada contra o México e nem contra seu futebol, mas discordo que times de lá possam jogar competições nossas. Seus times são filiados a Concacaf, entidade que abrange os países das Américas do Norte e Central e também os do Caribe. Por isso não vejo sentido que joguem competições da América do Sul.
A própria "cartolagem" do futebol, pensa próximo disso e ai chegamos ao segundo ponto que não entendo. Os times mexicanos podem até jogar a Libertadores e até serem campeões, mas como a competição mostrou neste ano, não podem ir para o Mundial de Clubes, pois a vaga fica reservada para Sul Americanos. Prova disso, é que o Internacional, já chegou a final em 2010, sabendo que também estava classificado para o Mundial, independente do resultado final do Torneio, contra o América (MEX).
O representante da Concacaf, em nos Emirados Árabes, foi o mexicano Pachuca, que ganhou a Copa ouro e garantiu sua vaga no mundial. Isso faz com que se pense ser mais lógico, os tiems de lá disputarem os torneios de lá e não os de cá. Mas os dirigentes conseguem ver lógica na participação destes na Libertadores e então a nós cabe apenas aguentar isso.
O terceiro ponto que não entendo é o fato de que a Conmebol ter anunciado que o time vencedor da Sul America neste ano, teria vaga na principal competição do continente, sem resalvas e depois, quase no apagar das luzes definir que isso prejudicaria os classificados do país que ganhasse a Sul Americana (com o título do Independiente, a Argentina perdeu uma vaga). Acho que a Argentina, deveria ter todas as suas vagas originais e mais a do campeão da Sul Americana.
O mesmo deveria acontecer com o Brasil, caso o Goiás tivesse levantado o "caneco". Se for para sacrificar um país participante, que seja um país não confedereado, ou seja, o México.
O quarto e último ponto, envolve também os representantes mexicanos. Mesmo não sendo confederados aqui, eles não precisam disputar a chamada "Pré-Libertadores", enquato só em 2011, dois clubes que somam nove títulos do torneio, terão de disputar essa fase para poderme ter o direito de jogar a fase de grupos, onde não jogaram com os times mexicanos.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Zebra fazendo história

Muito tem se falado da derrota do Internacional para o desconhcido Mazembe, Congo pela Semi-Final do Mundial Interclubes, mas mesmo com o time gaúcho jogando pior que o africano e este ser o motivo da derrota, os comentários dos rivais acabam por esconder os reais motivos históricos deste acontecimento. Durante todo o jogo, que poderia ser classifcado com o velho clichê "Davi x Golias", o Davi africano, se mostrou melhor e merecedor do resultado.
Apesar de ser bicampeão africano, este time que é bom, ainda tem muito o que melhorar, para chegar a ter uma reputação mediana no cenário internacional. o motivo que o credenciou para jogar o mundial, não é algo que pode fazer de alguém um grande clube. Por isso, mais do que a derrota do Colorado é preciso valorizar a conquista do Mazembe.
Desde que foi criado em 1960, o Mundial era para ser decidido apenas por um time europeu e um sul americano. Mas no cinquentenário da competição o torneio saiu do roteiro e terá um africano na final. Isto sim é que deve ser valorizado. Após muitos cometários durante as Copas do Mundo, quando, desde 1990, sempre se fala que em breve veremos uma seleção africana campeã do mundo, pode ser que o mundial venha no interclubes, já que Gana "chutou para fora" sua chance na África do Sul.
Alguns poderão dizer que isto é loucura, ou delírio, mas que a possibilidade existe, ela existe. Afinal o agora senssação Mazembe, chegou ao Oriente Médio como a grande zebra e já despachou o Pachuca do México e agora o Internacional. Por isso a Internazionale de Milão tem que tomar muito cuidado caso confirme a vaga na final (o jogo com o time coreano ainda não terminou). o Mazembe mostrou que um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar e talvéz ainda mostre que pode cair uma terceira vez.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Blá, blá, blá desnecessário

O final do ano vem chegando ao fim e a temporada do futebol brasileiro já se encerrou também. nesta época, quando normalmente as polêmicas do futebol envolvem expeculações quanto a transferências e contratações o futebol brasileiro reacende uma polêmica desnecessária. Depois de um longo tempo analisando um dossiê, elaborado por alguns dos grandes clubes do nosso futebol, a CBF parece disposta a equiparar os títulos da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa.
Essas duas competições foram criadas pela então CBD, para definir qual equipe brasileira disputaria a recém criada taça Libertadores da América. É evidente que estas competições tem seu valor e que equivaliam ao atual Campeonato Brasileiro. Bahia, Palmeiras, Santos, Cruzeiro e Botafogo foram campeões destas competições e por isso participaram da Libertadores, mas também é claro que essas disputas precisam ser diferenciadas em relação ao Brasileirão pós 1971.
Com regulamentos diferentes e que previlegiavam os times dos grandes centros, pudemos ter campeões com poucos jogos (o vencedor que menos jogou fez quatro partidas, já o maior vencedor disputou apenas 12 jogos). E este é apenas um dos motivos que me faz ser contra a tal equiparação. Além disso, em 1967, ano em que aconteceram os dois torneios o Palmeiras "deitou e rolou" levando os dois troféus, ou seja, foi bicampeão brasileiro em um ano só e isso é no mínimo estranho.
Para mim, campeões brasileiros são aqueles que, ganharam o campeonato de 1971 até os dias atuais, período em que a competição teve o mesmo nome (ou nomes diferentes para competições que os substituiram como a Copa União 87 e a João Havelange 2000). não tenho nada contra as antigas competições, mas se querem fazer justiça equiparando essas competições, então que equiparem também a Copa do Brasil, que na verdade se parece mais com a Taça Brasil do que o Brasileirão.
Para colocar mais pimenta na discussão, o Torneio Rio-São Paulo, tinha o nome oficial de Torneio Roberto Gomes Pedrosa, que em 1967 foi ampliado e passou a abrigar times de outros estados como Rio Grande do Sul, Pernambuco, Minas, eentre outros e ficou apenas com seu nome oficial, uma vez que perdeu o carater Rio-São Paulo. Desta forma seria plausível que a CBF também equiparasse o antigo Rio-São Paulo ao Campeonato Brasileiro.
Este argumento é válido tendo em vista que o Rio-São Paulo foi o precursor do Robertão, assim como Taça Brasil e Robertão foram antecessores ao Brasileirão e assim sendo, deveria ter o mesmo tratamento. À mim não importa quantas vezes meu time foi campeão, sua história é maior do que tudo isso, mas para mim, título se ganha em campo e não na canetada. esta decisão servirá apenas para vender mais jornal e alimetar polêmicas e discussões vazias e desnecessárias, ou seja, não ajudará em nada nosso futebol.
Não importa o nome que as competições tinham de 1959 até 1970, quem as ganhou era na época o melhor time do Brasil, mas caméão brasileiro já é forçar a barra.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Prêmio Fanfarrão do Ano 2010


Estamos chegando ao final do ano e como já era de se esperar, épeoca de escolher os melhores e ou os piores do ano nas mais diversas áreas. Recentemente tivemos a escolha dos bola chei a e bola murcha deste ano e hoje foi divulgado que o Imperador Adriano foi eleito mais uma vez o pior do ano no futebol da bota. Aproveitando este embalo, o bolg O Observador, instituiu o Prêmio Fanfarrão do Ano.
E para estrear o prêmioo agraciado foi Ricardo Teixeira, o presidente da CBF se esforçou para alcançar o feito e em reconhecimento O Observador, lhe retribui com tal "honraria". Motivos para tal conquista não faltaram em 2010.
Primeiro ele se empehou arduamente para que a CBF, assinasse contratos milhonários com as mais variadas empresas e hoje, nossa seleção pode se orgulhar de ter mais patrocinadores do que a Equipe AT&T Willians F1, ou até mesmo o Corinthians. Com os cofres cheios, mas ainda querendo mais, marcou jogos preparatórios para a Copa, contra equipes fracas em locais longínquos, onde o que mais importava era o cheque que a CBF recebia. O resultado, nós pudemos ver na Copa, todos lembram.
Não satisfeito com a série de lambanças na preparação para a Copa do Mundo, agora o senhor Teixeira, fechou 2010, com a maior "fanfarronice" da história do nosso futebol. Com uma simples canetada, atendeu a pressão de alguns dos maiores clubes do país e unificou todas as conquistas nacionais até 1970, ao Brasileirão. Com isso, estes clubes, que sempre foram grandes ganharam no tapetão alguns títulos a mais - apesar de já os terem - e a lista de maiores campeões foi sériamente alterada.
Não tenho nada contra os nacionais pré 1971, mas igualá-los ao Brasileirão é nivelar por baixo o maior campeonato do nosso futebol. Por isso, nada mais justo que o senhor Ricardo Teixeira, que já foi alvo de críticas aqui no blog, que foi escrito pelo jornalista e blogueiro Flávio Gomes e reproduzido aqui neste espaço, ganhasse tal premiação.
Enquanto o senhor Teixeira pensa apenas no bolso e em agradar alguns senhores do nosso futebol, o mesmo está indo para o buraco. Por isso o Prêmio "Fanfarrão do Ano", vai para o presidente da CBF.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Preconceito não se combate com preconceito

Estava á toa na web, quando li uma matéria sobre uma associação de ateus, que contratou diversas empresas no Brasil para divulgar uma campanha, que segundo eles, servirá para combater o preconceito vivido pelos ateus. A matéria, que fala sobre o fato de muitas das empresas contratadas, romperem os contratos. Mas o que me chamou a atenção foi a ideia utilizada na propaganda.
Em algumas das peças, o famoso e perigoso maniqueísmo fica explicito e é evidente que como quem financia a mesma associação de ateus, são eles que aparecem como mocinhos e os que acreditam em Deus, lógico, são os vilões da história, afinal como diz a sabedoria popular, "quem paga a banda, escolhe a música". O problema dessa ideia é o fato de os ateus de hoje caírem no mesmo erro, que segundo eles os defensores de Deus, sempre cometeram e continuam a comenter.
Em uma das peças, o deboche chega a bizarrice de legitimar os ataques ao WTC em 11 de setembro de 2001, ou então afirmar que é melhor ser ateu do que cristão, pois Chaplin era ateu, já Hitler acreditava em Deus. Acreditar que tais propagandas sejam benéficas a alguém é ingenuidade, ou hipocrisia. Todas as propagandas pedidas pela Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA), exalam preconceito religioso e só servem para aumentar a discriminação entre estes grupos distintos.
Sinceramente não vejo diferença alguma entre propaganda deste tipo e ações descabidas como a famosa agressão de um bispo protestante a uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. Não se combate preconceito com mais preconcetio, mas com respeito e educação. Somente o respito entre os diferentes pode fazer com que os preconceitos sejam superados. Acredito que fé é uma questão de "foro íntimo" e portanto, não devemos alimentar situações contrangedoras entre os diferentes.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Um esclarecimento necessário

Com o fim do ano chegando, o cenário futebolístico/esportivo apresenta um quadro confuso, onde se faz necessário alguns esclarecimentos importantes. como todos sabem, no último dia 1º de setembro, o Corinthians comemorou o centenário de sua gloriosa história, mas em 2010, o time de futebol ficou devendo conquistas à sua torcida.
Tal situação foi o suficiente para que torcedores rivais e também alguns corinthianos, criticassem a diretoria alvinegra responsabilizando-a pelo "fracasso", que pode ser representado pela piada sem nexo de que 2010 foi o ano do "Sem ter Nada Corinthiano". Mas as coisas não são bem desta forma. Não quero aqui eximir a diretoria de responsabilidade pelas não conquistas futebolísticas, mas é necessário colocar os "pingos nos is".
A primeira questão a ser esclarecida é o fato de o ano do centenário corinthiano ter iniciado no último dia 1º de setembro e não no dia 1º de janeiro. Isso pode até ser visto por muitos como choro de perdedor, mas não é possível que qualquer pessoa ou instituição, complete anos no primeiro dia de cada ano, quando na realidade é preciso esperar a data de seu aniversário. Desta forma, o ano do centenário do Corinthians, ainda está apenas começando e não acabando como muitos imaginam.
Outra questão importante é que mesmo tendo o futebol como principal esporte é inegável o "DNA Olímpico" do alvinegro do Parque São Jorge e assim sendo, o Timão que inveestiu muito no futebol e também em outros esportes conquistou títulos importantes de setembro para cá. Entre estes títulos podemos citar a Copa do Mundo de Natação em Piscina Curta, vencida pelo nadador Thiago Pereira, que nada pelo Timão (3/11). Temos também as conquistas do piloto Roberval Andrade de Campeão Brasileiro e Sul Americano de Fórmula Truck, garantida no domingo (5/12). No mesmo dia, a equipe do Corinthians/São Caetano levantou a taça do Troféu Brasil de Futsal (o Brasileirão da modalidade).
É evidente que trocaria todos estes títulos pela Libertadores ou o Brasileiro deste ano, mas não posso negar tais conquistas. Muitos torcedores de outros times dirão que recorrer à eeste expediente é tentar se enganar em algum tipo de fantasia, mas eu descordo. Independente de ano importante em sua história, a grande torcida São Paulina tem todo o direito de comemorar conquistas da atleta Maurren Maggi, que hoje defende o tricolor, assim como Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico no atletismo, quando era atleta tricolor, que o homengeou com duas estrelas em seu escudo, uma para cada medalha.
A nação rubro-negra, também poderá e deverá comemorar as conquistas de César Cielo, que nada pela equipe da Gávea, ou então as conquistas do basquete, afinal afinal tais atletas são tão flamenguistas, quanto Marcelo Lomba, Léo Moura ou Pet.
Concordo com o descontentamento da torcida corinthiana pelas frustrações de 2010, mas não aceito a falácia do "Sem ter nada". Que 2011, seja repleto de conquistas para coroar o centenário do "Campeão dos Campeões.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Uma torcida que não merece o time que tem

Acabou o Brasileirão e pelo segundo ano consecutivo o futebol carioca conquistou o título mais importante do nosso futebol. O Fluminense, após vencer o já rebaixado Guarani, conquistou o bicampeonato do Brasileirão, o primeiro foi no distante 1984. o tricampeonato ao qual seus torcedores agora se referem, incluiu na contagem a conquista do antigo Roberto Gomes Pedrosa em 1970 e que valia como se fosse o campeonato brasileiro.
É evidente que após 26 anos de espera a torcida do time das Laranjeiras tem todo direito de fazer a festa que a conquista merece, mas uma parte dos tricolores acabou por como se diz no popular "perdendo a linha". O fato aconteceu na festa de gala dos melhores do campeonato, onde muitos tricolores foram premiados e com razão. mas o fato negativo do dia, ou melhor da noite, ocorreu quando o presidente do Corinthians, adversário direto na luta pelo título, discursou após seu time ser homenageado pela CBF, em virtude de seus 100 anos.
Durante sua fala, Sanchez, que assumira a presidência do time paulista em meio a sua maior crise e que teve papel fundamental em sua reconstrução, agradeceu a homenagem e parabenizou o tricolor carioca pela conquista do campeonato. Além disso, parabenizou também os campeões das Séries B e C, além dos outros times que conquistaram as vagas para a Série A no Brasileiro do ano que vem.
Ao fazer tal comentário o mandatário alvinegro fez referências à estes times dizendo que os mesmos entram na Série A, "pela porta da frente". Estas palavras foram o suficiente para que torcedores do Fluminense sentissem o golpe e imediatamente vaiassem Sanchez, que deixou imediatamente o palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Mesmo sem mencionar nome algum de time (s) que teria entrado na Série A, o recado ficou claro. O endereço do discurso era o clube das Laranjeiras, que em 2000, após uma série de insucessos na Série A e consequentes rebaixamentos para a Série B (dois, mas sempre anulados no tapetão), o time que caiu uma terceira seguida e no anoo seguinte ia parar na Terceirona, retornava a elite do futebol com a Copa João Havelange (Por coincidência, ex presidente do mesmo Fluminense, da CBF, então CBD e da FIFA), sem precisar jogar a antiga segundona, uma vez que em 1999, o Fluzão havia ganho a Terceirona.
Com a fala de Sanchez, a torcida mostrou que o colunista do O Globo Fernando Calazans, já não tinha mais razão em relação a mesma. Em 14/12/1999, o colunista escreveu:

"O Fluminense está bem encaminhado para ser um dos dois primeiros na terceira divisão e obter assim sua promoção, mas não foi propriamente no campo que o clube brilhou mais. Foi na arquibancada. Quer dizer: a torcida é melhor do que o time..."

Com o comportamento de ontem, a torcida mostrou que o glorioso Fluminense Football Clube é muito melhor do que sua torcida. Muitos dirão que o dirigente paulista teria provocado e como diz a sabedoria popular, "quem fala o que quer, ouve o que não quer". Sim e eu concordo com o dito popular, mas seguindo a mesma linha, entendo que Sanchez, assim como todo corinthiano, passou a reta finaldo campeonato, ouvindo comentários de que o time teria comprado o Brasileirão para garantir um título no centenário e que o guarani havia recebido "mala branca" para jogar sério contra o Flu e assim, poder ajudar o Timão na conquista.
Pois bem, Sanchez, não provocou ninguém, apenas afirmou o que se pode comprovar (o mesmo já não pode ser dito sobre malas brancas e compra de campeonatos). Por isso não vejo a declaração, ainda que polêmica como algo provocativo, mas sim realista, afinal "quem fala o que quer, ouve o que não quer". E foi isso que aconteceu. Infelizmente o comportamento de parte de sua belíssima torcida durante a festa, serviu apenas para manchar a história do clube e sua recente conquista, por isso a mesma não merece o time que tem.



sábado, 4 de dezembro de 2010

Carta Aberta ao Presidente Lula


Estamos chegando ao fim de 2010 e com o final do ano, termina também o segundo mandato do presidente Lula. Como já era esperado desde 2002, quando ele venceu as eleições, muitas críticas foram feitas a este governo que mesmo com estas dificuldades e com os problemas financeiros encontrados no início de 2003, Lula conseguiu fazer um governo histórico. Foram muitos avanços nas áreas sociais sem descuidar da parte econômica. Seu goveno fez a imagem do país mudar no exterior, o Brasil ganhou espaço no cenário internacional e mostrou sua força, principalmente durante a crise econômica, que foi maior até do que a de 1929, um dos principais motivos para a II Guerra Mundial. Nesta crise de 2008/09, o Brasil foi o último a entrar e o primeiro a sair. Muitos dos críticos dirão que isso não pe mérito do Governo Lula, pois na verdade ele continua a rezar em uma cartilha muito parecida com a de seu antecessor. Entretanto, esta afirmação é uma inverdade, pois durante estes quase oito anos de Governo Lula, além de se fortalecer enconômicamente o país também ampliou o número de parceiros comerciais, fazendo com que o país tivesse mais países interessados em nossos produtos e desta forma, poderiamos vender mais, sem se preocupar com quem estava atravessando problemas econômicos.
Também é evidente que ainda há muito o que avançar, é preciso continuar melhorando a saúde, a educação, a infra-estrutura do país e gerar ainda mais justiça social, olhando de maneira especial para movimentos sociais como os Sem-Terra e os Sem-Teto. Para sanar os problemas de infra-estrutura é fundamental se fazer a reforma urbana e agrária, pois isso evitará a migração de famílias para as cidades, o que aumenta a pobreza e a favelização das grandes metrópoles.
É claro que não se pode resolver todos os problemas em oito anos, ou em 16, mas o impportante é que seu governo colocou o Brasil no caminho do desenvolvimento sustentável e que continuará transformando o país.
Ainda é preciso também vencer algumas barreiras importantes para a consolidação do Estado Democrático de Direito e uma destas barreiras e ser vencida é o novo marco regulatório da comunicação. É preciso que o Brasil discuta e defina isso o quanto antes.