segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Carta Aberta à Ives Gandra

Estranho que uma figura como Ives Gandra, adote uma visão tão rasa sobre a questão da regulação da mídia. Ao contrário do que muitos – principalmente os políticos donos de concessões de radiodifusão – teimam em afirmar, o projeto defendido pelo governo petista, não tem relação alguma com a censura.

Limitar o tamanho das empresas de comunicação e ou suas áreas de atuação, não tem nada de censura e ou totalitário. Vejam o caso dos Estados Unidos, onde o FederalCommunications Comission (FCC), atua na supervisão dos canais de rádio e televisão, impedindo inclusive a criação de oligopólios, ou na França onde o Conselho de Audiovisual da França (CSA), atua da mesma forma. 

Nas terras de Asterix e Obelix, nenhum acionista pode ter mais de 49% das ações da empresa mantenedora de canais; a arrecadação da televisão financia a produção cinematográfica; as representações partidárias (situação e oposição), seguindo a Lei de Liberdade de Comunicação, devem ter o mesmo tempo de cobertura jornalística e é proibida a veiculação de conteúdo considerado ofensivo à dignidade humana.

Em momento algum, existe relação entre o projeto brasileiro e o projeto aplicado na Venezuela. Quanto a Argentina, é válido lembrar que assim como a Ley de Meios, atua na questão do Grupo Clarín, da mesma forma que o FCC , atuou anos atrás com a AT&T, na telefonia, desmantelando  a empresa que atuava como se fosse um grande monopólio. Para quem ainda acredita que regulação de mídia é coisa de "bolivariano", segue o texto de Tereza Cruvinel, falando sobre a Regulação da Mídia em Portugal.

Sobre os conselhos populares, eles são fruto de uma das principais pautas das manifestações populares conhecidas como “Jornada de Julho” e tendo em vista a crise de representatividade vivida pelos partidos políticos no Brasil, a democracia participativa é uma alternativa a ser considerada e os conselhos são a melhor maneira de viabilizá-la.

Sobre os comentários referentes ao resultado eleitoral, continuo interpretando-os como se fossem “choro de perdedor”, daqueles que culpam a grama, o sol, a chuva ou o juiz para justificar mais uma derrota de seu time, que atua de forma medíocre, por ter um plantel limitado e uma liderança titubeante.

Ainda sobre as eleições, mesmo reconhecendo a pequena margem de diferença entre os votos, mas destaco que a democracia prevaleceu e o candidato, ou melhor, a candidata mais votada, foi empossada como deve acontecer nas sociedades democráticas.

É evidente que a imprensa tem um papel fundamental ao lado da Polícia Federal e o Ministério Público, nas denúncias e no combate a corrupção, entretanto, atualmente, ela não tem feito este trabalho de maneira correta, basta ver o espaço que ela dá para alguns escândalos de corrupção em relação a outros.

A regulação da mídia, não afetará de maneira alguma a liberdade de expressão e nem a liberdade de imprensa, essas sim, prejudicadas pelos interesses financeiros das grandes corporações da comunicação, que atuam em terras brasileiras. 

E por falar em Constituição Federal, o projeto atualmente defendido pelo Ministro Berzoini e pelo governo, atuará principalmente na regulação dos artigos 220 ao 224, que até hoje, mesmo mais de um quarto de século depois continuam sem regulamentação.  

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Fiel ao ideal libertário



Fundador do Partido Comunista Italiano, Antonio Gramsci é um dos grandes nomes do pensamento de esquerda no século XX. Crítico do elitismo e ferrenho defensor da democracia inspira respeito aos opositores, ainda que alguns tentem distorcer sua obra, buscando desqualificar o pensamento gramsciniano.

Gramsci foi um mártir da democracia e da liberdade. Nascido em 23 de janeiro de 1891, em Ales na província de Cagliari, na Sardenha, conseguiu estudar na Universidade de Turim, mediante grandes esforços de sua família. Em 1915, Gramsci adere ao socialismo –por coincidência neste mesmo ano Benito Mussolini, deixa as fileiras do partido para entrar no ideário nacionalista, reacionário e belicoso, que anos mais tarde fundamentaria o fascismo-. 

Em 1917, Gramsci organiza a greve dos operários de Turim, contra a continuação da Primeira Guerra Mundial. A paz é restabelecida, ainda que de maneira muito frágil e Gramsci funda o semanário Ordine Nuovo, que reuniu os mais avançados intelectuais da Itália. Gramsci organiza também nessa época os conselhos de fábricas, que nos momentos de greve ocuparam as fábricas e usinas para administrá-las. 

Em abril de 1920, organiza a greve geral. Em janeiro do ano seguinte lidera a ala radical do Partido Socialista Italiano no congresso realizado em Livorno. Após esse racha no Partido Socialista o grupo liderado por Gramsci, funda o Partido Comunista Italiano, no qual ele ocupa a secretaria geral e se elege deputado. Em seguida, Gramsci funda o diário L´Unità.

Também nessa época, começa a ganhar força, a ditadura fascista liderada por Benito Mussolini, que ainda tolerava a existência do parlamento, que garantia uma democracia fajuta.

Em 8 de novembro de 1926, Antonio Gramsci é preso e confinado na ilha de Ustica. Pouco tempo depois é enviado a Roma, onde é julgado. Durante o julgamento o juiz afirmou que era necessário inutilizar por 20 anos esse cérebro perigoso Foi levado à penitenciária de Turi, perto de Bari, onde viveu um regime severo de exclusão. 

Era lhe permitido que escrevesse cartas e notas e foi a partira daí, que nasceu sua importante obra teórica – Cadernos do Cárcere e Cartas do Cárcere – em 1933 é acometido por tuberculose, que avança de maneira rápida e para que Gramsci não morresse encarcerado, vindo a ser um mártir, a ditadura fascista o libertou em 24 de abril de 1937. Faleceu três dias depois, em 27 de abril de 1937, em uma clínica particular da capital italiana.

Como secretário-geral do Partido Comunista Italiano, Gramsci combateu radicalismos e a acomodação reformista. O pensamento gramsciniano é essencialmente marxista-leninista. Sua doutrina lembra um pouco o pensamento de outros teóricos de esquerda como Lukács e Ernst Bloch, um marxismo humanitário que só pensava a revolução política e social sem a devida consideração dos fatores culturais.

Gramsci também criticava as falsas interpretações do marxismo, unilateralmente economicistas e mecanicistas. O pensador italiano se destaca entre os comunistas juntamente com nomes como Trotski, Bogdanov, Deborin, Luckács, Bloch e Lefebvre. Nos escritos de Gramsci, encontram-se trechos que defendam interpretações diferenciadas, seriam as “contradições”, que marcam sua obra.

De maneira bastante ortodoxa Gramsci exigiu, a unidade doutrinária. Citou o exemplo da unidade doutrinária do catolicismo. Mesmo sendo anticlerical, admirava, de longe, a Igreja. Pretendia aproveitar a milenar experiência moral da instituição de Roma. Exige dos comunistas a preservação da disciplina intelectual e moral de um clero. É assim que ele entende o Partido. 

O escrito básico de Gramsci, a esse respeito, é sua interpretação originalíssima de Maquiavel. O fascismo vitorioso tinha proclamado o “Duce” como reencarnação do “Príncipe. Gramsci, devolvendo a Maquiavel o papel de fundador do pensamento político moderno, tentava, de desconstruir aquela identificação, negando a possibilidade e a necessidade de um Príncipe individual nos tempos modernos. O Príncipe de hoje é um coletivo: é o partido de vanguarda política, é o partido comunista, liderando e dirigindo o povo. 

A partir daí, Gramsci parece pertencer ao grupo dos leninistas mais ortodoxos. Entretanto, ele era leninista e não stalinista e rejeita a ditadura do proletariado, defendendo a hegemonia do proletariado em uma fase de transição.

Gramsci é o pai do comunismo libertário e da democracia operária, fundador dos conselhos de fábrica, que eram destinados a ocupar e administrar as empresas. Gramsci com isso se torna precursor da organização industrial que inicia uma evolução ainda em andamento.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Até onde o Estado pode ir?

A confirmação da execução do brasileiro Marco Acher Cardoso Moreira, condenado na Indonésia por tráfico internacional de drogas, possibilita a retomada do debate sobre a questão da pena de morte. Até que ponto o Estado pode ir para interferir na vida de um cidadão? Não vou aqui dizer que ele não deveria ser condenado, mas não vejo sentido na condenação a morte.

Tráfico de drogas, é um crime grave e que deve sim ser tratado de maneira firme e incisiva, mas não acho correto que o Estado tenha permissão para matar, como é o caso das condenações como a do brasileiro. respeito a legislação dos países que adotam a pena de morte, mas como humanista, sou contrário a prática.

Por isso, concordo com as ações brasileiras no sentido de convencer o estado indonésio a mudar a condenação, ressaltando que entendo os motivos do governo da Indonésia de não ceder ao apelo brasileiro.

Sou contrário a pena de morte por entender que tal punição tem pouca serventia. Desde os idos da Idade Média, quando a Inglaterra por exemplo, aboliu a pena capital, que existem estudos que comprovam a ineficiência da prática no exemplo de punição. Ao contrário do que muitos pensam e hoje isso é visível nos diversos lugares onde se pratica a pena de morte, a adoção da prática não inibe os criminosos que continuam cometendo crimes, mesmo os passiveis de condenação a morte.

Acho estranho que em uma época em que tanta gente vive querendo limitar a atuação do Estado em setores importantes da sociedade, se tenha tanta gente defendendo que o Estado "brinque de 007" e tenha permissão para matar. A meu ver é no mínimo contraditório que o Estado possa matar, inclusive condenados por homicídios.

A pena de morte é uma violação dos direitos humanos e a Declaração Universal dos Direitos Humanos reconhece em seu artigo 3º que cada pessoa tem direito a vida e no artigo 5º, afirma que ninguém deverá ser submetido a tortura, nem a penas ou tratamentos cruéis, degradantes ou desumanos. E a Assembleia Geral da ONU em 2007, aprovou uma resolução pedindo que seus estados membros estabelecessem uma moratória para as execuções, tendo em vista a abolição da pena de morte.


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Uoi, Je suis Charlie


Capa da primeira edição pós atentado

Hoje é um dia importante para a imprensa mundial. Faz uma semana que o jornal satírico Charlie Hebdo, com longo histórico de publicar charges que questionam toda forma de extremismo, foi duramente atacado por radicais islâmicos. A ação terrorista vitimou 12 pessoas, entre jornalistas como Charb, editor do jornal e Wolinski, famoso chargista, que influenciou toda uma geração. Entre os mortos estava também o policial francês de origem árabe, Ahmed.

O atentado do dia 7, levantou um amplo debate em relação a liberdade de expressão e o humor. Até onde eles podem ir? Existe algum limite para ambos? Imediatamente após o ataque, a frase "Je suis Charlie" - Eu sou Charlie -, ganhou o mundo e milhares de pessoas utilizaram a mesma para mostrar solidariedade aos jornalistas do Charlie Hebdo.

Quase que paralelamente, surgiu também a frase "Je ne suis Charlie" - Eu não sou Charlie", o anti slogan do primeiro foi propagado pelos críticos a postura que sempre caracterizou o jornal. Surgiram diversos argumentos tanto pró Charlie como contrários ao tablóide. Como num passe de mágica proliferou-se principalmente pela internet um sem número de especialistas em alguma coisa que de certa forma tinha relação com o ocorrido.

Muitos alegavam que o jornal buscou ser alvo do atentado, por desrespeitar a religião islâmica - não se pode retratar de forma alguma o profeta Mohamed - e por isso, havia uma certa lógica no ato grotesco que a imprensa tanto divulgou e comentou. Seguiram a linha que me parece em voga no Brasil, faz alguns anos, de culpabilizar a vítima pelo ocorrido - sim o Charlie Hebdo é a vítima da história e não o algoz -.

E não, o islã também não era nem o alvo do jornal e nem o vilão desse caso. O alvo das críticas desse jornal satírico é o radicalismo religioso, tão presente em muitos grupos que professam o islã.

Não entendo as charges do jornal francês como desrespeito a fé alheia, mas sim como brincadeiras, que devem ser protegidas pelas liberdades de expressão e imprensa. Por isso, sim, eu sou Charlie.

Aos que lembram que os muçulmanos são oprimidos na França e também em vários países europeus, lembro que ser Charlie, não é ser francês e que estas questões envolvendo a falta de liberdade religiosa e cultural para os praticantes do islã, o correto não é afirmar que não se é Charlie, mas sim: "Eu não sou a França".

Ser Charlie, não nos impede de ser Ahmed, ou Baga ou ainda Maidiguri, duas cidades nigerianas onde aconteceram ataques do Boko Haran - outro grupo extremista que segue o islã -.

Hoje, 14 de janeiro de 2015, exatamente uma semana após essa página infeliz da história da imprensa, o Charlie Hebdo, ganhou as bancas novamente, após receber a ajuda do jornal Liberation. É um dia para celebrar, as liberdades de imprensa e de expressão e homenagear, os mortos em Paris, sete dias atrás. Não sou fã da linha editorial adotada pelo jornal francês que me parece muito próxima da linha adotada pelos famosos tablóides sensacionalistas ingleses, como o Daily Mirror e o The Sun, mas é fundamental que a liberdade seja garantida para todos e os assassinatos da semana passada foram um duro golpe contra esse ideário. 

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Maus Médicos


E o ano se iniciou com uma bomba sobre a classe médica. A mesma categoria que protagonizou episódios ridículos no ano passado, fazendo politicagem e dizendo defender a ética e a valorização profissional, que tentou garantir uma ampla reserva de mercado, ao buscar implantar o bizonho "Ato Médico", que limitava o trabalho de diversas outras profissões da área da saúde (psicólogos, enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, entre outros), para garantir mais trabalhos para eles.

Os profissionais que em uma ação puramente classista e movida por interesses financeiros, se opôs ao Programa Mais Médicos - criado pelo Governo Federal para garantir o acesso a saúde para muitos brasileiros que não tinham como ser atendidos por profissionais tão vitais -, eles que apresentaram ao Brasil, uma prática das mais absurdas ao adotarem e ou endossarem discursos de xenofobia coletiva. Sim o mais médicos trouxe profissionais de vários países, mas o alvo dos "doutores" eram apenas os médicos cubanos.

Agora chegamos a 2015 e a imprensa denuncia a existência de uma ampla rede mafiosa que manipula exames para garantir a realização de cirurgias, muitas vezes desnecessárias, visando apenas o lucro que teriam com as comissões e propinas, que orbitam nessas operações. Como afirmou um dos médicos envolvidos: "Não se discute ética, se discute grana".

Faz uma semana que o caso ganhou a imprensa nacional que no último domingo, 11 mostrou que estes senhores além de inventarem cirurgias e danificar equipamentos utilizados - para serem obrigados a comprar mais e assim aumentar as comissões e propinas -, ainda utilizam material com a validade vencida, ou próxima do vencimento, para garantir que seja feito um novo procedimento cirúrgico e desta forma suas contas bancárias engordam cada vez mais.

Sem falar no aumento assustador de partos feitos através de cesárias em detrimento dos procedimentos de partos naturais, mais seguros para bebês e gestantes, porém menos lucrativos para os médicos e demais profissionais da área da saúde.

Estes "profissionais" desonram a classe, ignoram o famoso "Juramento de Hipócrates", que todo médico faz ao se formar e valorizam apenas o tilintar do vil metal caindo em suas contas.

Infelizmente, até agora, salvo o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERG) e o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) - salvo engano - atuaram para combater essa página infeliz da atuação médica em nosso país. Os demais órgãos classistas pouco tem se manifestado sobre as denúncias e mantêm o silêncio em relação as futuras punições, que estes médicos envolvidos devem receber - ao menos na teoria -.

Por tudo isso, agora eu me pergunto. Onde estão a indignação, a ética e o amor a profissão que estes cidadãos diziam defender até bem pouco tempo atrás. Como nos lembra, a Legião Urbana, na música Quando o sol bater na janela do seu quarto, "Até bem pouco tempo atrás, poderíamos mudar o mundo, quem roubou nossa coragem?"

Por que será que o Conselho Federal de Medicina (CFM), ainda não atuou de maneira incisiva para buscar punições aos médicos envolvidos? Por que as demais entidades classistas não se juntam aos conselhos regionais já citados aqui, na busca pela moralização desta importante categoria? A população ainda aguarda respostas para essas questões.


sábado, 10 de janeiro de 2015

Coronelismo eletrônico atrapalha a reforma da Comnicação no Brasil

Um dos temas mais debatidos quando o assunto é a tão propagada reforma das comunicações no Brasil, é o coronelismo eletrônico que impede a democratização da comunicação. O coronelismo eletrônico, é quando políticos possuem participação em veículos de comunicação e isso acontece de forma muito intensa em nossa país, principalmente em relação a radiodifusão (rádio e televisão), onde vários deputados, senadores, governadores e outros ocupantes de cargos eletivos tem empresas de comunicação que atuam seja nas rádios, televisões e jornais, quando não atuam em mais de um desses setores.

A Constituição Federal, no seu artigo 54, afirma entre outras coisas que políticos não podem ser donos de concessões de rádio e ou televisão no país. Mas mesmo depois de 25 anos, esse artigo ainda não foi regulamentado e dessa forma, vários políticos possuem veículos e os utilizam para garantir ganhos eleitorais.

O projeto Donos da Mídia , pesquisou na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) durante os anos de 1987 e 2008 e levantou uma lista com 271 políticos estavam ligados de maneira direta ou indireta em negócios com 324 empresas de comunicação. A pesquisa mostrou também que desde a redemocratização do país, o governo José Sarney (1985-1990), foi quando aconteceu o maior número de outorgas de rádio e TV. Ao todo, foram 527 concessões e permissões de emissoras de rádio e TV e a maior parte dessas concessões foram para políticos que posteriormente votaram pela ampliação do mandato do então presidente de quatro para cinco anos.

O que chama a atenção na pesquisa é que entre os partidos que mais possuem políticos donos de veículos de comunicação, são os maiores opositores das ideias de regulação da mídia. O DEM, é o partido com o maior número de políticos proprietários de veículos (entre eles Antonio Carlos Magalhães Neto, dono das retransmissoras da Rede Globo na Bahia). Ao todo, 58 (21,4%) políticos filiados ao DEM, possuem rádios e ou retransmissoras de televisão. 

Em segundo lugar, aparece o PMDB com 48 políticos (17,71%), entre os peemedebistas está Henrique Alves (dono da Rede InterTV Cabugi, no Rio Grande do Norte). Em terceiro lugar, aparece o PSDB com 43 políticos (15,87%). Entre os tucanos donos de concessões, aparece o senador mineiro Aécio Neves, sócio de sua irmã na Rádio Arco Íris, retransmissora da Jovem Pan em Belo Horizonte. Os dados da pesquisa são referentes ao ano de 2008.

Também aparecem na lista, nomes como o senador José Agripino (DEM-RN), proprietário da TV Tropical, retransmissora da rede Record. O também senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), dono da TV Jangadeiro, retransmissora da Bandeirantes no estado. Renan Calheiros Filho, senador pelo PMDB de Alagoas, tem participação na Rádio Correio, retransmissora da Rádio CBN. No mesmo estado o senador e ex presidente Collor, é detentor da concessão da TV Gazeta Alagoas, retransmissora da Globo no estado.

Nesse sentido o Coletivo Intervozes e a Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS) lançaram a campanha "Fora Coronéis da Mídia". Que essa campanha ganhe força inclusive para ampliar as movimentações no sentido de buscar a reforma da comunicação que o país tanto precisa.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

E já se vão 10 anos

Personagem importante da nossa economia, a inflação, conhecida anos atrás como o "dragão indomável" e que só começou a ser amansada vinte anos atrás com o advento do Plano Real, a inflação até assustou em 2014, beirando e até ultrapassando o teto da meta, fazendo com que muitos acreditassem que no último ano a inflação terminaria o período a cima do teto da meta, que está em 6,5% já faz alguns anos.

Entretanto, faz 10 anos que a economia brasileira, mesmo com todos os problemas que ela tem e que são muitos, a inflação terminou mais um ano dentro da meta. "A inflação do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), foi 6,41%, abaixo do máximo de 6,5%, o teto. Agora em janeiro a inflação deve ser um pouco mais alta do que em alguns meses do ano passado. Em parte porque janeiro e fevereiro são meses em que, todo ano, há mais reajustes, como escola, IPTU, ônibus e

"A inflação do IPCA em 2014 foi 6,41%, abaixo do máximo de 6,5%, o teto. Agora, em janeiro, realmente a inflação deve ser um pouco mais alta do que em alguns meses do ano passado. Em parte, porque janeiro e fevereiro são meses em que, todo ano, há mais reajustes, como de escola, IPTU, ônibus, etc...", destacou o ministro da economia Joaquim Levy. O ministro destacou ainda que a equipe econômica continuará atuando para manter a meta da inflação dentro do teto da meta em 2015 e levá-la para o centro da meta em 2016. Levy reforçou ainda que o governo manterá os esforços para reduzir custos, o que levará a inflação para o centro da meta.

O Brasil passou a utilizar o sistema de metas em 1999, como uma ferramenta para evitar o risco de hiperinflação que assolou o país nos anos 80 e 90, quando a inflação mensal chegava na caso dos 80%. Desde 2004, que a inflação está controlada, flutuando entre o centro e o teto da meta, chegando em 2011 a atingir o teto de 6,50%.



Para garantir que a inflação atinja a meta, o Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) é responsável por tomar as medidas que garantam o controle inflacionário. Para isso, a principal ferramenta é a taxa de juros. Toda vez que os preços sobem a cima do esperado, o BC intervêm com a elevação da taxa Selic. Essa medida encarece o crédito e incentiva a população a consumir menos e com isso os preços passam a ter tendência de queda.

O centro da meta é o índice a ser perseguido e desde 2005, o centro da meta está em 4,5% ao ano, entretanto, esse índice pode variar em dois pontos percentuais para mais ou para menos. Desta forma, a inflação não pode ficar abaixo de 2,5% e nem a cima de 6,5%. Em 2005, o país esteve próximo de atingir o centro da meta (4,5%), quando a inflação anual ficou em 4,46%.

Quando o IPCA estoura o teto da meta, não há punição quando se ultrapassa o teto, mas serve como um alerta de insegurança nos investidores, que ampliam as exigências de juros mais altos para retomarem os investimentos no país. Quando isso acontece, o presidente do BC deve divulgar uma carta aberta ao ministro da fazenda justificando o descumprimento e informando quais medidas serão adotadas para controlar a inflação.



terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Sonhador incansável

Se fosse vivo, John Zachary DeLorean (1925-2005), estria completando hoje 90 anos. Nascido em Detroit, no estado de Michigan, filho de um operário da Ford, DeLorean se formou em engenharia e começou a trabalhar na indústria automobilística, o principal setor da economia de sua cidade.

Com pouco tempo de carreira, foi chamado para assumir o cargo de engenheiro chefe da Pontiac. Em 1964, ganha fama ao desenvolver o Pontiac GTO (Que é utilizado no filme Triplo X 2 - Estado de Emergência). Seu objetivo era apresentar um carro com condições de competir de igual para igual com a Ferrari, para isso, equipou o veículo com um potente motor V8, dando início a forte relação da indústria automobilística estadunidense com esse motor.

Alguns anos depois, ele é promovido para Gerente Geral da General Motors (GM), proprietária das marcas Pontiac e Chevrolet, entre outras. No cargo ele faz importantes melhorias no design e na qualidade dos veículos da Chevrolet. Em 1973, é promovido para a vice-presidência da divisão de automóveis e caminhões da General Motors e é indicado para ser o presidente da GM, mas devido as constantes desavenças com a administração da empresa, ele acaba deixando o grupo.

Ao deixar a General Motors, DeLorean inicia o projeto de desenvolver um carro que seja seguro, confiável, confortável, prático e bem construído, que garanta prazer ao dirigir sem deixar de lado a elegância. Com um investimento inicial de US$ 500 milhões, começa a construir na Irlanda do Norte o tão sonhado DeLoreanDMC-12, que anos mais tarde, amplia sua fama, ao protagonizar os filmes da trilogia "De Volta Para o Futuro", sendo a máquina do tempo desenvolvida pelo professor Emmett Brown.

DeLorean conta com a ajuda de outros grandes nomes da indústria automobilística como Colin Chapman, que criou a equipe Lotus F1, que deu origem a montadora, Chapman colaborou no desenvolvimento do carro, que teve o design criado e desenvolvido pela Italdesign, de Giugiaro.

Em 1981, dois anos depois do planejado inicialmente, John DeLorean consegue estrear sua obra prima. Mas devido a problemas financeiros, o carro saiu de linha já no ano seguinte, quando a empresa entrou em concordata. Para tentar salvar sua empresa, DeLorean, se envolveu com práticas ilegais como o tráfico de drogas e acabou preso, mas foi solto 10 dias depois, por falta de provas.

No dia 19 de março de 2005, em razão de complicações provocadas por uma ataque cardíaco, John DeLorean faleceu em sua residência, em Nova Jersey. Em 1997, Steve Wynne comprou os direitos da DeLorean Motors Company (DMC) e passou a comercializar DMC-12 restaurados. Em 2008, foi reiniciada a produção do modelo.