quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Polêmica desnecessária

Já faz três dias queo Coritnhians venceu o Chelsea da Inglaterra por 1 a 0, gol de Paolo Guerrero, no Nisan Stadiun em Yokohama e chegou assim ao bi campeonato Mundial de Clubes. Mas até hoje ainda ouvimos falatórios de torcedores de outros times e também de parte da imprensa, questionando esse feito, por conta do Mundial de Clubes de 2000, vencido pelo alvinegro, no Maracanã.

A polêmica aqui, acontece já não mais por causa do campeonato de 2000, ter "valido" ou não, mas pelo fato de o Corinthians ter sido "convidado", naquela ocasião. Para quem não acompanhou, ou não lembra daquele campeonato, basta uma rápida pesuisa na internet para saber que disputou aquela competição e por que esteve lá. 

Aquele mundial, reuniu todos os campeões continentais e mais o então campeão do Mundial, que era disputado no Japão (Real Madrid), além do atual campeão nacional do país sede. O anúncio dos participantes de deu na metade de 1999, o que fez com que o campeão brasileiro com vaga garantida fosse o de 98 e o mesmo valeu com relação a Libertadores, já que faltavam poucos dias para a definição do cmapeão da Libertadores de 99, quando a FIFA e a Commebol, anunciaram o representante sul americano.

Com isso, o erro não foi a participação corinthiana, mas talvez a vascaina, uma vez que em 99, o campeão da Libertadores foi o Palmeiras. Mas era precis lembrar que com sedes em São Paulo e Rio de Janeiro, ficaria mais intressante financeiramente um representante de cada estado. Quanto ao Corinthians, sua participação é na verdade inquestionável, afinal o time foi campeão brasileiro em 98 e 99.

Desde 2005, quando essa competição voltou a ser disputada com a participação dos campeões continentais, que o país sede ficou sem representante apenas em 2005 e 2006, nos demais campeonatos sempre teve um time representando o país sede e na edição deste ano foi o Sanfrecce Hiroshima, atual campeão da J League.

Assim sendo não há por que tentar minimizar esse campeoanto mundial, pois o mesmo tem reconhecimento da FIFA e por isso deve ser encarado realmente como Mundial de Clubes, até por que tem representantes de todos os continentes.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Perdendo a linha

O Congresso Nacional, capitaneado pelo senhor José Sarney, um dos agraciados como prêmio Fanfarrão do Ano 2012, perdeu uma ótima oportunidade de atuar de maneira séria e mostrar força nessa patética disputa de poder com o Judiciário, após o julgamento do Mensalão. Me refiro aqui a questão dos royalties do petróleo, que foi alvo de veto por parte do Executivo e agora, ávidos por mais recursos, os parlamentares dos estados e municípios não produtores, estão de olho nessa nova divisão sem fundamento lógico.

Depois que a presidenta Dilma, vetou os artigos referentes aos contratos já vigentes e o Congresso se reuniu a toque de caixa para derrubar o veto (prerrogativa da casa), agora para encerrar o ano, os congressitas acabam por fazer algo espantoso e sem nexo. Afirmam que votarão os vetos que já existem na casa para "adiantar" o processo e poder votar a questão dos recursos oriundos da indústria petrolífera.

A votação, que está marcada para amanhã, ao meio dia, será histórica, pois as dias casas, planejam votar os 3.060 vetos, que se acumulam em nosso parlamento. Isso mesmo, são 3.060 vetos, que segundo senadores e deputados serão apreciados e votados em apenas um dia, ou melhor meio dia, uma vez que a votação extraordinária está marcada para a hora do almoço.

As cédulas dessa votação, tem 400 páginas e segundo fontes ligadas ao Congresso, o objetivo e deixar muitas em branco, priorizando apenas as questões referentes aos royalties. A decisão da casa, se deu após o Supremo Tribunal Federal (STF), conceder liminar que suspendeu a urgência dessa votação. E para fazer isso, a Mesa Diretora do Congresso, optou pela criação de uma comissão que tem como relator o deputado Júlio César (PSD-PI) e não possui nenhum representante dos estados produtores como Rio de Janeiro e São Paulo.

O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) mostrou que tal comissão será claramente parcial, ao lembrar que a mesma é para votar e não para não votar pela derrubada do veto e o relator Júlio César, seguiu a mesma linha com um argumento mais furado ainda, "O Fux já representou o Rio ao dar a liminar. Ele é carioca", lembrou o deputado piauiense.

O estranho desse argumento é querer rebaixar o debate para questões de puro bairrismo, como os deputados do Piauí, querem defender. o ministro Fux, não decidiu pela liminar por ser carioca e portanto de um estado produtor, que será duramente golpeado com a aprovação de tal sandisse. Fux tomou essa decisão baseado apenas nas questões jurídicas que regem sua atuação como ministro do STF.



domingo, 16 de dezembro de 2012

E o mundo é preto e branco, de novo.



Mais uma vez o dia 16 de dezembro entra para a história do futebol corinthiano. Há 22 anos atrás, o talismã Tupanzinho, fazia o gol da vitória sobre o São Paulo, em pleno Morumbi, para garantir a festa da Fiel com a conquista do primeiro dos cinco campeonatos Brasileiros do alvinegro paulistano.

Tanto tempo depois, a data volta a marcar a história do time do povo. Lá no Japão, o Corinthians estava em campo no Nissan Stadium, na cidade de Yokohama, para enfrentar o milionário Chelsea, campeão europeu, na partida que valia o Mundial de 2012. 

Em um jogo bem disputado com chances claras de gol para os dois lados, o time brasileiro aproveitou melhor as oportunidades e garantiu a vitória com o gol de Paolo Guerrero, o centro avante, do Tite, que assim como a ideia do técnico contestado por muitos. O peruano marcou seu segundo gol no Mundial e fez a festa dos mais de 20 mil loucos do bando que atravessaram o mundo para ver o Timão campeão na terra do Sol Nascente.

Com o resultado o Corinthians chega ao bicampeonato Mundial e encerra o ano de 2012, da mesma maneira como terminou o de 2011, comemorando mais uma conquista para a já vasta sala de troféis. Dessa forma o Corinthians enterra de maneira definitiva, a última piada feita pelos rivais. Faltava-lhe o Mundial, no Japão? Agora não falta mais e é sabido que o time inteiro quer mais conquistas e alegrias para a mais Fiel e apaixonante torcida do mundo.

Parabéns aos jogadores, à Comissão Técnica, aos dirigentes por mais esse objetivo alcançado. Agora é esperar a terça-feira para celebrar essa importante vitória nos braços do bando de loucos, que lhes esperam em São Paulo.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Carta Aberta à Luís Gonzaga



Este mês é tempo de festa na pequena cidade de Exu, no sertão pernambucano. O motivo é a celebração de seu filho mais ilustre. Se ainda estivesse vivo, o Rei do baião, Luís Gonzaga, completaria seu centenário. O  mestre da  sanfona marcou de maneira incisiva a história de nossa música popular. Cantando, sempre acompanhado de sanfona,  triângulo e a tradicional zabumba, Ginzagão levou a  alegria e a cultura das festas juninas e dos forrós pé-de-serra, cantrando a cultura e a realidade do sertanejo nordestino.

Gonzagão era  admirado por muitos cantores de sucesso como Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Raul  Seixas e Caetano Veloso entre outros. Ganhou fama com sucessos, como Asa Branca (1947), Qui Nem Jiló (1949), Baião, (1946) e Baião de Dois (1950). depois de uma desilusão amorosa, se alistou no Exército e correu o Brasil. Tempos depois, conheceu o também soldado, Dominguinhos Ambrósio, acordeonista. A partir desse encontro decidiu se dedicar a música.  

Em 1939, já no Rio de Janeiro, deixou  o exército e passou a tocar  na noite, principalmente nas áreas de prostituição. Seu repertório era basicamente com músicas internacionais, até que em 1941, no programa de Ary Barroso,  tocou a música Vira e Mexe, de sua autoria e o sucesso lhe rendeu contrato, com a  gravadora Victor, pela qual lançou mais de 50 músicas.

Tempos depois foi contratado pela Rádio Nacional e lá, após conhecer o acordeonista gaúcho que se apresentava com roupas típicas de sua região. Desde então passou a se apresentar com o traje característico do vaqueiro nordestino, que virou uma de suas marcas.

Em 1946, já famoso retorna à Exu e reencontra seus país, Januário e Santana, o reencontro rende a música Respeita Januário. Em 1979, Luís Gonzaga e seu filho Gonzaguinha, fazem uma turnê pelo Brasil, o que acaba aproximando os dois que sempre tiveram uma relação conflituosa.

Gonzagão é considerado por muitos, como o primeiro "Rei do Pop", no Brasil. Entre 1946 e 1955, foi o artista que mais vendeu discos no Brasil, ele criava seus figurinos e coreografias. Foi também o primeiro cantor brasileiro a fazer uma turnê pelo país, pois antes dele, os artistas se limitavam ao eixo Rio-São Paulo.

Este ano, foi tema da Escola de Samba Unidos da Tijuca, com o enrredo "O dia em que toda a realeza desembarcou na avenida para coroar o Rei Luís do Sertão", enrredo que saiu vitorioso da avenida garantindo à escola o bicampeonato do carnaval. 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Nota de repúdio contra a redução da maioridade penal


Quem fez parte da Pastoral da Juventude (PJ), costumam dizer, que uma vez PJoteiro, sempre PJoteiro e é assim que me sinto ainda hoje, por isso e também por concordar com essa visão abro espaço aqui no Blog O Observador para a Nota de Repúdio, que a PJ divulgou sobre a ideia de alterar a a maioridade  penal.

Diante da tramitação da Proposta de Emenda a Constituição PEC 33 na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, que visa a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, a Pastoral da Juventude (PJ) vem a público expressar seu repúdio à esta medida que atinge diretamente a vida de nós, jovens e adolescentes brasileiros.

A criminalidade e a violência, da qual estão inseridos os adolescentes e jovens, são frutos de um modelo neoliberal de produção e consumo que opera na manutenção das injustiças socioeconômicas, e devem urgentemente ser transformadas, especialmente a partir da construção de políticas que garantam direitos básicos à juventude e adolescentes, como o direito à educação e saúde de qualidade, moradia digna e trabalhos decente. Além disso, o Estado brasileiro não tem efetivado a aplicação mais ajustada das medidas socioeducativas que estão previstas no  ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e  poucas são as iniciativas de execução de políticas públicas para a juventude, que são essenciais para uma vida digna e segura. 

Trancar jovens com 16 anos em um sistema penitenciário falido que não tem cumprido com a sua função social e tem demonstrado ser uma escola do crime, não assegura a reinserção e reeducação dessas pessoas, muito menos a diminuição da violência. A proposta de redução da maioridade penal é considerada inconstitucional e violação de cláusula pétrea, além de fortalecer a política criminal e afrontar a proteção integral.

Ser favorável a esta medida é também ferir o nosso desejo e horizonte de vida em plenitude para toda a juventude.  Por isso conclamamos a sociedade a compreender que é tarefa de todos/as trabalharmos pela cultura de paz, priorizando o cuidado, a escuta e o compromisso com a vida da juventude, adolescentes e crianças para um Brasil pleno de paz, justiça e dignidade.

Equipe do Projeto Nacional “A Juventude Quer Viver!”
Coordenação e Comissão Nacional de Assessores da Pastoral da juventude


THIESCO CRISÓSTOMO
Francisco Antonio Crisóstomo de Oliveira
Secretário Nacional da 
Pastoral da Juventude

"Não deixe cair a profecia..." (Dom Helder)
CHEGA DE VIOLÊNCIA E EXTERMÍNIO DE JOVENS!
"É por causa do meu povo machucado, que acredito em Religião Libertadora!"

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Cada macaco no seu galho

Não o título do post não tem nenhuma relação com aminais e nem com questões raciais, apenas utilizei o velho ditado por concordar pelnamente com ele e entender que o mesmo cai perfeitamente para o tema aqui debatido. Me refiro a dicisão que o Supremo Tribunal Federal (STF) tomará na próxima quarta-feira (12), em relação aos envolividos no caso do Mensalão que possuem mandatos atualmente ou poderão em breve vir a assumir um mandato.

Apresar do empate demonstrado na votação da sessão de segunda-feira (10), tudo indica que a corte decidirá pela perda imediata do mandato destes senhores, o que seria o justo e o correto, se não fosse um pequeno detalhe: A Constituição Federal de 1988, garante a independência dos poderes e não permite a interferência de um poder no outro.

Assim sendo, a Carta Magna garante ao parlamento, a prerrogativa de cassar ou não o mandato de um político, eleito de forma democrática. Dessa forma, não serão decisões do Judiciário e ou do Executivo, que definirão, quem perde e quem mantem o mandato conquistado nas urnas, o que esvazia em parte a decisão da Suprema Corte.

Digo que esvazia em parte essa decisão por que a mesma perde sua validade, uma vez que tal questão está fora da jurisdição dos senhores togados. Entretanto, é preciso resaltar que mesmo sem poder decidir sobre o mandato dos condenados, a decisão do STF, indica que os parlamentares, deverão seguir o pensamento do judiciário e cassar esses parlamentares, já ocndenados e a espera do decreto de prisão para os mesmos.

Todavia é importante lembrar que assim como afirma o ditado que entitula esse texto, para que nossa sociedade funcione de maneira séria e correta, é preciso respeitar a Constituição e assim, garantir que cada poder atue em sua respectiva alçada, sem se sobrepor aos demais. Dessa forma, fica aqui o conselho aos senhores ministros do STF, lembrem-se do ditado popular e mantenham cada macaco no seu galho.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Prêmio Fanfarrão do Ano 2012

Chegamos a dezembro e o último mês do ano trás pelo terceiro ano consecutivo o "Prêmio Fanfarrão do Ano", desta vez com algumas alterações em relação aos anos anteriores. Neste anos, deixamos o futebol de lado e pela primeira vez dividimos o prêmio em dois. 

Um dos ganhadores deste ano foram o Senado brasileiro, que após a divulgação de que os senadores não pagavam o imposto referente aos 14º e 15º salários, que podem ser extintos em breve. Após a revelação desse "benefício", os senadores decidiram que mesmo com a cobrança feita pela Receita Federal, essa "despesa" não saíra dos bolsos dos senadores, mas sim dos cofres do Senado, ou seja, do dinheiro público.

É lamentável que em uma época de tanta mudança no comportamento da sociedade e dos poderes da república,  mais uma vez, quando os senhores senadores poderiam dar um grande exmplo de transprência, honestidade e respeito ao bem público, dão uma bola fora deste tamanho.

Por esse comportamento, o Senado Federal acumula mais uma mancha para seu histórico e agora é agraciado com o "Prêmio Fanfarrão do Ano 2012".

O outro premiado, na realidade a outra premiada é a famosa Revista Veja, que este ano acumulou casos suficientes para alça-la a disputa do Fanfarrão do Ano. Incialmente, em uma investigação da Polícia Federal, um jornalista, que ocupa um importante cargo na revista foi pego em conversas suspeitas com um contraventor que se encontra preso atualmente. A conversa foi descoberta por que o contraventor teve seu telefone grampeado, com autorização judicial.

Outro caso que voltou a colocar a revista na briga pelo prêmio, foi a publicação em seu site de um texto, de um jornalista que também trabalha para a revista, onde o mesmo fazia alusões a expeculações sobre a vida pessoal de pessoas ligadas ao governo, com a utilização até de uma foto, que comprovaria o que o texto mostrava. 

Entretanto, poucos dias depois o autor do texto foi a público se desculpar e explicar que a foto da matéria seria uma montagem, mostrando inclusive a fotografia original. Para encerrar o ano e a galeria de "gafes", a Veja publica em seu site um artigo de outro importante jornalista da revista, onde o mesmo citava a morte do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), onde o jornalista resalta que o arquiteto era um gênio, mas como pessoa Neimeyer seria despresível. Para ele isso acontecia por que o arquiteto era comunista e como ele não é comunista, ele desprezava Niemeyer.

Ainda que não fosse contraditório um jornalista desprezar alguém somente por causa das ideias que defende, o que por si só ataca as liberdades de expressão e imprensa [fundamentais para o exercício do ofício], este senhor precisa entender que Niemeyer foi alguém em que o profissional superou o pessoal, não foi pelas convicções políticas que ele se tornou o que é, mas sim pela sua arquitetura e por isso chegou onde chegou, sem precisar desprezar ninguém. Por isso, foi reconhecido em todo o mundo, coisa para poucos.

Por esses fatos a Revista Veja, este ano divide com o Senado Federal, o prêmio "Fanfarrão do Ano".

Na contra mão da lógica

Como é sabido por todos, nosso país sediará nos próximos anos, os dois maiores eventos esportivos do planeta. A Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016, que acontecerão no Rio de Janeiro e terão ainda outras cidades como São Paulo na condição de sub-sede. Mas a pauta deste texto não é nem a Copa nem as Olimpíadas, na verdade é a política ou a falta de política esportiva no Brasil. Desde antes do início da sequência de candidaturas que o país apresentou para sediar os jogos, já sabíamos que faltava um política séria de desenvolvimento esportivo e infelizmente essa falta ainda existe.

Essa questão somente será resolvida quando os atores envolvido na questão passarem a levar mais a sério esse objetivo. Vejamos o que vem acontecendo em São Paulo. Recentemente o jornal O Estado de São Paulo noticiou o fechamento do tradicional Clube de Regatas Tietê  e a prefeitura se adiantou informando que transformaria o clube em um espaço público para a formação de novos atletas, o que seria uma mostra do avanço no planejamento de políticas de fomento ao esporte, contribuindo muito para um programa sério de política esportiva.

Pois bem, tal notícia foi veiculada no dia 26 de novembro e apenas 12 dias após tal anúncio da prefeitura, me deparo com a notícia de que a mesma prefeitura, poderá vender o também tradicional espaço esportivo do Ibirapuera, notícia veiculada nos blogs do André Barcisnki, da Folha de São Paulo e do Juca Kfouri, no UOL. Essa decisão por parte da prefeitura mostra a contradição da mesma, na questão esportiva, afinal possibilitam a venda de um espaço importante para o esporte, a cultura e a história paulistana e pensam em implantar um projeto de formação de atletas no espaço de um antigo clube da cidade. Como assim?

Em uma e´poca em que os espaços públicos estão a cada dia mais escassos, dando vez a grandes empreendimentos imobiliários, é fundamental que o  poder público atue na garantia do espaço público para a implantação de políticas públicas que garantam o desenvolvimento social e esportivo da população e quanto maior o número deles, melhor para toda a população. Por isso é inacreditável que a prefeitura cogite a ideia de se desfazer desse patrimônio público, nem tanto pelas Olimpíadas, que se aproximam, afinal um atleta olímpico não é desenvolvido em tão pouco tempo, faltam cerca de três anos e meio para os jogos no Rio, mas é preciso pensar no futuro e garantir essa possibilidades no presente.

Que a mudança política, ocorrida meses atrás na cidade de São Paulo ganhe força e garanta a manutenção do patrimônio público, afastando de vez a ideia de desmanche do patrimônio público, que há anos assombra  não apenas a capital paulista mas o estado, tendo em vista que já levantaram a possibilidade de o estado se desfazer de locais como o Pacaembu e o Autódromo de Interlagos.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Quem fiscalizará os fiscais?

A recente divulgação do relatório da chamada Comissão Leveson, responsável pelas investigações envolvendo jornais britânicos, que agiram atropelando a lei e a ética, na busca por manchetes, mostra que a preocupação com o funcionamento da imprensa é uma pauta global, mesmo que políticos e até jornalistas acreditem que qualquer fiscalização sobre a atividade jornalística seja censura.

A comissão defende a criação de um órgão regulador independente da imprensa e punição com aplicação de multa em casos de violações às normas estabelecidas. No caso britânico, esse órgão já existe, mas como o mesmo falhou na sua atuação, eles defendem a criação de um novo órgão para atuar nesses casos. Para a comissão, esse novo órgão deve ser independente tanto do governo, quanto da imprensa, para garantir uma atuação imparcial nos casos em que ele atue. A escolha dos membros deste órgão, deve acontecer de maneira transparente.

Outro ponto defendido pela comissão, é a criação de uma legislação que sustente o novo órgão fiscalizador, sem impedir a livre publicação de qualquer fato. Assim, a imprensa poderá atuar de forma livre e independente, porém sendo responsabilizada por seus deslizes. Espero que em breve esse comportamento seja visto também aqui no Brasil. Não são poucos os casos de atropelos da nossa imprensa, que deveriam ser tratados de maneira mais séria, tanto pela própria imprensa, quanto pela justiça. 

Por isso, o velho sonho da categoria, de criar o Conselho Federal de Jornalismo, precisa ser retomado. Ao contrário do que sempre afirmam, a criação do mesmo não trará danos a imprensa, assim como o órgão proposto na Inglaterra, também não afetará as liberdades de expressão e de imprensa. A existência desse órgão na verdade trará maior qualidade ao jornalismo praticado, tanto por aqui como lá.

Até os críticos a ideia de criação desses órgãos acabam dando argumentos para justificar sua existência. Vejamos o que disse o jornalista Luis Cláudio Cunha, articulista da Revista Veja: "O governo, qualquer governo, faz mal a imprensa. A imprensa, toda a imprensa faz bem ao governo, principalmente quando critica. Governo não precisa do 'sim' da imprensa. Governo evolui com o 'não' da imprensa". Ainda segundo o mesmo jornalista A proximidade entre a imprensa e o governo abafa e distorce o jornalismo. a distância entre eles é conveniente para os dois, útil para a sociedade e saudável para a verdade. Jornalismo é tudo aquilo que o que o governo não gosta. Tudo aquilo que o governo gosta é propaganda. A imprensa deve ser o fiscal do poder e a voz do povo, com cuidado para não inverter essa equação.

Pois bem, é evidente que o colunista tem razão, mas discordo em partes. Governos só fazem mal a imprensa onde existam perseguições a ela, o que não é o caso do Brasil, desde a nossa redemocratização, concordo que a imprensa deve sim ser fiscal do poder e a voz do povo, entretanto, não é isso que temos visto em nosso país nos últimos 30 anos. A imprensa nunca foi a voz do povo e sim dos donos dos veículos de comunicação. Entidades representativas dos donos de veículos como a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (ABERT), Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER), sempre atuam em defesa dos interesses dos seus associados e não da população, assim sendo, raramente atuam como a "voz do povo".

Outro ponto que discordo em relação ao pensamento do jornalista é que ao contrário dele, acredito que a imprensa, mesmo sendo fiscal do governo, ela deve sim ser fiscalizada. Evidentemente que rejeito a ideia de tal fiscalização ser feita pelo governo, por isso defendo a criação deste órgão independente dos dois poderes para atuar nesse sentido.