domingo, 30 de agosto de 2009

Mais um partido híbrido

Muito antes da crise que assola o cenário político brasileiro, ganhar as manchetes e provocar mais um debate sobre a coerência dos partidos com as ideologias que os criaram, já era comum vermos partidos que podem ser classificados como híbridos, ou como esta na moda ultimamente "totalflex". Era e continua sendo comum, vermos partidos pequenos, muitas vezes classificados também como partidos de aluguel, atuando de forma híbrida, ou seja, mudava de rumo se adaptando a situação do momento.
Mas, além de vários partidos pequenos nesta situação temos também alguns grandes como é o caso do PMDB, que sempre esteve no poder desde a redemocratização, independente da linha política do partido que "encabeçou" o governo. Talvez o mais novo exemplo de partido híbrido seja o Partido Verde, afinal o PV do deputado Gabeira, famoso por lutar contra ditadura ao lado da esquerda brasileira, hoje se aproxima de partidos como PSDB, PP, DEM, PR entre outros.
O Partido, que surgiu com a bandeira da ecologia e do desenvolvimento sustentável, já foi próximo até do governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, "premiado" pelo Greenpeace com a "Motosserra de Ouro". Isso mostra como o comportamento do partido do deputado Gabeira, que afirma lutar pela moralização e coerência na política, esquece o discurso em nome do poder.
O mais lamentável desta história é que a senadora Marina Silva ex Ministra do Meio Ambiente tenha deixado o partido que fundou para entrar neste partido flex. Afinal, Marina deixou o ministério por discordar da aproximação que o governo vinha fazendo com os grandes produtores rurais, deixando de lado a causa ambiental.
Já que outro assunto em voga no cenário político é a reforma eleitoral, é preciso que todos os partidos façam antes uma reforma interna, aproximando mais os ideais que fundaram os mesmos das práticas atuais, deixando assim, claro para o eleitor e o filiado, quem é quem. Caso contrário, de nada adiantará fazer uma reforma política, pois a classe política e os partidos continuarão desacreditados.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Relembrando os velhos tempos

Recentemente, após uma reunião com vários colegas de profissão para tratar da I Conferência Regional de Comunicação do Norte Fluminense, eu e mais três amigos jornalistas acabamos relembrando os anos 80, quando a maioria de nós éramos apenas crianças que se divertiam de uma forma mais saudável que as atuais.
Não isso não é saudosismo, mas sim uma triste constatação. Lembramos de alguns símbolos dos famosos anos 80. A primeira lembrança citada foi o famoso personagem Topogigio, que além de ter um seriado era também um boneco, que fez sucesso entre a garotada. Outros sucessos relembrados foram o jogo eletrônico Gênius, baseado em uma seqüência de som e luzes.
A rápida conversa foi evoluindo até chegarmos ao famoso e pioneiro vídeo game Atari e o jogo baseado no desenho Os Smurfs, que também fez sucesso naquela década. Outro brinquedo que marcou época e foi citado no bate papo foi o Pogoball um brinquedo formado por uma bola de borracha e uma base de plástico, onde as pessoas pisavam na base de plástico para se locomover pulando.
Quando citamos o Atari e alguns de seus jogos como o Enduro, primeiro jogo eletrônico de corrida e que como não poderia deixar de ser devido à tecnologia da época podia ser considerado bem “tosco”, lembramos também de outro vídeo game de sucesso na época o Master System.
Ao sair da reunião fiquei com estas lembranças na cabeça e foi inevitável migra-la para a música, tão marcada, seja por causa do Rock Brasil, que lançou tantas bandas de sucesso como Paralamas, Legião, RPM, Titãs e tantas outras, ou pelas músicas voltadas para o público mais infantil cantadas por grupos como Balão Mágico.
Elas até voltaram a fazer sucesso recentemente com a chamada Festa Ploc que só toca estas músicas e tem este nome em uma referência ao famoso chiclete, que era sucesso entre a criançada. Lembrei também de outra conversa recente que tive com outros amigos sobre os desenhos que marcaram aquela década e que hoje não existem mais.
Nesta conversa sobre os desenhos, foram lembrados clássicos como Thundercats, Comandos em Ação, Caverna do Dragão, entre outros que já não existem mais e que foram substituídos por outros, principalmente japoneses, que possuem uma qualidade duvidosa.
Devido á proximidade que tenho com jovens desta geração atual, lamento que a qualidade e o chamado discurso dos atuais desenhos e também das músicas tenham perdido tanta qualidade é impossível não lembrar o quanto era feliz, ainda que sem saber.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

PPS imita PT

Mesmo após tecer duras críticas ao PT, alegando que no Governo Federal não há respeito ao diálogo e que o Presidente acaba atuando de maneira a garantir o centralismo e o aparelhamento do legislativo. O PPS macaense caiu na mesma prática que ele criticava até pouquíssimo tempo atrás, ou ao menos dizia criticar.
Após não concordar com o posicionamento do partido em uma determinada votação no legislativo que previa o aumento de cargos comissionados no gabinete do prefeito, o então líder do PPS, recebeu duras críticas de sua base e foi alertado de que este comportamento seria debatido internamente. Poucos dias após este comportamento, foi veículada a notícia de que o vereador "rebelde" fora expulso do Partido Popular Socialista.
Tal posicionamento, do partido é contraditório com as falas de seus membros que criticam o partido do presidente exatamente por agir de maneira "ditatorial". O que ocorreu internamente foi exatamente isso. Como o PPS é da base governista, não adimitiu que um de seus membros votasse contra a vontade do prefeito e como punição para quem agiu desta forma acabou sendo o expurgo.
Sendo assim, o partido se igualou ao PT, tão criticado por eles quando da época da expulsão da então senadora Heloísa Helena, que também foi punida por votar contra o partido. Em outras palavras, ao agir desta maneira, que chega a lembrar a época do stalinismo soviético e ainda assim criticar os outros paridos que atuam da mesma maneira, o PPS lembra um velho ditado que aprendi com meu finado avô: "Eles agem como macacos, que snetam no prórpio rabo para falar mal do rabo dos outros.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A crise existe sim

Após todo o desenrolar da crise que afetou em cheio o Senado e feriu gravemente o Partido dos Trabalhadores, que por um bom tempo se mostrou dividido em apoiar ou não o Presidente da casa, envolvido em tantos escândalos. O Presidente Lula deu mais uma vez uma declaração infeliz ao afirmar que não há crise no partido. Ela existe sim e precisa ser combatida, o interesse nas eleições do próximo ano e na governabilidade do país, aproximou muito o partido do Presidente com o PMDB.
Por causa destes interesses, foi se tornando comum a formação da aliança PT/PMDB em diversas cidades e estados. E foi esta aliança e aproximação que jogou o nome e a história do partido pela janela. Como resultado temos a saída quase que simultânea, ainda que por motivações diferentes de dois senadores e ainda a renúncia da liderança do partido na casa. Estes comportamentos mostram que existem sim uma crise e um racha interno no PT. E por isso, ao dar este tipo e declaração, o Presidente erra.
O Partido dos Trabalhadores precisa urgentemente de uma ampla reestruturação interna que o reconduza ao caminho que ele trilhava quando surgiu. E a melhor forma de se conquistar este avanço é permancer no partido e participar dos processos que podem alterar a rota em que o partido se encontra. A hora da mudança se aproxima, esta chegando o Processo de Eleição Direta (PED) e é através dele, com a renovação da diretoria partidária em todas as instâncias que esta mudança terá começo.
Quem conhece o partido, sabe que existe um grupo amplo que é contrário a estas alianças que a princípio são feitas apenas para garantir uma falsa maioria que não atua da maneira como deveria. É este grupo que corrigirá a rota do partido, levando o a denfenser de maneira mais enfática, bandeiras históricas levantadas pelo partido e pela sua militância.
É no PT representado por este grupo que eu acredito. Como já escreveu certa vez o companheiro Frei Betto: "...O escândalo da inquisição não faz os cristãos abandonarem os valores e as propostas do Evangelho, do mesmo modo, o fracasso do socialismo no Leste europeu não induzir ao descarte do socialismo do horizonte da história..." e agora dando continuidade ao pensamento de Frei Betto, não serão os erros do PT, que me farão desacreditar no partido, muito pelo o contrário, servirão apenas de alertas para ver que a luta por um outro partido continua e ainda há muito o que se lutar, por isso não posso abandonar o campo de luta neste momento.

Outra cortina de fumaça

Com a crise que abala o Congresso Federal, nos últimos tempos, nossos senadores buscam novos meios de desviar a atenção da opinião pública. A útlima tentativa esta diretamente relacionada ao caso da ex secretária da Receita Federal que acusa a Ministra Dilma de pedir à ela, que acelerace as investigações sobre uma empresa da família Sarney. Segundo a ex secretária, o pedido foi entendido como um encerramento das mesmas investigações.
Como todos sabem, na justiça as coisas funcionam da seguinte forma: O ônus da prova cabe a quem acusa e não a quem é acusado. Como a acusante não tem como provar o que disse, provavelmente esta acusação não dará em nada.
A oposição, de maneira oportuna, aproveitou esta história, para criar um novo factóide, para desviar a atenção de todos sobre os problemas da casa. Passou a acusar não apenas a Ministra, mas também outros membros do governo de serem mentirosos e de estarem acostumados a tal prática.
Todos sabem que tais acusações já miram o pleito do próximo ano e tentam com isso desqualificar a ministra. O pior é que a situação age da mesma forma e torca acussões rasas de que a oposição também mente e por isso talvéz o governo tivesse o mesmo "direito".
O que falata aos políticos é vergonha na cara. Caso eles tenham aprendido que é feio mentir e provavelmente aprenderam, agora por interesses pessoais e escusos, ignoram tais ensinamentos.
É preciso que os senhores políticos tenham consciência de que servem, ou pelo menos deveriam servir de exemplo para a população e caso estas trapalhadas polítiqueiras continuem a credibilidade da "classe" será cada vez pior, colocando em risco as instituições democráticas.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Depósitos de presos

Esta é a melhor forma de definir o sistema carcerário brasileiro. Prisões superlotadas, que são palcos constantes de rebeliões e tensões para presos e familiares. Segundo a CPI do sistema carcerário, o pior presídio do Brasil é o Central de Porto Alegre, que tem capacidade para três mil presos, mas atualmente abriga cinco mil. As condições dos presídios vem se deterirando a cada dia e isso só serve de pretexto para novas rebeliões que acabam agravando a situação.
É preciso que aconteceça uma reforma prisional ampla no país, que garanta uma estrutura mínima para que os presídios ofereçam formas de recuperar os detentos. O sistema prisional tem que oferecer qualificação básica para os presos, pois hoje 80% dos presos não estudam enquanto estão cumprindo pena. É necessário também que se ofereça meios para que o detento tenha condições de trabalho dentro do sistema prisional, para que através dele, gere renda para se manter e também tenha o benefício de redução de pena, a cada três dias trabalhados ele reduz a pena em um dia.
Tais medidas gerariam benefícios ao Estado, que teria redução de custos na manutenção dos presídios, além de garantire oportunidades para que o preso não retorne para o cárcere após o cumprimento da pena. É preciso que a sociedade perceba que o único direito a que o preso tem que perder ao ser condenado é o da liberdade, mas o demais devem ser mantidos. Esta mudança faria com que os presídos deixassem de ser depósitos de presos apra serem verdadeiros reformatórios de cidadãos que erram, mas querem ser recuperados. Enquanto a sociedade brasileira não avançar neste snetido, continuaremos a produzir novos bandidos que continuarão a criar mais problemas para o Estado.