segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Maus Médicos


E o ano se iniciou com uma bomba sobre a classe médica. A mesma categoria que protagonizou episódios ridículos no ano passado, fazendo politicagem e dizendo defender a ética e a valorização profissional, que tentou garantir uma ampla reserva de mercado, ao buscar implantar o bizonho "Ato Médico", que limitava o trabalho de diversas outras profissões da área da saúde (psicólogos, enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, entre outros), para garantir mais trabalhos para eles.

Os profissionais que em uma ação puramente classista e movida por interesses financeiros, se opôs ao Programa Mais Médicos - criado pelo Governo Federal para garantir o acesso a saúde para muitos brasileiros que não tinham como ser atendidos por profissionais tão vitais -, eles que apresentaram ao Brasil, uma prática das mais absurdas ao adotarem e ou endossarem discursos de xenofobia coletiva. Sim o mais médicos trouxe profissionais de vários países, mas o alvo dos "doutores" eram apenas os médicos cubanos.

Agora chegamos a 2015 e a imprensa denuncia a existência de uma ampla rede mafiosa que manipula exames para garantir a realização de cirurgias, muitas vezes desnecessárias, visando apenas o lucro que teriam com as comissões e propinas, que orbitam nessas operações. Como afirmou um dos médicos envolvidos: "Não se discute ética, se discute grana".

Faz uma semana que o caso ganhou a imprensa nacional que no último domingo, 11 mostrou que estes senhores além de inventarem cirurgias e danificar equipamentos utilizados - para serem obrigados a comprar mais e assim aumentar as comissões e propinas -, ainda utilizam material com a validade vencida, ou próxima do vencimento, para garantir que seja feito um novo procedimento cirúrgico e desta forma suas contas bancárias engordam cada vez mais.

Sem falar no aumento assustador de partos feitos através de cesárias em detrimento dos procedimentos de partos naturais, mais seguros para bebês e gestantes, porém menos lucrativos para os médicos e demais profissionais da área da saúde.

Estes "profissionais" desonram a classe, ignoram o famoso "Juramento de Hipócrates", que todo médico faz ao se formar e valorizam apenas o tilintar do vil metal caindo em suas contas.

Infelizmente, até agora, salvo o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERG) e o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) - salvo engano - atuaram para combater essa página infeliz da atuação médica em nosso país. Os demais órgãos classistas pouco tem se manifestado sobre as denúncias e mantêm o silêncio em relação as futuras punições, que estes médicos envolvidos devem receber - ao menos na teoria -.

Por tudo isso, agora eu me pergunto. Onde estão a indignação, a ética e o amor a profissão que estes cidadãos diziam defender até bem pouco tempo atrás. Como nos lembra, a Legião Urbana, na música Quando o sol bater na janela do seu quarto, "Até bem pouco tempo atrás, poderíamos mudar o mundo, quem roubou nossa coragem?"

Por que será que o Conselho Federal de Medicina (CFM), ainda não atuou de maneira incisiva para buscar punições aos médicos envolvidos? Por que as demais entidades classistas não se juntam aos conselhos regionais já citados aqui, na busca pela moralização desta importante categoria? A população ainda aguarda respostas para essas questões.


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