segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Dois pesos e duas medidas

Nos últimos tempos, temos acompanhado o noticiário e visto como o comportamento tanto da imprensa como o da população varia conforme o que é noticiado. Fica cada vez mais evidente que o que vale para alguns não funciona para outros, perpetuando assim o clássico “Dois pesos e duas medidas”.

Enquanto acompanhamos o desenrolar da importante investigação feita pela Operação Lava Jato, que vem descobrindo uma série de histórias nebulosas que precisam ser esclarecidas vemos outras, onde tudo o que é apregoado em relação aos investigados em operações como Lava Jato e Zelotes, não temo menor efeito e ou sentido.

Recentemente foi divulgado que o jogador Neymar e seu pai são investigados por questões fiscais, no Brasil e na Espanha e que aqui, eles teriam aberto empresas para lavar dinheiro – uma delas, com apenas dois funcionários (seguranças), faturou em um ano, quase R$ 80 milhões - e o mais tosco dessa história é ver muita gente dizer que não há anormalidades nesse caso, ainda que outras empresas da mesma área estejam sendo investigadas, justamente por conta de histórias mal contadas.

Por que este caso não tem o mesmo tratamento que a história da empresa de marketing do filho do Lula? Utilizar como justificativa a possibilidade de uso de tráfico de influência neste caso, tendo em vista que o empresário era na época dos “rolos” filho do presidente da República e que no caso do jogador do Barcelona, não há envolvimento com o dinheiro público, não vale. Irregularidades, independente de suas origens e ou motivações precisam ser averiguadas e punidas quando confirmadas.

Outro caso recente mostra uma irregularidade interna em um grande grupo de comunicação do país. Refiro-me a notícia de que dois dos três filhos do Casal Willian Bonner e Fátima Bernardes, atualmente estagiam na Rede Globo, um trabalha na produção de Amor e Sexo, a outra na produção do Big Brother.

O estranho da história é que os três filhos do casal, ainda irão prestar vestibulares e nenhum deles pretende atuar em televisão. Um quer ser engenheiro, a outra psicóloga e a terceira filha quer ser designer – esta não está trabalhando na Globo no momento -.

Para complicar ainda mais a questão, segundo a própria Rede Globo, esses jovens estão apenas conhecendo o local de trabalho dos pais, ainda que estejam trabalhando em atrações diferentes das dos mesmos e o que eles fazem lá não seria um estágio.

Ainda segundo a emissora do Jardim Botânico, a única maneira de conseguir estagiar lá é passar pelo processo conhecido como Programa Estagiar e nenhum dos três tem os requisitos para tentar uma vaga no programa, uma vez que é necessário estudar Comunicação Social e nenhum deles cursa ainda o nível superior.

A Rede Globo burlou suas próprias regras para beneficiar apadrinhados e  a reação de muitos que batem palma para os que combatem a corrupção foi apenas afirmar que não há nada de errado nesta prática, que se tivessem tal oportunidade fariam o mesmo, deixando assim o discurso de justiça e combate a corrupção, apenas na teoria.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Mais do Mesmo




A Renault apresentou hoje a pintura que utilizará nesta temporada, quando retornará a Fórmula 1 como equipe oficial. O modelo RS16, ainda não foi oficialmente apresentado e isso ocorrerá apenas no dia 22 quando começam os testes de pré-temporada na Catalunha. O modelo apresentado tem por base as cores preta e amarela, entretanto seu visual ainda poderá sofrer alterações.

Porém, não foi a apresentação do layout do carro que motivou este texto, ela foi apenas o mote para tratar de outra questão envolvendo a participação da montadora francesa como equipe nessa categoria. O retorno da Renault a categoria mostra mais um lado ruim e conhecido, não apenas da principal categoria do automobilismo mundial, mas desse esporte como um todo.

Todas as categorias do automobilismo tem montadoras que de tempos em tempos resolvem investir pesado em determinada categoria, as vezes em mais de uma ao mesmo tempo e monta uma equipe oficial. A partir daí é criado todo um clima de euforia, que nem sempre perdura por muito tempo, seja por falta de resultados nas pistas, ou então por questões externas que “justificam” o corte nos investimentos.

Na Fórmula 1, salvo a relação umbilical existente entre a categoria e a Scuderia Ferrari, nenhuma outra grande marca deixou de entrar e sair da categoria, quando lhe convém. Foi assim a Ford/Cosworth/Jaguar, com a Honda/Mugen, com a Toyota, a BMW, entre outras que anunciaram fortes investimentos, seja criado equipes novas ou principalmente comprando equipes já existentes e rebatizando-as. Entretanto, basta um cenário um pouco desfavorável, para que a gigante do setor anuncie que está deixando a categoria.

Acredito que seria melhor para o automobilismo, que as montadoras atuassem apenas como fornecedoras de motores, como na época em que as chamadas garagistas enchiam os boxes. Infelizmente, aquele universo é algo impossível nos dias atuais e será cada vez mais corriqueiro vermos mais do mesmo com ações como essa da Renault.