sexta-feira, 25 de abril de 2014

Novo rico não é gigante



Li em um site esportivo uma lista com alguns times europeus classificados pelo autor do texto como gigantes, mas que ainda não conseguiram conquistar a UEFA Champions League. Sinceramente, vendo a lista apresentada não vejo nenhum gigante nela, mas sim “novos ricos” que com o tempo, poderão se agigantar.


A relação começa com o Manchester City, um dos principais times ingleses da atualidade, que teve sua história turbinada pelo dinheiro dos árabes, o time é presidido por Khaldoon Al Mubarak, empresário milionário dos Emirados Árabes Unidos que atua no setor da construção civil.


Mesmo com os cofres cheios, falta aos Citizens uma vasta sala de troféus com conquistas importantes que não se resumem a UEFA Champions League, ainda lhe falta muita história e muitas glórias para que o time azul de Manchester chegue ao grupo onde seu maior rival já está há anos.


O mesmo serve para o também inglês Arsenal, que atualmente enfrenta um longo jejum de títulos que pode ser encerrado no próximo dia 17 de maio, quando os Gunners disputam a final da Copa da Inglaterra. Mas não será a conquista dessa competição que fará o time do norte de Londres um gigante europeu, ainda lhe falta lastro para isso.


Dinheiro e estrutura para chegar a ser um gigante o time tem. Stan Kroenke, proprietário de uma empresa voltada para a gestão esportiva proprietária de várias franquias esportivas dos Estados Unidos como o Denver Nuggets, da NBA, o Colorado Rapids, da MSL, Colorado Avalanche, na NHL, o Colorado Mammoth da Liga Nacional de Lacrosse e o Saint Louis Rams da NFL.


Outro que aparece na lista é o Paris Saint-German, que hoje tem um elenco estrelado, mas ainda lhe falta conquistas de peso, que também transpassam a UEFA Champions League. O time francês, que foi recentemente adquirido por Nasser Al-Ghanim Khelaïfi, empresário do Qatar e por isso hoje é um dos times mais ricos do mundo, mas ainda falta-lhe lastro para ser taxado como gigante europeu.


Ainda nesse grupo existe o “francês” Mônaco, que também foi adquirido por um grande empresário europeu, tornando-se mais um dos “novos ricos”, mas ainda lhe faltam conquistas importantes e história, para deixar seu grupo atual e figurar entre os gigantes.


Para fechar o grupo tem ainda o Atlético de Madrid, que tem um histórico parecido aos demais e que também é controlado por um empresário que não tem problemas com a questão financeira. O time espanhol, já conquistou até o Mundial na década de 70, ainda não tem títulos suficientes para figurar entre os gigantes do velho mundo.


A meu ver, dos novos ricos o que está mais estruturado para chegar ao grupo dos gigantes é o Chelsea, que tem um histórico parecido com os demais já citados, mas por ter mais tempo de organização e planejamento já vem começando a conquistar os resultados que o levarão em breve ao grupo dos gigantes. O time londrino, que ganhou a Champions na temporada retrasada e agora ainda tem chances do bi campeonato.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

A graça do futebol

Atire a primeira pedra, o torcedor de um time que nunca foi beneficiado por um erro de arbitragem. Escrevo isso, devido aos acontecimentos do futebol brasileiro, mais precisamente carioca nos últimos dias. No último domingo, 13, o Vasco vencia a decisão do estadual e com o resultado seria finalmente campeão carioca, depois de tantos anos. Entretanto, o Flamengo conseguiu empatar a partida no final e com o resultado o título ficou na Gávea, ao invés de seguir para São Januário.

Foi o suficiente para que muitos vascaínos e não vascaínos começassem a criticar a arbitragem. Esse comportamento, que é típico de qualquer torcedor de qualquer time, ainda que justificável. O Vasco, aproveitou-se da situação e usou o episódio para unir a torcida na partida seguinte, quarta-feira, 16, contra o Resende pela Copa do Brasil. Pediu aos torcedores que fossem ao jogo vestidos de preto e fez uma ampla campanha facilitando o acesso aos ingressos. 

A medida surtiu efeito e o estádio ficou lotado. Jogando com o forte apoio da torcida e contra um time bem mais fraco, a equipe cruz maltina dominou o jogo e chegou até a abrir o placar, mas erroneamente, a arbitragem anulou alegando impedimento. Já no segundo tempo, o Vasco, que não se classificava com o empate, abriu o placar em uma cobrança de pênalti, surgida de um lance "inventado" pela arbitragem.

Ao final da partida, com a vitória simples, o Vasco segue na Copa do Brasil. A meu ver, o resultado da Copa do Brasil, acaba por colocar em xeque, todo o alvoroço que os vascaínos fizeram na final do Carioca. Lá perderam o caneco, devido a um equivoco da arbitragem, agora na competição nacional, conseguiu a classificação da mesma forma. É evidente que o Vasco e sua torcida vão negligenciar essa coincidência, que faz parte do futebol, mas que o que prejudicou o time alvinegro no domingo acabou por beneficiá-lo na quarta. O futebol também é feito de histórias como essa.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Trocando o bife pelo boi



O recente anúncio do afastamento da jornalista Rachel Shererazade, âncora do Jornal do SBT, rapidamente ofuscado pelo anúncio das férias da profissional, trouxe novamente para a sociedade, o debate sobre a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. O caso foi visto por muitos como sendo censura por parte do governo, que não “gostou” das declarações da moça.

Para esses é necessário esclarecer que não houve censura nesse caso, o que, aliás, é confirmado justamente pelo anúncio da emissora paulista e também da própria jornalista, que ressaltaram as férias delas, para justificar o “afastamento” da mesma. Independente das férias o que, aliás, é um direito garantido por lei à qualquer trabalhador, é necessário lembrar que uma punição para a Rachel é algo completamente dentro da lei e não tem nada de censura.

Alegar censura para isso, é demonstrar desconhecimento da realidade, ou como dizem alguns estudiosos da comunicação, é “trocar o bife pelo boi”. Se Rachael fosse censurada, como querem afirmar, todos os já famosos vídeos com os comentários dela, seriam retirados do ar. Não apenas o que motivou a história toda, onde ela faz apologia ao crime, ao justificar a ação dos “justiceiros”.

Apologia ao crime, também é considerado crime e assim sendo, quem o pratica deve sim ser punido. Rachel teceu comentários sobre os mais variados temas. Do carnaval ao “rolezinho”, incluindo ai a ação dos justiceiros e somente nesse houve reação a ponto de pedirem punição à jornalista. Eu particularmente tenho críticas a Rachel em todos esses comentários, mas isso é assunto para outros textos, que não esse.

Uma punição para Rachel é sim, explicável e entendível, quando percebemos que ela além de “atropelar” o Código de Ética dos Jornalistas e ainda desrespeitou a legislação ao fazer apologia ao crime.

O Código de Ética dos Jornalistas afirma:
Art. 6º É dever do jornalista:

I - opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;
X - defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito;
XI - defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, dos adolescentes, das mulheres, dos idosos, dos negros e das minorias;
Art. 7º O jornalista não pode:
V - usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime;

Rachel Shererazade conseguiu em poucos minutos ignorar todas essas determinações do código de ética de sua profissão, cometeu crime ao fazer apologia ao crime e ainda tem gente achando que é absurda a possibilidade dessa senhorita ser punida? Não dá pra acreditar nisso.

domingo, 6 de abril de 2014

A contradição política brasileira


Atualmente a imprensa brasileira dedica boa parte de seu espaço as notícias sobre o envolvimento de políticos com empresários "enrolados" com a justiça e que seriam financiadores de muitos políticos que tem mandatos. As notícias dão conta de casos de políticos financiados por empresários acusados de lavagem de dinheiro, desvios de verba pública e de tráfico de influência entre tantos outros desvios éticos, morais e principalmente legais.


Além dos casos noticiados recentemente pela imprensa, é comum encontrarmos críticos do atual governo alegando a existência de esquemas para beneficiar empresários que financiem campanhas de determinados partidos e ou candidatos. É como se diz no jargão popular, "a cobrança das faturas". Por isso, é fundamental que a sociedade atue de forma incisiva para implantar de forma séria e definitiva a tão sonhada e propagada reforma política.


Entre as muitas bandeiras defendidas na proposta de reforma apresentada por diversas entidades sociais, está a proibição do financiamento privado de campanha, que inclusive está parado no Supremo Tribunal Federal (STF), devido ao pedido de vistas do processo solicitado pelo ex-presidente da casa, o ministro Gilmar Mendes. De certa forma, ainda que a votação do caso não tenha sido concluída, a corte já formou maioria, uma vez que dos 11 ministros, sete já votaram, sendo seis a favor da proibição e um a favor, mas ainda é preciso que a votação seja concluída para que ela passe a valer.


Os casos agora denunciados pela imprensa mostram a real necessidade de se proibir essa prática que atrapalha a democracia e a transparência na política. No cenário atual, o forte financiamento feito pelas grandes empresas, além de desequilibrar a disputa eleitoral ainda possibilita que muitos empresários que financiam os candidatos eleitos, cobrem depois essa conta conseguindo vantagens econômicas, com esquemas como os que agora ganham espaço na imprensa.


Por isso, é fundamental que se mude a forma de financiar as campanhas eleitorais que são a cada novo pleito mais caro, atingindo cifras astronômicas. Isso amplia as possibilidades de repetir casos de corrupção como os já famosos mensalão - petista e mineiro -, cartel de trens e metrôs em São Paulo, amizades e proximidades esquisitas com contraventores e tantos outros de amplo conhecimento popular.


Assim sendo é primordial que as doações para as campanhas sejam limitadas as pessoas físicas e não mais jurídicas além de limitar tais recursos a um valor já pré-estabelecido. A proposta mais difundida limita a R$ 700,00 por Cadastro de Pessoa Física (CPF). A contradição brasileira contemporânea se dá justamente nesse ponto. Boa parte da população que hoje faz seu dever cívico de cobrar esclarecimentos sobre esses fatos é contrária ao fim da prática de financiamento privado de campanhas.


Não sabem, ou fingem não saber que o financiamento privado de campanhas, serve para alimentar esse círculo vicioso, possibilitando a repetição e a perpetuação dos escândalos de corrupção na política. São esses financiamentos que alimentam esses esquemas escusos que tantos danos geram a nossa sociedade. É preciso que a sociedade acorde para essa realidade. É preciso mudar essa questão para transformar a sociedade, possibilitando a ampliação da transparência política.