terça-feira, 20 de outubro de 2009

A hipocrisia continua

Em nota divulgada no último dia 20 de setembro deste ano, a Associação Nacional de Jornais (ANJ), entidade patronal que teve ampla participação no fim da exigência do diploma para o exercício do jornalismo reafirmou mais uma vez seu posicionamento hipócrita sobre o conceito de liberdade de expressão.
No texto a entidade afirma que esta exigência fere sim o princípio de liberdade de expressão e que ela seria algo tão sem sentido, quanto exigir de alguém, uma formação especial para escrever um livro. Ela ainda afirma que os defensores do diploma querem a volta da exigência e que já que a lei não permitiu esta manutenção, que a Constituição garanta tal direito, ainda que de forma a distorcer a Carta Magna.
Este discurso se apresenta claramente hipócrita, por que ela que invoca para si a bandeira de defesa da liberdade de expressão, sem mantém omissa, ou as vezes até contrária ao verdadeiro processo de liberdade de expressão que passa invariavelmente pela criação de rádios, canais de televisão, jornais, revistas e sites que atuem de forma comunitária e ou popular.
Qual o posicionamento da ANJ, na questão da liberdade de expressão, quando a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicação), junto com a Polícia Federal, fecha diversas rádios comunitárias em várias cidades do país, alegando que as mesmas não possuem licença do Estado para funcionar e ainda interferem na comunicação das aeronaves?
Por qual motivo será, que os engravatados da ANJ, não defendem as rádios comunitárias? Por que será que estes senhores defendem a obrigatoriedade da licença de concessão para estes veículos comunitários? Onde esta a tão propagada liberdade de expressão? Qual seria a alegação desta entidade para atuar com o famoso “dois pesos e duas medidas”?
É evidente que os motivos que levam entidades como ANJ, Abert (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) a defenderem o fim do diploma e a manutenção das concessões públicas para a radiodifusão, esta na parte do corpo onde eles mais sentem: o bolso. Estes barões da comunicação defendem o fim do diploma, para que aconteça de forma mais rápida e ampla a precarização da profissão e provocando assim uma queda nos custos.
Entretanto, estes senhores feudais ficam a defender a burocratização do processo comunicacional, para desta forma, manter seus latifúndios midiáticos, que permitem a eles fazerem barganhas políticas defendendo seus interesses escusos e destruírem os sonhos de liberdade de expressão que levarão a humanidade para uma sociedade, mais justa, democrática e verdadeira.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Um fantasma ronda o Brasil

Enquanto várias entidades da sociedade civil organizada luta por melhorias reais nas condições de vida dos nossos jovens, nossos parlamentares mostram caminhar no sentido oposto e vestidos de grande reacionarismo, articulam a redução da idade penal de 18, para 16 anos. Nas vésperas da Pastoral da Juventude do Brasil, comemorar mais uma edição do Dia Nacional da Juventude e que este ano trata diretamente do debate sobre as ações para combater o extermínio da juventude, nosso Congresso Nacional esta próximo de votar, já no Senado, o Projeto de Lei, que prevê tal alteração.
A justificativa utilizada pelos seus defensores, como é o caso dos senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Magno Malta (PR-ES), ACM Júnior (DEM-BA) e Demóstenes Torres (DEM-GO), é de que com a redução da idade, a violência diminuirá, pois seria alta a taxa de participação de jovens em atos criminosos. Entretanto, um dos muitos argumentos apresentados pela Conferência Naonal dos Bispos do Brasil (CNBB), mostra justamente o contrário. Apenas 10% dos crimes praticados tem a participação de jovens.
É preciso mudar este cenário, não com a redução da idade penal, mas com ações concretas e políticas públicas que garantam a juventude, o direito ao pleno desenvolvimento dos jovens, possibilitando à eles oportunidades e afastando os mesmos da criminalidade. A redução da idade penal, será inútil, pois não resolverá o problema nem a curto prazo e muito menos a longo prazo.
Pelo contrário, esta medida servirá apenas para amplificar um outro problema: a população carcerária, aumentará assustadoramente e como nosso sistema penitenciário, já passa por sérios problemas de superlotação e ineficiência na questão de recuperar o preso, a medida de reduzir a idade penal, não só não vai ajudar a segurança pública, como vai piorá-la ainda mais.
É evidente que os defensores de medidas radicais como esta de reduzir a idade penal, ou a adoção de pena de morte e prisão perpétua, apenas as defendem para que elas sejam medidas para exterminar os pobres e as classes menos favorecidas.
É hora de toda a sociedade se mobilizar para barrar esta tentativa de "limpeza social", que os setores mais concervadores querem implantar em nosso pais.

sábado, 10 de outubro de 2009

O poder da mocidade

Desde que o governo Zelaya foi abruptamente interrompido através do golpe orquestrado pelas elites hondurenhas, que o país ganhou espaço, nunca antes alcançado na mídia mundial. E como não poderia deixar de ser, o ciberespaço tem uma participação muito forte nesta divulgação dos fatos, ocorridos naquele país. Recentemente, a internet passou a divulgar um emocionante discurso em um dos muitos atos contra o governo golpista de Honduras.
O detalhe do vídeo, é que o discurso não é feito por um militante "calejado" de lutas revolucionárias, pró socialismo. As palavras, de improviso vem da "alma" de um garoto de apenas 10 anos. Seu nome, Oscar David Montesinos. Suas palavras ganham força diante da multidão e mostram o poder da juventude. Sim o pequeno revolucionário, mostra clareza, discernimento e força ao proferir duras críticas ao governo de Micheletti, ironicamente chamado de Goriletti-Micheletti, em uma clara referência a truculência do mesmo.
Como já era esperado, o guri começa criticando a imprensa, que apoiou o golpe e ainda lembra a hipocrisia dos poderosos ao afirmar que estes senhores deveriam ter vergonha na cara e assumirem-se golpistas e assassinos. "...sim, nós somos golpistas e matamos nossos companheiros...". As duras palavras do menino parecem surtir efeito na multidão que o assiste falar de improviso. Suas críticas atingem ainda as Forças Armadas, protagonistas do Golpe e até a Igreja Católica, que conservadora, como sempre foi na América Central, apoiou de longe o golpe.
Para encerrar, ele pede que Micheletti não mate mais companheiros e que o povo continue lutando com todas as forças, contra os golpistas e para uma sociedade revolucionária e socialista. Estas imagens do ato pró Zelaya, as palavras ácidas de Oscar e a reação dos opositores ao golpe, mostram a verdadeira força que a juventude tem. Que momentos como este, sirvam para reavivar a força revolucionária da juventude. E que com brasas como estas a juventude se coloque como protagonista da história buscando transformar a realidade, para se chegar ao outro mundo tão sonhado, um mundo mais justo e igualitário.
Para que isso aconteça é preciso que a juventude ocupe seus espaços e mostre suas caras e sua indgnação com os poderosos que mantém o controle social. Que ninguém e principalmente os jovens duvidem mais da força que a juventude tem. Lembrando as palavras do Comandante Che "O alicerce do nosso trabalho é a juventude" e o companheiro dizia isso, por que é a juventude o grande estopim da bomba que mudará o mundo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Uma piada sem graça

Na manhã do dia nove de outubro, foi anunciado o ganhado do Prêmio Nobel da Paz do ano de 2009. O vencedor foi para muitos uma grande surpresa, para outros uma piada de mau gosto,afinal poucos esperavam que Barack Obama viesse a ser laureado. O estranho da história é que a justificativa, amplamente alardeada pela mídia mundial, para que o presidente dos EUA, levasse o prêmio é que ele tem se dedicado a luta pelo desarmamento nuclear, através da via democrática.
Entretanto, é muito estranho que um senhor, que não apenas mantém tropas de seu país em outros países, como também aumenta tais contingentes, ganhe um prêmio tão importante ligado a questão da paz, tome atitudes tão contrárias a paz mundial. Que paz é esta que diz lutar pelo desarmamento nuclear, mas restringe esta atividades a outros países, principalmente aos país com os quais os EUA, não tem boas relações a tempos, como nos casos do Irã e da Coréia do Norte.
Por que o senhor Obama, não dá "pitacos" no programa nuclear de países como a Índia, a China, o Paquistão e muitos outros de seus aliados que possuem arsenais nucleares? Que paz é esta pela qual ele luta? Com certeza não é a mesma pela qual a maioria da humanidade luta. É por causa de decisões como esta, que o Nobel da Paz vem perdendo credibilidade e sendo por várias vezes motivo de chacota.
Como personagens como Bush e Obama, que invadem países, atropelam o direito básico de auto determinação dos povos, instalando bases militares em vários países, podem ser agraciados com um prêmio destes. Sei que muitos lembrarão que nomes como Mandela, que já foi participante da luta armada na África do Sul e Arafat, que lutou durante toda a sua vida, pela causa palestina também levaram o prêmio.
Entretanto, tanto Mandela, como Arafat, tidos por muitos como terroristas, lutaram pela libertação de seus povos e mesmo tendo participação em ações que podem ser classificadas como terroristas, estes sim, utilizaram da diplomacia para alcançar seus objetivos, ao contrário dos governantes dos EUA, que sempre fizeram uso do poderio militar para impor suas vontades geopolíticas.
Por isso, a decisão de conceder ao Obama o Prêmio Nobel da Paz soa sim como uma piada sem graça, principalmente com os povos que sofrem com a ingerência dos EUA.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

MST e a hipocrisia na questão rural


Na última semana, mais uma ação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, chamou a atenção da sociedade brasileira. Uma invasão de membros do movimento a uma fazenda no interior de São Paulo, causou muita polêmica e como já era esperado, a grande imprensa brasileira voltou a fazer uma cobertura capenga do caso. Como já era esperado, para os barões da mídia, o movimento seria criminoso, ao invadir terras produtivas, que garantem muitos lucros aos seus proprietários.

O que a imprensa não mostra e também a sociedade finge que não vê, é que, no caso da fazenda invadida na última semana, não há inocentes na história. O MST, errou ao invadir e destruir parte da plantação de laranja, pertencente a uma multinacional sócia da Coca-Cola. A empresa, "dona" das terras, erra por que antes da fazenda ser invadida pelo MST, ela já havia sido alvo de invasão, por parte da empresa dona da fazenda que invadiu a área e demarcou a fazenda. O INCRA, erra quando não toma providência, para reaver as terras e a justiça erra também, ao ficar levando o caso em banho-maria.

O fato ocorrido no interior paulista parece ter trazido a tona, um velho sonho das oligarquias rurais brasileiras. Seus representantes no Congresso, querem instalar uma CPI para investigar o MST. O estranho deste desejo dos ruralistas conservadores, que mostram força com seus tentáculos infilitrados no legislativo federal é que os mesmos, querem sempre fazer uma CPI para investigar apenas os movimentos sociais ligados a questão rural e não o cipoal que envolve a reforma agrária.

Seria bom e lógico, que estes reprentantes do povo brasileiro, superassem o lobie do poder agropecuário e instalasse uma investigação não apenas sobre o MST, mas também sobre as grandes propriedades de terra, muitas delas em áreas devolutas e que por isso, pertencem a União, fazendo destes fazendeiros tão invasores quanto os camponeses do MST que invadem fazendas para forçar a agilização da reforma agrária.

É preciso que toda a sociedade se mobilize para uma ampla averiguação destas questões, punindo todos os personagens desta história, que andem à margem da lei, seja ele o MST, o grande latifundiário, que não produz de forma condizente com a extenssão de sua propriedade, o grilheiro, que ocupa terras, para trabalhar para estes grandes fazendeiros, ou até para depois repassar as mesmas para estes senhores, além é claro dos grandes proprietários de terra, que as utilizam para lavar dinheiro, que eles ganham com atividades ilícitas.

Será que os nobres senhores do Parlamento brasileiro teriam coragem de abraçar uma causa como esta? Ou será que eles continuariam agindo de forma hipócrita, atacando quem atrapalha os interesses de seus financiadores?

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Chegou a nossa vez


Após algumas tentativas frustradas de sediar o maior evento esportivo do mundo, finalmente o Brasil entrou para o seleto grupo de países que conquistaram o direito de sediar uma Olimpíada. Depois de muitas emoções, a cidade do Rio de Janeiro garantiu seu lugar ao sol, vencendo as cidades de Madrid, Tóquio e Chicago. O resultado foi uma grande conquista da cidade, que já havia perdido este direito em duas outras oportunidades.

Com o anúncio, o Rio passa a ser a primeira cidade a abrigar os jogos. Muito do que foi conquistado com este anúncio, só pode acontecer devido ao Pan de 2007, na mesma cidade, que deixou uma ótima estrutura para o esporte, além é claro de ter contado também a organização do evento de dois anos atrás. Mas como nem tudo é festa, ainda é preciso trabalhar muito para consolidar de fato esta conquista.

É preciso garantir melhorias na estrutura da cidade, melhorando o transporte, aumentando a oferta de leitos na rede hoteleira, investindo em ações sociais que visem combater a desigualdade social, para desta forma diminuir a violência e consequentemente aumentar a segurança oferecida aos participantes do evento e também aos turistas que vierem para o Rio.

Ainda temos cinco anos para trabalharmos nestes últimos ajustes para garantir em terras brasileiras uma grande edição do maior evento esportivo do mundo.

Que sejam bem vindos os Jogos de 2016, que colocarão o país no caminho certo para o desenvolvimento do esporte e consequentemente no desenvolvimento social do país. Já sediamos com sucesso o Pan de 2007, alvo de duras críticas até a sua realização, por vários brasileiros, incluindo neste grupo o autor deste blog. Outra mostra do avanço que o Brasil vem tendo no esporte, é que dentro de cinco anos, sediaremos também a Copa do Mundo e agora, decidiu-se que seremos sede também da Olimpíada.

Fica aqui, a torcida para que a realização de todos estes eventos façam com que o país leve mais a sério suas políticas esportivas, utilizando-as para gerar desenvolvimento não apenas no esporte, mas também na área social.