quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Carta Aberta ao Boni


Demorou, mas finalmente saiu à edição de dezembro da sessão “Cartas Abertas”, que, aliás, chega este mês ao seu aniversário de dois anos. Foi em dezembro de 2009, que com uma Carta Aberta a Dom Hélder Câmara iniciou-se tal caminhada. Neste período, diversas pessoas foram personagens da sessão e agora se definiu mais um para a coleção.
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, ex-diretor de programação global, que recentemente lançou sua autobiografia, é a bola da vez aqui neste blog. Não, o livro não é o motivo para tal escolha, assim como sua recente confissão de manipulação feita por ele e a emissora onde trabalhou durante anos, do famoso debate entre os então candidatos a presidência da república Fernando Collor e Lula. O real motivo é a cara de pau deste senhor, ao apontar suas opiniões sobre a realidade da comunicação contemporânea.
Em recente participação em um famoso programa de entrevistas da televisão brasileira, este senhor disparou algumas críticas às redes sociais. Segundo Boni, que hoje não trabalha mais na Vênus Platinada, mas possui fortes vínculos com a emissora carioca, essas redes sociais seriam “suicídios coletivos”. “Eu não uso. Quando você fala em redes sociais, você leva um susto com a baixa qualidade do que se fala no Facebook, por exemplo.
É engraçado ler isso, vindo de quem vem e isso acontece por vários motivos. Pela função que exerceu por anos e também pela ocupação atual, Boni deveria ser alguém “antenado” com a realidade da comunicação contemporânea. Depois de anos trabalhando para os Marinhos, hoje ele é dono de um canal de TV no Vale do Paraíba, que tem a retransmissão local da Rede Globo.
Tentar desqualificar essas redes, alegando a qualidade da informação e desviar o foco do debate sobre as mesmas. E isso tem motivo. Primeiro por que, elas atacam de forma visceral a concentração da informação, elas mudam o posicionamento do cidadão, no processo de comunicação, uma vez que ele passa de mero receptor, para produtor/transmissor de informações de qualidade.
Fatos recentes demonstram a força desses meios. Entre eles podemos citar a famosa “Primavera Árabe”, a primeira série de manifestações divulgadas via Twitter e Facebook. A força dessas ferramentas já assustou e assusta os meios tradicionais, como o caso do ator americano que desafiou a poderosa CNN e a superou em popularidade e influência no microblog.
Essa força é que assusta “barões da mídia” como este senhor, afinal como todo comunicador, ele sabe que comunicação é poder. Por isso, mostrando seu pensamento retrógrado, se coloca a atacar o que pode ameaçar seu status-quo.
Outra importante questão, que precisa ser levantada é que o mesmo senhor que ataca a “qualidade” da informação desses meios, é responsável pela perpetuação de uma programação de qualidade pra lá de duvidosa. Incluindo ai, pérolas como o Big Brother Brasil, que está a 11 anos assombrando a programação da principal televisão do nosso país e que é dirigida pelo filho deste cidadão. Por isso, quem aceita programação com novelas sofríveis e o BBB, não pode criticar a qualidade da informação que circula no Facebook e ou no Twitter.
O novo ano se aproxima e com ele mudanças na grade de programação, inspiram este humilde observador a deixar um conselho a este profissional da comunicação. Quando o BBB pintar na telinha, desligue a TV e acesse as redes sociais para oxigenar seus pensamentos.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Prêmio Fanfarrão do Ano 2011

 
Pois é, chegamos a segunda edição do Prêmio Fanfarrão do Ano e o estranho da história é que o prêmio  parece mesmo, ser feito sob medida par o nosso futebol. Vejam bem, na  primeira edição em 2010, o agraciado foi o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que como se já  não bastasse seu vasto histórico de fanfarronices, unificou os títulos nacionais de uma maneira bem atabalhoada e polêmica. Agora o vencedor do prêmio  continua no futebol, mas não é um diregente ou jogador e sim um  clube.
Isso mesmo, me refiro aqui ao Sport Club Internacional, que após um ano mediano, quando apenas  conquistou o estadual e uma sofrida vaga na Libertadores, para a qual contou com uma forte colaboração do Vasco, que termiou a  competição  na zona de classificação para  a Libertadores e como já tinha vaga por ter vencido a Copa do Brasil  e assim, cedeu sua vaga do Brasileirão para o quinto colocado, no caso o Colorado dos Pampas.
Bastou terminar a partida envolvendo o Barcelona e o Santos, para que a diretoria do time gaúcho fosse comemorar a derrota da equipe brasileira. Em  seu site oficial, o  Inter celebra o fato de ter sido o último sul-americano a vencer o mundial, no já distante 2006, diante do mesmo Barça que hoje foi bicampeão mundial. Logo abaixo do texto - que foi retirado do ar, pouco tempo depois, era exibida a  foto da  comemoração do  gol que garantiu o troféu ao Internacional.
Utilizando um jargão já típico do futebol contemporâneo, afirmo que faltou ao time gaúcho o famoso fair play. Torcedores de outros  clubes, comemorarem a queda santista, é até entendível, mas o comportamento da  direção dos times devem ser diferenciadas em relação a dos torcedores. Basta analizarmos a temporada 2011, para percebemos que o pequeno deslize colorado, foi motivado pela chamada dor de cotovelo, tendo em vista que o alvinegro praiano, conqustou o Paulistão e a Libertadores, superando assim, os colorados.
Por isso, o papelão relâmpago da diretoria do Internacional, foi  a motivação que faltava para que tal prêmio tomasse o rumo da bela Porto Alegre e desta forma, mater a premiação ainda ligada ao esporte mais popular do nosso país.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Pensar Corinthians é pensar grande!

Corinthianos da nossa República Popular,

Dirijo-me a vocês pela última vez como Presidente do Corinthians. Saio de licença, mas deixo no meu lugar o meu vice Roberto Andrade que, se não bastassem a suas muitas qualidades, acaba de ser Campeão Brasileiro no cargo de Diretor de Futebol.

Devo iniciar dizendo que, nesses pouco mais de quatro anos de gestão, vivi os momentos de maior honra e de maiores responsabilidades da minha vida. Serei eternamente grato ao Corinthians e aos Corinthianos.

Saio com a convicção de haver comandado uma gestão de muitos êxitos. Saio orgulhoso.

Assumi um clube com a autoestima em baixa. A equipe de futebol logo seria deslocada para série B. O ex-presidente, que já estava há 14 anos no poder, renunciara ao mandato em meio a um processo de impeachment, envolvido em acusações de práticas criminosas. As receitas do ano seguinte estavam comprometidas. O então patrocinador de camisas queria renovar o contrato pela metade dos valores.

Era preciso um choque.

A administração que eu e toda Diretoria decidimos implantar tinha por lema o seguinte pensamento: o Corinthians é muito grande! Deve ser tratado como tal! Devemos sempre buscar o melhor possível, sem nos contentarmos com pouco!

E assim se fez.

Queríamos um Estatuto novo, que devolvesse a democracia ao clube. Lutamos, então, pelo mais democrático Estatuto entre todos os clubes do país, com eleições diretas e proibição de reeleição. Hoje, os donos do Corinthians são os associados. Pensamos Corinthians. Pensamos nos associados.

Para crescer, o primeiro passo era aumentar nossas receitas. Contávamos com nossa marca e nossa Fiel Torcida. Investimos em marketing. Apostamos na paixão incomparável do Corinthiano. Resultado: ganhamos parceiros; aumentamos nossos patrocínios; multiplicamos os produtos licenciados; combatemos a pirataria; criamos as lojas Poderoso Timão para facilitar o acesso do torcedor a produtos oficiais. Nossa marca, hoje, é a mais valorizada. Nossa receita, a maior entre clubes de futebol do país. Pensamos grande.

O parque social carecia de profundas reformas e melhorias. Cuidamos com carinho da Praça Central e acessos; das quadras de tênis; da academia; das churrasqueiras; do Miniginásio; dos campos e vestiários do Canindé; da enfermaria; das quadras; do parque aquático. O clube é nosso. Pensamos na gente.

Era preciso facilitar a vida da nossa torcida para acompanhar o time no estádio. Criamos o programa Fiel Torcedor, evitando filas e assegurando praticidade e comodidade na aquisição de ingressos. Pensamos Corinthians. Pensamos na Fiel.

Queríamos um craque do futebol. Trouxemos o maior. O atleta três vezes eleito melhor do mundo. Maior artilheiro das Copas do Mundo. Um Fenômeno, enfim. Pensamos com ousadia.

Almejamos um time vencedor. Construímos uma base forte. Montamos o time que mais fez pontos nos últimos três campeonatos brasileiros somados. Pela primeira vez na história, disputaremos a Taça Libertadores pela terceira vez consecutiva. Foram duas finais de Copa do Brasil, com uma conquista. Foram duas finas de Paulista, com uma conquista. Sempre soubemos que um grande time se faz em médio prazo, com paciência, perseverando. Como recompensa, destaco o recém-conquistado Campeonato Brasileiro de 2011. Pensamos Corinthians.  

Decidimos investir no Futsal; na Natação; nas Artes Marciais. Trouxemos, então, o treinador Campeão do Mundo (PC de Oliveira); uma atleta Campeã Mundial (Poliana Okimoto) e o atleta brasileiro mais vencedor dos Jogos Pan-americanos (Thiago Pereira); o maior lutador da história (Anderson Silva). Pensamos positivo.

Elegemos como prioridade a construção de um Centro de Treinamento para o time de futebol. Construímos, então, o mais bem estruturado do país. Pensamos alto. Fizemos o melhor de todos.

Desejávamos realizar o sonho do Estádio. Estamos construindo um dos mais modernos do mundo, onde se realizará a partida de abertura da Copa do Mundo. Pensamos Corinthians. Pensamos no Corinthiano.

Em razão desses exemplos e de outras atitudes positivas, não tenho dúvidas de que a autoestima do Corinthiano foi recuperada. O gigante levantou-se, a espinha ereta, o queixo erguido, e, olhando pra frente, voltou a caminhar na estrada certa.

Equívocos, claro, podem ter acontecido nesse período. Sempre digo que jamais almejei a perfeição. E que, pelo menos, saibamos aprender com a lição.

Mas os acertos, que foram em grande maioria, devem-se à compreensão de que para administrar o Corinthians é preciso pensar Corinthians. E pensar Corinthians é pensar grande.

Como Corinthiano, torço para continuarmos crescendo.

Afinal, aqui é Corinthians!

Andrés Navarro Sanchez

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Comemore o Penta Corinthiano...

...Mas não esqueça do mais importante: Corinthiano não vive de títulos, vive de Corinthians! Vai Corinthians!

Foi pra você Doutor Sócrates

O Campeonato Brasileiro de 2011, chegou ao seu final e o Corinthians finalmente pode comemorar seu quinto título e talvez o que teve mais identificação com sua história. Honrando as palavras de seu presidente mais famoso, o Corinthians foi campeão só quando o jogo terminou. Era  para  ser um dia feliz e provavelmente seria, o mais feliz  do ano, que colocaria a última  pá de cal em um período de acontecimentos pouco felizes para a Nação Corinthiana.
Esse período teve início no final do último ano, quando o time chegou a derradeira rodada do Brasileirão como líder e saiu do campeonato apenas com a terceira  colocação, passou pela eliminação precoce contra o Tolima  da Colômbia, na Libertadores da América e a despedida de Ronaldo, Jucilei e Roberto Carlos. O último saiu de forma  traumática do Parque São Jorge. Somou-se a isso o vice campeonato paulista e as turbulências geradas por estes acontecimentos.
Mas como diz  a  sabedoria popular: Nada como um dia após o outro e o alvinegro se superou e com um time sem estrelas surpreendeu no início do Brasileirão, sempre se mantendo entre os classificados para  a Libertadores, conquistando marcas históricas e se mantendo na liderança na maior parte da competição. Entretanto, nada disso teria valor se o Corinthians não chegasse ao penta campeonato e isso quase se confirmou nas últimas rodadas, quando o time se manteve na ponta, mais por conta da  raça do que por jogar o futebol que encantou o país no início do campeonato.
Poderia ter sido campeão em Floripa, onde aliás o então técnico do adversário bradou que o time paulista não levaria o título - suas palavras foram  confirmadas, mais por méritos de terceiros do que de seu time - , mas quis o destino que a  confirmação viesse apenas no dia 4 de dezembro, última rodada no Pacaembu, diante do maior rival o Palmeiras e tudo apontava para que essa fosse a data mais feliz do time no ano, mas não foi bem assim.
Para a tristezada Nação o país acordou naquele dia  com uma  notícia triste. Naquela madrugada  falecera, o  ex jogador e eterno ídolo corinthiano, Sócrates. De certa  forma, a notícia que caiu como uma bomba sobre todos os corinthianos e também os amantes do futebol arte, a morte do doutor  Sócrates, acabou sendo  uma  motivação para a conquista. Era preciso ganhar o penta para dedicá-lo ao grande líder da Democracia  Corinthiana, que revolucionou  nosso futebol.
O relógio apontava 17 horas, o Pacaembu estava lotado e a Fiel prestava suas últimas homenagens ao etrno camisa 8. Faixas, bandeiras e muitos cartazes lembravam o ídolo e já avisavam o título seria para homenagear  Sócrates. Durante o um minuto de silêncio antes da partida, os jogadores e também os torcedores ergueram os punhos direito para homenagear o ex jogador, lembrando sua comemoração característica.
O jogo foi sofrido e equilibrado com o Palmeiras dominando o primeiro tempo, mas esbarrando na forte defesa corinthiana, no segundo  tempo a lógica se inverteu e o Corinthians passou a abusar do direito de perder gols. Jogou grande parte do segundo tempo com um a mais, mas não  soube aproveitar a vantagem numérica. mas não era  necessário vencer para ser campeão. 
Naquele dia, não vencer  já era goleada e foi isso que aconteceu. O empate foi o suficiente para a conquista de mais um campeonato que abre agora  uma nova fase na história corinthiana e também homenageia da melhor forma possível, o Doutor  Sócrates, que  tempos atrás em uma entrevista  comentou que gostaria de morrer em um domingo de futebol com o Corinthians sendo campeão, como nada é perfeito o doutor só morreu na hora errada, mas certamente festejou muito lá do céu, ao lado de São Jorge, mais um título para o time do povo e da democracia, que ele tanto amou e respeitou. Valeu Doutor, essa conquista também é sua.