quarta-feira, 7 de outubro de 2009

MST e a hipocrisia na questão rural


Na última semana, mais uma ação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, chamou a atenção da sociedade brasileira. Uma invasão de membros do movimento a uma fazenda no interior de São Paulo, causou muita polêmica e como já era esperado, a grande imprensa brasileira voltou a fazer uma cobertura capenga do caso. Como já era esperado, para os barões da mídia, o movimento seria criminoso, ao invadir terras produtivas, que garantem muitos lucros aos seus proprietários.

O que a imprensa não mostra e também a sociedade finge que não vê, é que, no caso da fazenda invadida na última semana, não há inocentes na história. O MST, errou ao invadir e destruir parte da plantação de laranja, pertencente a uma multinacional sócia da Coca-Cola. A empresa, "dona" das terras, erra por que antes da fazenda ser invadida pelo MST, ela já havia sido alvo de invasão, por parte da empresa dona da fazenda que invadiu a área e demarcou a fazenda. O INCRA, erra quando não toma providência, para reaver as terras e a justiça erra também, ao ficar levando o caso em banho-maria.

O fato ocorrido no interior paulista parece ter trazido a tona, um velho sonho das oligarquias rurais brasileiras. Seus representantes no Congresso, querem instalar uma CPI para investigar o MST. O estranho deste desejo dos ruralistas conservadores, que mostram força com seus tentáculos infilitrados no legislativo federal é que os mesmos, querem sempre fazer uma CPI para investigar apenas os movimentos sociais ligados a questão rural e não o cipoal que envolve a reforma agrária.

Seria bom e lógico, que estes reprentantes do povo brasileiro, superassem o lobie do poder agropecuário e instalasse uma investigação não apenas sobre o MST, mas também sobre as grandes propriedades de terra, muitas delas em áreas devolutas e que por isso, pertencem a União, fazendo destes fazendeiros tão invasores quanto os camponeses do MST que invadem fazendas para forçar a agilização da reforma agrária.

É preciso que toda a sociedade se mobilize para uma ampla averiguação destas questões, punindo todos os personagens desta história, que andem à margem da lei, seja ele o MST, o grande latifundiário, que não produz de forma condizente com a extenssão de sua propriedade, o grilheiro, que ocupa terras, para trabalhar para estes grandes fazendeiros, ou até para depois repassar as mesmas para estes senhores, além é claro dos grandes proprietários de terra, que as utilizam para lavar dinheiro, que eles ganham com atividades ilícitas.

Será que os nobres senhores do Parlamento brasileiro teriam coragem de abraçar uma causa como esta? Ou será que eles continuariam agindo de forma hipócrita, atacando quem atrapalha os interesses de seus financiadores?

Nenhum comentário:

Postar um comentário