terça-feira, 24 de novembro de 2009

Lutando pela história

Jornalistas da cidade de Campos, no Rio de Janeiro estão em uma luta heróica. No último dia 15 de novembro, a direção dos Diários Associados, que já foi o maior grupo de mídia do Brasil, anunciou o fechamento do jornal O Monitor Campista, um dos três jornais mais antigos do país. A justificativa da empresa, como não poderia deixar de ser, é que o Monitor vinha dando prejuizo faz tempo.
Como já era esperado, os jornalistas da cidade, não apenas os que trabalhavam lá, se uniram para manter este símbolo da história da região vivo e já estudam formalizar uma proposta de compra do título do mesmo, fazendo com que os funcionários assumam o controle do jornal, algo parecido com o que ocorreu na Fórmula 1, com a Honda, que acabou virando Brawn e hoje é Mercedes GP. Segundo a Associação de Imprensa Campista (AIC), ainda não existe informações sobre a possível venda do jornal para outro grupo, mas a idéia, de os jornalistas do Monitor comparem o jornal vem sendo bastante trabalhada.
Que os campistas tenham exito nesta jornada para preservar a história da região e também do jornalismo brasileiro. E que o próximo passo, seja uma maior caminhada para uma comunicação mais popular e verdadeira. Que o exemplo campista seja seguido em outras cidades, por jornalistas que tenham mais preocupação com a informação e menos com o bolso.

domingo, 15 de novembro de 2009

Um divã forçado para a esquerda

Alguns fatos recentes acbaram por provocar uma forte análise sobre o passado das idéias da esquerda mundial. Infelizmente, tal análise não é feita de maneira séria e imparcial. Entre os fatores que provocaram tal comportamento, principalmente entre os opositores das idéias socialistas, podemos citar a tentativa de reabilitação da imagem do Czar Nicolau Romanov II e sua família, além é claro da queda do Muro de Berlim, que para muitos desavisados, foi o marco do fim do socialismo.
É preciso muito cuidado e imparcialidade na hora de se fazer este tipo de análise, afinal, qualquer detalhe mau interpretado, pode gerar resultados completamente equivocados. Mas como é sabido, faz parte da natureza humana, a busca por "erros" do passado para justificar "a vitória" dos atuais e é isso, que muitos defensores do capitalismo continuam a defender. Mas devido a análise carregada de ideologias, é fácil encontrar enganos nestas leituras.
O primeiro erro, esta na tentativa de se reabilitar toda a família Romanov, que governou a Rússia por muitos anos, até que os revolucionários comunistas, não apenas os destituíram, como também mataram todos seus membros. Estes senhores feudais da Rússia, mantinham o país e o povo em um grande atraso, quando comparamos o país com outros europeus, além é claro de manter o povo russo na miséria, o que acabou sim por fomentar o sentimento revolucionário por uma nova Rússia.
Por isso, é estranho que os liberais de hoje, que de liberais tem apenas o discurso, defendam uma das dinastias mais absolutistas da história européia, aponto inclusive de os tradicionalistas cristãos ortodoxos, terem canonizado Nicolau II, o último Czar do império russo. É inegável que o regime que sucedeu o governo czarista teve sim graves erros, principalmente após a ascenssão de Stálin ao poder, mas também é notório, que o governo comunista teve sim, grandes avanços.
Com relação ao Muro de Berlim, tido por muitos como o muro da vergonha, os comentários dos "liberais" vão no sentido de classificar sua queda como o fim do comunismo/socialismo, o que é sim uma inverdade, afinal o que desmoronou com o muro foi o comunismo stalinista, não o socialismo que se modernizou e conquistou muitos avanços sociais em vários países como a França, a Espanha, o Reino Unido, a Itália (por um período curto) entre outros, além é claro das experiêncais mais recentes do Brasil e da Grécia.
Os chamados governos Sociais Democratas e Trabalhistas, são sim frutos do ideário marxista e o Estado de Bem Estar Social é um exemplo de Estado forte que valoriza seu povo, que mesmo não sendo o socialismo perfeito é o melhor caminho para se chegar nele.

sábado, 14 de novembro de 2009

Nossa torre de Babel

Reza uma das lendas mais famosas da cultura judaico cristã ocidental, que o grande número de idiomas que temos no mundo, teve origem na tentativa dos humanos de construir uma torre que chegasse aos céus. Vendo isso, Deus teria ficado irritado e passou a agir para impedir tal construção e a forma encontrada por ele, foi fazer com que os homens passassem a falar várias línguas e assim não teriam mais como se comunicar e isso acabou por inviabilizar a empreitada.
A referência a esta história do Velho Testamento, para os cristãos e da Torá para os judeus, parece com o que acontece agora com a comunicação no Brasil e na América Latina. Recentemente, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), se reuniu em Buenos Aires e teve na pauta da reunião, a questão da liberdade de imprensa, que segundo a mesma vem sendo fortemente atacada em vários países do continente.
Um dos motivos apresentados por seus participantes esta na não obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão, algo que já faz alguns meses, vigora em todo o continente, uma vez que o STF decidiu por isso em julho, fazendo o Brasil ser o último país a não aceitar a obrigatoriedade do diploma. O estranho da história e ai começa a relação com a famosa Torre de Babel, está no fato de tal argumento ser apresentado no encontro da SIP, por entidades como ANJ e Abert, que desde 2003, sempre foram e continuam sendo favoráveis a não obrigatoriedade do mesmo.
E ao final do evento, ainda que "nossos" representantes tenham "defendido" o diploma, a SIP acabou aprovando uma moção que recomenda a não obrigatoriedade do diploma para o jornalismo. Enquanto isso, o Brasil se prepara para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, onde o tema deve voltar a ganhar força e que assim como nas municipais/regionais ou nas estaduais, os mesmos senhores que dizem defender o dilpoma (ao menos quando estão no exterior), vão mais uma vez se omitir do debate.
Mas, a confusão não termina por ai. Após a decisão do STF e a reação de parte dos jornalistas, duas propostas de leis para voltar com a obrigação do diploma e a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, já deu parecer favoral, a lei, mostrando que a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, não é algo incosntitucional como o Supremo havia alegado. Agora o Projeto de Lei foi encaminhado para o Senado e caso ele seja aprovado nesta casa, bastará a sanssão presidencial para que o diploma volte a ter seu valor. Agora fica a dúvida: Quem entende mais de Constituição? O STF, ou o CCJ da Câmara?
Enquanto não sai esta decisão, o jornalismo brasileiro continua passando por uma grande crise de valor e identidade e muitos dos envolvidos na Comunicação, ficam como os construtores da torre que tinha como objetivo alcançar o céu.