quinta-feira, 27 de junho de 2013

Política é...

...igual a feijão, só funciona na panela de pressão. A frase, de autoria de Frei Betto, vem ganhando força nos últimos dias. Com as manifestações que saíram às ruas nos últimos dias, a população tem mostrado que a afirmação é real.

Desde o início dos protestos  da população, já foram atendidas, ainda que em parte. A primeira foi a redução das tarifas de transporte público, classificada como o estopim para a mobilização social. Após as vozes da população, tomarem as ruas, diversas cidades, inclusive São Paulo, já anunciaram a redução do valor das tarifas. Outra reivindicação que entrou na pauta das manifestações e que foi atendida, foi a não aprovação da Proposta de Emenda Constitucional, que limitava os poderes de investigação do Ministério Público, conhecida como PEC 37, ou PEC da Impunidade, que foi amplamente rejeitada em votação no plenário da Câmara dos Deputados.

Aliás, é preciso ressaltar aqui que essa votação foi surpresa, não pelo seu resultado, uma vez que com o povo nas ruas pedindo sua rejeição, seria muito difícil, esperar outro resultado dessa votação. Entretanto, a surpresa está na realização da mesma votação, pois como reação aos protestos, os deputados e alguns membros do judiciário, divulgaram a informação de que tal votação tinha saído de pauta, sem previsão de retorno e eis que de repente, lá estava ela para ser votada e rejeitada por ampla maioria.

As conquistas recentes, que ainda são poucas, diante do tamanho da pauta de reivindicações, são fundamentais para mostrar a força da população que não pode se desmobilizar, pois caso isso aconteça, corremos o risco de além de não conquistarmos o que ainda precisamos, como perdermos o que já conquistamos. Que essa mobilização que mostrou a força que a população tem, continue alimentando as movimentações da sociedade, na busca por suas conquistas.

Que isso tudo seja apenas o começo da Reforma Política que tanto precisamos e que em breve tenhamos a unificação dos processos eleitorais, gerando redução nos gastos eleitorais o voto facultativo, o financiamento público de campanha, provocando uma séria mudança no sistema que acaba alimentando a corrupção. Também precisamos da transformação de nosso parlamento em uma instância unicameral, desburocratizando o processo, entre outras conquistas importantes, que garantam uma maior participação popular em todo o processo político.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Carta aberta ao Conselho Federal de Medicina

Já faz tempo que a saúde brasileira está mal e precisa de uma reformulação estrutural urgente, entretanto, o Conselho Federal de Medicina pouco ou nada faz para buscar as soluções necessárias para tratar essa questão. Segundo o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, faltam médicos no Brasil sim, apesar do Conselho Federal dizer o contrário. (Veja aqui) Faltam médicos por que a distribuição dos mesmos é injusta e dessa forma, a falta de médicos agrava o já crítico estado da saúde pública.

Ao mesmo tempo que vivemos essa realidade, o governo que pouco faz para estruturar a rede pública de saúde, acena com a possibilidade de trazer médicos de fora, não apenas de Cuba, principal crítica do CFM em relação ao caso, mas também de portugueses e espanhóis. Essa medida paliativa evidentemente não tará soluções para a questão. Ela apenas amenizará a situação de quem precisa de atendimento e não tem por falta de estrutura e de profissionais.

É legítimo que toda a sociedade, busque as melhoras necessárias tanto na saúde, como na educação e nas demais áreas, mas acompanhando de perto a questão da saúde, percebi algumas questões complicadas para  mudar esse quadro. Me refiro aqui ao Projeto de Lei conhecido como "Ato Médico", já aprovado no Senado e que agora irá à sanção da Presidenta e eu espero que ela vete. Defendo o seu veto por que ele é mais nocivo, do que querem fazer parecer. Infelizmente não vi, nenhuma atuação do Conselho Federal de Medicina, contrária a esse absurdo.

O Ato Médico é prejudicial a sociedade por que ele servirá apenas para agravar a triste situação que se encontra nosso sistema público de saúde. Essa ideia, pretende que médicos monopolizem algumas atividades das áreas de saúde, com isso dentistas, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, farmacêuticos, sofreriam grandes impactos, prejudicando o exercício profissional desses trabalhadores da saúde.

É preciso que se pare com a triste realidade de "legislar em causa própria" e pensar na saúde como um todo. Caso esse absurdo chamado Ato Médico, seja aprovado, a situação ficará pior do que já está, pois é comum vermos nos hospitais públicos do país, muitos médicos reclamando da falta de profissionais, para os atendimentos, sobrecarregando, ainda mais a saúde pública. 

Assim sendo, é lamentável que os médicos atuem da forma egoísta como querem em detrimento de outras categorias da área da saúde e também da sociedade brasileira. Lutar por melhores hospitais e por melhores profissionais, é fundamental, mas é necessário saber como fazer isso e não é criticando a vinda de médicos estrangeiros, ou se omitindo no debate do ato médico que resolveremos essa questão.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Fique de olho

Os protestos recentes que se espalharam pelo pais, apontam agora uma questão importante e preocupante em relação a comunicação. Com a internet e a profusão de sites e blog somada a força das redes sociais, mostram os dois lados dessa importante moeda no processo de democratização da comunicação. Ao mesmo tempo em que a internet e suas ferramentas cumprem um papel fundamental na garantia da liberdade de expressão, de forma ampla, ela apresenta também seu lado negativo, que vem sendo muito explorada nos últimos dias, plantando "notícias" e informações, que se espalham como rastilho de pólvora.

O problema dessa prática acontece por que em muitos dos casos, as pessoas propagam o que recebem como se aquilo fosse verdade, da mesma maneira que os grandes grupos de comunicação fazem. Isso gera uma contradição preocupante, uma vez que esses conglomerados são frequentemente criticados exatamente por agirem dessa maneira.

Nos últimos tempos já vi aqui na web, manifestações contra a aprovação de projetos de lei que se quer existiram, como o caso da "Bolsa Prostituição", que garantiria para essas mulheres uma bolsa do governo para que elas pudessem se qualificar melhor. Vi também que caso as manifestações recentes continuassem, a Copa das Confederações seria cancelada, gerando prejuízos ao país, que a Itália estava com medo de permanecer na disputa da competição e dava sinais de que planejava abandoná-la. Outra que me chamou a atenção é a convocação de Greve Geral no Brasil, para protestar contra a votação da PEC 37, que limita os poderes do Ministério Público. 

Todas essas informações são inverdades plantadas por alguém e difundida por muitos. Basta uma rápida navegada pela net para sacar que essas informações não procedem, são como se diz nas redações jornalísticas "barrigas" alimentadas de muita má fé. O Bolsa Prostituta nunca existiu, nem sendo de autoria da senadora que anunciaram e nem de ninguém, eu mesmo conferi isso fazendo um simples trabalho de checagem das informações. O mesmo acontece em relação a notícia envolvendo a seleção italiana, basta uma simples averiguação para percebemos que se trata de um engodo.

Outra notícia espalhada pela web com relação a Copa, a de que EUA e Inglaterra se ofereceram para sediar a Copa, carece de ser publicada em algum lugar com credibilidade respeitada e isso eu não achei em lugar algum. Com relação a notícia sobre a PEC cabe ressaltar que o Congresso anunciou no dia 20, que não votará essa PEC, ao menos por enquanto e a mesma não tem previsão de retorno à pauta do Congresso, dessa forma a tentativa de paralisação acaba, ao meu ver esvaziada.

Assim sendo, é fundamental levantarmos o debate de uma utilização consciente da internet como forma de se manter informado, pois ela apresenta alguns problemas que acabam danificando e distorcendo a realidade, não cabe mais permanecermos inertes recebendo as informações e aceitá-las como se fossem "balas mágicas", da teoria hipodérmica, que vê a mídia como sendo capaz de direcionar as pessoas para praticamente qualquer direção desejada pelo comunicador. As mensagens midiáticas ganharam o status de "balas mágicas" com o poder de atingir toda uma população de maneira uniforme. É preciso que as pessoas se movimente de maneira mais crítica com relação a isso também.

Dessa forma, fica claro que a sociedade precisa permanecer de olho aberto e sempre vigilante contra, esse risco tão danoso à ela.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Vivemos em um mundo doente

Pode até parecer estranho, mas mesmo tanto tempo depois de sua morte, o cantor, compositor e líder da Legião Urbana, Renato Manfredini Júnior, continua atualíssimo com sua obra. Não apenas por ter recentemente ido parar nas telonas do cinema, com a vídeo biografia de sua banda e com a famosa história de João de Santo Cristo, mas principalmente por que grande parte de suas letras continuam com o mesmo vigor, retratando a realidade em que vivemos.

Por isso, o título do texto. Hoje vivemos um realidade, onde pensamos ser uma democracia com a garantia de direitos para todos os grupos que compõem a sociedade, mas rapidamente percebemos, que como diz a sabedoria popular, “na prática, a teoria é outra”.
Grupos conservadores, principalmente os ligados a algumas religiões, propagam asneiras e insanidades, celebrando a estupidez humana e distorcem a realidade para justificarem seus absurdos. Querem utilizar a democracia para garantir seus direitos, mas atuam de forma vil, em uma estapafúrdia caça às bruxas, em relação a grupos diferentes. Incitam o ódio, pregam ideias ultrapassadas, que lembram em muito as defendidas por regimes totalitários, que assolaram a humanidade, no século passado.

Esses grupos, dizem defenderem seus direitos, mas não aceitam o princípio da isonomia, que garante à todos, os mesmos direitos. Se escondem atrás, da Bíblia com interpretações errôneas dos textos, que lá estão para justificar, sua intolerância. Esquecem que para existir uma democracia plena, precisamos isonomia e também de um Estado Laico, onde os assuntos teológicos, não se sobreponham aos direitos civis.

Agora, em nome da vida, atacam a própria vida – por mais paradoxal que isso possa parecer e é – Querem a aprovação de um Estatuto, que representa um grande retrocesso na questão do direito da mulher, reafirmando e consolidando o machismo, que sempre existiu na sociedade. 

Espero que a sociedade acorde desse “estado de coma”, o quanto antes para termos um mundo mais saudável, justo e igualitário.