sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Fez-se justiça

Como era esperado, a presidenta Dilma, vetou o projeto de lei aprovado no Congresso que alterava a distribuição dos royalties, prejudicando os estados e municípios produtores. A decisão evita injustiças  comquem sofre os maiores impactos para a produção do petróleo. Não tem lógica querer que quem produz a riqueza, seja  obrigado a dividi-la de forma igualitária a quem não produz e por tanto, não sofre os impactos gerados por essa indústria.

É evidente que tantos estados e municípios precisam garantir recursos para se manterem e se desenvolverem, mas não faz sentido que eles ganhem essasverbas vindas de riquezas dos outros. Por isso, o veto a proposta era  o correto. É preciso saber  dividir essas questões. O  impacto gerado pela indústria  do petróleo, precisa  ser compensado e por isso existem os royalties, dessa forma, não existe justificativa para que quem não sofra tais impactos.

Com a decisão, o respeito aos  contratos foram mantidos, afastando de vez os problemas financeiros que esse atropelo provocaria  na economia  e garante ao governo federal a realização de leilões baseado nesse modelo em 2013 e evita uma batalha jurídica entre produtores e não  produtores.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Que meritocracia é essa?

Já faz tempo que escuto muitos falarem sobre a meritocracia, que a única forma de a sociedade se desenvolver é priorizando a mesma. Entretanto, por mais perfeita que seja a definição deste termo, acredito que a mesma funcione somente no campo teórico, tendo em vista que muitas vezes onde o lógico seria valorizar tal prática ela acaba sendo solenemente ignorada.

Cito aqui alguns casos de equipes esportivas, que se encaixam perfeitamente no desmonte da valorização dessa chamada meritocracia. Lembro da equipe de vôlei feminino, de Osasco que foi patrocinada pelo BCN, até que este banco foi comprado pelo Bradesco que rebatizou a equipe, com o nome de FINASA, que mantém o patrocínio até a temporada de 2008, quando resolve parar de patrocinar o esporte profissional, ignorando as conquistas da equipe, que venceu torneios e competições em todos os níveis que disputou. Com a saída do patrocinador o time ficou ameaçado de fechar as portas, até conseguir o acordo com a Nestlé, que mantém o patrocínio até os dias atuais.

Outro caso onde a meritocracia foi atropelada, foi no time de futsal do Santos, que contou com grandes estrelas e foi campeão da Liga Futsal, garantindo vaga no Sul Americano, entretanto, a equipe não pode disputar o torneio, pois a diretoria do clube, resolveu encerrar as atividades antes da disputa do mesmo. A alegação dos cartolas santistas era que os planos agora era focar apenas no futebol de campo, masculino, uma vez que até o super time feminino do Santos, que contava com a jogadora Marta foi desfeito. E assim como no futsal, a equipe feminina do campo que ganhou a Libertadores, acabou fechando as portas.

Agora vemos um quarto caso de atropelo da meritocracia, também no futsal. O time do Botafogo/Macaé, criado a partir da parceria entre o Glorioso e o extinto Macaé Sports, que já conquistou um bicampeonato estadual e ainda assim foi encerrado por mudança nos planos da diretoria, anunciou o fim da parceria, o que coloca todos os funcionários da equipe em alerta, uma vez que ao final da temporada, estarão todos desempregados. O detalhe desta equipe é que a mesma está classificada para final do estadual e já sabe que mesmo sendo campeã, será extinta, ou seja, a meritocracia neste caso, "subiu no telhado" com uma antecipação assustadora.

Relatei estes fatos exatamente para mostrar que o discurso meritocrático é até bonito, mas como diz a sabedoria popular, "na prática a teoria é outra". Me pergunto aqui se nos casos esportivos, o objetivo não é conquistar títulos e assim sendo tais méritos precisam ser reconhecidos e incentivados. Infelizmente não foi isso que estes casos demonstraram. A regra básica do marketing esportivo aponta para a seguinte situação. Eu invisto no atleta e ou na equipe e eles divulgam minha marca. Quanto mais conquistas eles alcançarem, mais visibilidade eles terão e assim minha marca também terá essa visibilidade, sendo fixada na rotina do consumidor que passará a comprar, mais produtos da minha marca, criando assim um circulo virtuoso, onde todos ganham. Mas não foi desta forma que estes senhores pensaram, jogando por terra a tão falada meritocracia.

Enquanto nossa sociedade não mudar de comportamento em relação a isso, não será possível aceitar ou entender este discurso que acaba ficando vazio, exatamente por ser ignorado por todos.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O que você vai ser quando crescer?

Recentemente foi divulgada uma pesquisa feita com crianças, sobre qual profissão, eles pretendem ter, quando crescerem. Isso acabou me fazendo lembrar da minha própria história. Quanto ainda era muito pequeno, tinha apenas seis anos, durante uma aula, uma professora perguntou aos alunos o que queríamos ser e em seguida pediu que fizemos um desenho da profissão que tínhamos escolhido para nós.

Lembro de ter falado que queria ser escritor, desde aquela época gostava de ler e também de escrever e por isso respondi que queria segir essa profissão. Pois bem, o tempo passou as coisas mudaram e como toda criança, eu também mudava com muita frequência, quis ser policial, jogador de futebol, médico, advogado, professor e muitas outras profissões e acabei não exercendo nenhuma delas.

Quis o destino que muitos anos depois daquela aula, quando chegou a época de definir o que fazer da vida, eu estivesse planejando outro caminho para ela. Pensava em fazer análise de sistemas e trabalhar com informática, algo que era impensável para aquela criança que com seis anos sonhava em escrever livros. Porém, com a proximidade do vestibular e depois de conversar muito com a família, optei por deixar a informática de lado.

Minha opção acabou sendo o jornalismo e não me arrependo dessa escolha. Hoje trabalho com assessoria de imprensa e ainda que de forma diferente do que aquele menino planejava, continuo a escrever, não são livros, nem de ficção e nem de não ficção. Escrevi matérias, reportagens, artigos, crônicas e textos em gerais, nunca escrevi um livro, talvez ainda faça isso futuramente, mas me considero um escritor sim.

Afirmo isso por entender que jornalistas são também escritores e principalmente por fazer isso como blogueiro, utilizando este espaço, ou o Blog Conexão no Futebol, onde escrevo alguns textos de maneira esporádica. Hoje escrevo este texto lembrando daquele garoto que de certa forma conseguiu ser o que pensava ser o que queria e com relativo sucesso.

Em pouco mais de três anos este blog já teve quase 12 mil acessos e foi lido nos quatro continentes em países tão diferentes quanto a Malásia e a Bolívia, ou a Inglaterra e Angola, o Japão e a Argentina. Ao todo os textos aqui publicados já foram lidos em mais de 60 países, o que com certeza orgulha este escriba e mostra que aquela criança de apenas seis anos, acertou na sua previsão e alcançou seu objetivo. Agora, deixo aos leitores a mesma pergunta: Você conseguiu ser o que queria, quando era criança?

Muita emoção e Vettel campeão.

Foi melhor do que o esperado, muita chuva, fortes emoções, contas e mais contas. Assim pode ser resumido o Grande Prêmio do Brasil deste ano, realizado no domingo (25). Com 13 pontos de vantagem para seu único concorrente, o então bicampeão Vettel largou em quarto, enquanto Alonso iniciava sua corrida apenas na sétima posição.

Com a instabilidade do clima que já marcara o treino do dia anterior, todos sabiam que muita coisa poderia acontecer na corrida e a unica garantia para eles e para a torcida era a de fortes emoções. Logo na largada Bruno Senna tocou em Vettel, fazendo com que o piloto da Red Bull, perdesse várias posições e colocasse em risco sua corrida. O brasileiro, prejudicado pelo acidente abandonou a prova, Pérez, outro envolvido na confusão, teve o mesmo destino que o brasileiro.

O acidente danificou o carro do alemão, que foi obrigado a correr com o problema por toda a prova, uma vez que não era possível consertar essa avaria. A chuva continuava ameaçando e Vettel se via obrigado a fazer outra corrida de recuperação, assim como acontecera em Austin, lá na frente Alonso ia ganhando posições e se aproximando do título.

Entretanto, como o fator emocional seria determinante para a definição do campeão da temporada, a cada volta, aconteciam mudanças na classificação da prova e assim a disputa do campeonato também ia sofrendo alterações. Alonso continuava brigando por um lugar no pódio, o que fazia dele, temporariamente, campeão, mas lá atrás Vettel, mostrava todo seu talento conquistando posições e ameaçando o sonho espanhol.

Como era esperando tanto a Ferrari, quanto a Red Bull utilizaram o jogo de equipe, para beneficiar seus pilotos que buscavam o título, porém desta vez, o jogo respeitou o fair play. Com isso Massa deu lugar a Alonso, que foi para o segundo lugar e Vettel, ganhou a posição que era de Weber.

Faltando uma volta para o término da corrida, Vettel era o sexto colocado e Alonso o segundo. Com esse resultado, o alemão se tornaria o mais jovem tricampeão da história da F1 e o terceiro piloto a conquistar o tricampeonato seguido, até então, apenas Fangio e Schumacher, que se despediu em definitivo da categoria hoje, conqusitaram este feito.

Nesta última volta o tempo e o fator sorte, garantiram o tricampeonato para o piloto da Red Bull, pois Paul Di Resta, da Force Índia, deixa o carro escapar e bate no muro, provocando a entrada do carro de segurança. Assim a corrida termina sem que possam acontecr ultrapassagens e com a manutenção das posições Sebastian Vettel se torna tricampeão, por apenas três pontos de diferença.

A corrida foi vencida por Jason Button da McLaren, que fez uma ótima prova e herdou a ponta após a batida envolvendo Hamilton e Hulkenberg, da Force Índia.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A cara de pau da imprensa

Lá em 2006, quando estava na reta final do meu curso de Comunicação Social na Universidade Candido Mendes, em Niterói. Elaborei com a ajuda da professora Renata Feital, que foi minha orientadora o Trabalho de Conclusão de Curso com o tema: "A Critica de Mídia no Brasil", onde fiz uma séria análise sobre os meios existentes para se garantir a qualidade da informação transmitida pela imprensa em nosso país, focado principalmente no trabalho do Ombudsman - profissional que tem a função de avaliar erros e acertos dos veículos de comunicação e que é pouco utilizado no Brasil. 

Na próxima semana começarei a publicar aqui nesse espaço, uma série artigos resumindo cada passo do trabalho de seis anos atrás. Esse é um projeto que já estava sendo gestado independente dos fatos ocorridos nas últimas semanas e que motivam a publicação deste texto.

A divulgação do relatório final da CPI, conhecida como CPI do Cachoeira, que investiga as ligações deste senhor, conhecido contraventor, com políticos e empresas, mostra que nossa imprensa, assim como toda a sociedade ainda tem muito o que evoluir em vários aspectos. Como este observador foi criado a partir do trabalho apresentado lá em 2006, é evidente que seu foco é analisar os "amigos de categoria" e é isso que fazemos aqui.

O comportamento da chamada grande mídia, pode muito bem ser resumida nos títulos dos editoriais de hoje (22), de dois dos maiores jornais do país. A Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo. Os dois são concorrentes, mas em muitos casos, parecem agir - em uma forçada comparação - com as máfias italianas, que viviam brigando entre si, mas quando existiam "interesses maiores" esqueciam as diferenças e se uniam pelo "bem de todos", mostram que sim, a imprensa hegemônica tem lado e representa os conservadores, que tanto atraso trouxeram ao nosso país nesses 512 anos de história.

O jornal da família Frias, classificou o trabalho da CPI como algo que não deve ser levado a sério ("A CPI da insensatez") e o Estadão foi mais longe ao relacionar o trabalho da CPI com, a tão famosa quanto arcaica   "Pena de Talião", do "Olho por olho, dente por dente", do Código de Hamurabi, que regeu a sociedade babilônica. Tudo isso aconteceu por que o relatório pede o indiciamento de um jornalista que tem ligações perigosas com o senhor Cachoeira, que era sua "fonte" e lhe deu muitos "furos jornalísticos", a ponto de utilizar o jornalista da Veja para plantar notícias, querendo derrubar alguns políticos de seus cargos. Gravações da PF mostram o interesse de Cachoeira, na publicação de matéria para forçar a demissão de um agora ex ministro do governo Dilma, envolvido em escândalo.

O endurecimento da mídia com esse resultado, mostra que a mesma está contaminada por um triste corporativismo, que somente prejudica a categoria e a sociedade. É preciso que o senhor Policarpo Júnior, se explique quanto a sua relação com o senhor Cachoeira e por isso ele deve ser investigado sim. O mesmo serve para o senhor Gurgel, Procurador Geral da República que engavetou tempos atrás, os documentos referentes a operação Vegas, da Polícia Federal e que acabou motivando a Operação Monte Carlo, que por sua vez deu na CPI, agora criticada pela imprensa. 

Cresci, ouvindo a sabedoria popular que afirma: "Quem não deve, não teme", portanto senhores, esclareçam os fatos e quem tiver culpa que seja punido. Não criem cortinas de fumaça para jogar para debaixo do tapete a sujeirada, que existe na nossa sociedade cada dia mais hipócrita. Não faz sentido adotar o discurso de que a CPI seja um instrumento de "vingança" por parte do governo, por conta do que aconteceu com o mensalão, isso soa tão surreal, quanto os petistas afirmarem que o julgamento do Mensalão ou da ação 470, de a este processo o nome que quiserem, como sendo algum tipo de retaliação ao Partido dos Trabalhadores, isso não funciona mais, a sociedade não aceita isso.

Alguns lembraram que o relatório "livra a cara" do governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz, que é do PT, entretanto, é necessário lembrar que o mesmo foi investigado e não foi indiciado por que não foram encontrado indícios para tanto - a mesma justificativa que o Gurgel utilizou para arquivar a operação Vegas -, assim sendo não há motivos para estardalhaços em relação a este fato. E para encerrar, é preciso também lembrar que assim como no caso do mensalão, a investigação é supra partidária, até por que existem políticos do PT, como é o caso do prefeito de Palmas e também de aliados do governo, como é o caso da Delta.

Torço para que a imprensa inicie o quanto antes a focar apenas no seu trabalho, reconhecendo e assumindo seus erros, sem criar factóides para proteger amigos, aliados e ou parceiros como é o caso agora. Ao contrário do que tentam passar não existe fundamento em citar liberdade de imprensa e ou de expressão para justificar o comportamento duvidoso do senhor Policarpo Júnior e por isso ele deve sim explicações a sociedade, assim como seus superiores.  

domingo, 18 de novembro de 2012

Mais uma do Dick Vigarista

A Ferrari, mostrou mais uma vez que pode estampar em seus carros, a figura de Dick Vigarista, famoso personagem do desenho "Corrida Maluca", que para vencer tramava trapaças fabulosas, que nunca davam certo. A "trapaça" italiana da vez foi trocar a caixa de marcha do carro de Felipe Massa.

Com essa alteração no carro do brasileiro, Massa perdeu cinco posições na largada, caíndo para a 11ª posição no grid. Assim Fernando Alonso ganhou uma posição largando em 7º e do lado limpo da pista, o que minimiza os riscos da largada. 

Em comunicado oficial a equipe de Maranello afirma que a decisão é estratégica para beneficiar o espanhol maximizando seu potencial de largada, já que Alonso ainda está disputando o campeonato com o alemão Vettel. Ainda segundo a Ferrari, a decisão foi acordada entre os pilotos, sustentando que os interesses da equipe estão a cima dos interesses dos pilotos.

Felipe se mostrou compreensível com as razões por trás dessa decisão e mais uma vez acatou a decisão da equipe, infelizmente mostrando mais uma vez que é conivente com as tramoias italianas, que tanto marcaram a passagem de Rubens Barrichello pela mesma equipe.

Infelizmente a FIA, hoje dirigida por um ex funcionário da equipe italiana e a organização da Fórmula 1, também são coniventes com essas trapaças, que tanto marcam e continuam marcando a história da equipe do Comendador.

É Hepta!

Brasil Heptacampeão Mundial de Futsal - Reuters

Foi um jogo dificil e disputado, como aliás já era previsto por quem acompanha o futsal mundial. Brasil e Espanha reeditaram em Bancok, na Tailândia, a final da Copa do Mundo de quatro anos atrás, no Rio de Janeiro.

A partida começou de forma bastante disputada, mesmo com as duas equipes priorizando estudar o adversário. Os espnahóis mostraram mais volume de jogo e rapidamente dominaram as estatísticas, já o Brasil se posisionou de forma a explorar os contra-ataques, com isso, foram poucas as chances reais de gol de ambos os lados.

Para o segundo tempo, o técnico Marcos Sorato colocou Falcão em quadra e com isso nossa seleção ganhou mais ofensividade passando a sufocar o adversário. O sufoco funcionou e aos cinco minutos do segundo tempo, o jogador Neto (que disputou o prêmio de melhor jogador da competição), abriu o placar, batendo de primeira no canto esquerdo do arqueiro espanhol.

Mas a festa não durou muito tempo e cinco minutos depois Torras, aproveitou um rebote para igualar o marcador. O gol desorganizou o Brasil e a Espanha virou a partida em seguida. Com a vantagem no placar a Espanha voltou a pressionar e assutou novamente a seleção ao acertar um chute no travessão, após uma cobrança de falta.

Faltando poucos minutos para o fim da partida, a seleção brasileira optou por jogar com o goleiro linha, ampliando o poder ofensivo, mas abrindo mão da defesa. Após esta mudança, o Brasil chegou ao gol de empate com Falcão, o melhor jogador de todos os tempos acertou um belo chute para marcar seu 340º gol com a camisa da seleção (ampliando a marca que faz dele o maior aritlheiro das seleções brasileiras).

Após o empate foi a vez de o Brasil ampliara pressão e buscar o gol que daria o título a equipe, sem a necessidade da prorrogação, mas ele não veio e o grito de hepta, ainda teve que esperar mais um pouco para tomar as ruas.

Veio a prorrogação e com ela um primeiro tempo disputado, mas sem gols, o que indicava nova decisão por pênaltis (como aconteceu quatro anos atrás no Rio de Janeiro). Porém, faltando 19 segundos para o fim, Neto mostrou novamente por que merece o prêmio de melhor jogador do Mundial e após uma bela arrancada pela esquerda, emendou um chute indepensável para o goleiro Juanjo. O jogo estava ganho e o Brasil pode finalmente comemorar mais uma conquista do nosso futsal.



quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Carta Aberta aos Deputados Federais

O episódio ocorrido na noite de ontem , 6 de novembro na Câmara dos Deputados em Brasília foi, mais do que vergonhoso, foi um crime. Aprovar a mudança na partilha dos royalties gerados pela indústria petrolífera é algo que transpassa a legalidade e beira a insanidade. Não existem argumentos lógicos para defender esta causa. Os recursos referentes aos chamados royalties do petróleo devem permanecer com os produtores desta riqueza e não ser dividido entre todos as unidades federativas do país. 

Aos que alegam que o subsolo pertence à União e por isso é correto que e faça tal mudança, lembro aqui que tal argumento serve também na questão dos royalties da mineração e defender que cidades não produtoras de minérios, ganhe dinheiro com essa indústria em detrimento de cidades como Ipatinga em Minas Gerais e ou cidades do Pará, que é um dos estados onde esta indústria tem forte presença.

O mesmo se aplica na questão petrolífera. Não tem lógica que cidades não produtoras desses recursos naturais tenham algum tipo de compensação financeira por parte das empresas do setor. Cada município e ou estado deve buscar meios de gerar recursos financeiros com o que pode produzir e não tirar proveito de riquezas vizinhas. Por isso, volto a afirmar que a votação de ontem foi a "legalização" de um assalto aos cofres públicos.

Outra questão que foi ignorada ontem, foi a questão do respeito aos contratos já celebrados. Com o comportamento dos parlamentares ontem, voltei imediatamente a 2001, quando o discurso dos opositores do PT apostava no medo de que um possível futuro governo petista não respeitasse os contratos vigentes, o que segundo eles traria uma série de problemas para a economia do país. 

Pois bem, o tempo passou. Veio a eleição, a vitória de Lula, que quatro anos mais tarde se reelegeria e na eleição seguinte faria sua sucessora. Os contratos vigentes foram todos respeitados, a economia não desandou, pelo contrário. E a oposição, mudou de discurso, ou pelo menos de prática e agora atropela os contratos existentes e tudo isso pensando apenas nos dividendos que o setor gera e que com este monstrengo jurídico, parte dele cairá nos bolsos de quem não os merece.

Espero que a presidenta Dilma vete este absurdo e que caso isso não aconteça, os nobres senhores do Supremo Tribunal Federal (STF), capitaneados pelo novo Herói Nacional, façam justiça e garantam a não aplicação dessa covardia pretendida pelos parlamentares. 

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Mais um luto na imprensa

Na última quarta-feira, foi às bancas a última edição do tradicional Jornal da Tarde, que pertencia ao Grupo Estadão. Foi o último episódio da rica história deste jornal que marcou a hsitória da imprensa paulista e brasileira e agora toma o mesmo rumo que outros símbolos do jornalismo brasileiro, como o Jornal do Brasil, que encerrou sua edição impresa em 2010 (aqui) e (aqui).

Com isso, a lista de jornais tradicionais que encerraram suas atividades, ganha agora mais um nome e deixa preocupado, que se interessa pela história do jornalismo brasileiro. Entre os impressos que marcaram nossa história e pararam suas prensas temos o Diário Carioca, o Diário de Notícias, o Última Hora, o Correio da Manhã, o Jornal do Brasil, entre outros e agora o Jornal da Tarde.

Cada um desses nomes, marcaram a história do nosso jornalismo de uma maneira diferente. Grandes profissionais estiveram presentes em suas redações. A cada notícia de encerramento de suas atividades, os jornalistas devem refletir sobre os rumos que o jornalismo e a comunicação está tomando no Brasil. Não apenas em relação aos jornais, mas também nas outras formas de comunicação.

Nosso jornalismo está a cada dia com uma qualidade inferior a de tempos atrás, assim sendo é hora de a categoria assumir este debate para buscarmos o resgate do jornalismo, mais voltado para a qualidade da informação, onde o tempo e os interesses financeiros não se sobreponham de maneira tão avassaladora sobre as práticas dessa profissão que é ao mesmo tempo um arte e uma profissão de fé.

Desrespeito com o dinheiro público

Todos sabem que a ideia de lançar o Rio de Janeiro como candidata a sede do Pan Americano, lá em 2007, era o início de uma caminhada que agora já tem data para o seu término, que será em 2016, quando a cidade maravilhosa receberá os Jogos Olímpicos.

Entretanto, o tempo mostrou que planejamento não é o forte dos senhores resonsáveis por essa empreitada. Afinal seria lógico que muitos dos aparelhos utilizados lá atrás, fossem novamente ocupados pelas competições em 2016, entretanto, isso não acontecerá.

A "organização" dos jogos, destruirá e ou abandonará vários locais de competição para construir novos. Entre eles, podemos citar aqui dois locais, que custaram muito caro aos cofres públicos e ao que tudo indica, não serão reaproveitados. Me refiro ao Velódromo, que será desmontado para que outro, mais moderno seja construído, gastando ainda mais recursos públicos. A nova arena do ciclismo será construída a poucos metros da atual. 

No local da atual arena das bicicletas, será construído um novo parque aquático. Não satisfeito em não ter aproveitado o tradicional Júlio Delamare, no Maracanã para o Pan daquele ano, quando preferiu construir o Parque Aquático Maria Lenk, que ao que parece, não estará na Olímpiada, pois deve ser substituído pelo parque que será construído em Jacarepaguá.

Somente a construção do novo Velódromo do Rio, terá um custo estimado em R$ 134 milhões, sendo que para reformar o atual o custo estimado cairia para R$ 126 milhões. Ao que parece, a diferença de R$ 8 milhões é encarada como "míseros trocados" por estes senhores.

Assim como vem acontecendo com as obras da Rio 2016, podemos ver na cidade, alguns problemas sérios, ainda que desnecessários em relação as obras da Copa de 2014. Em relação ao mundial, a novidade do governo Sérgio Cabral é defender que o Maracanã, seja reformado e que tanto o estádio Célio de Barros, que já abrigou grandes provas de atletismo e também treinos de atletas importantes como João do Pulo, seja demolido para ser construído alguns metros a frente. 

O mesmo aconteceria com o Parque Aquático Júlio Delamare, que assim como os estádios de futebol e atletismo, já abrigou grandes competições. No caso do Célio de Barros e do Júlio Delamare, eles dariam lugar a estacionamentos, o que é um absurdo, pois tais vagas poderiam ser cosntruídas nos locais onde o projeto exige que sejam recosntruídas essas duas arenas.

Esse comportamento demostra que estes senhores não respeitam nem os cofres públicos e nem a história do esporte e da cidade. São esses senhores que querem transformar o país em uma potência esportiva, mas não percebem e ou fingem não perceber que caso esse dinheiro não fosse jogado fora, mas aplicado de maneira responsável na construção de espaços para desenvolver o esporte, poderíamos alcançar esse objetivo de maneira mais rápida.