sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Brasil: O país da televisão

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Populus da Inglaterra, encomendada pela BBC, apontou que a televisão brasileira está “bem na fita”, quando comparada com as de outros países. Apesar do cenário que retratei aqui tempos atrás, de que nossa televisão está cada vez mais ocupada por programas e ou quadros importados de outros países (Andando para trás?), nossa televisão continua se destacando em relação as demais.

O estudo entrevistou 500 pessoas, com mais de 18 anos em cada um dos 14 países participantes (Alemanha, Austrália, Brasil, Dinamarca, Emirados Árabes, Espanha, Estados unidos, França, Holanda, Itália, Japão, Portugal, Reino Unido e Suécia.

A pesquisa apontou que quando a questão é qualidade da programação, a melhor emissora de televisão do mundo é a BBC One. Em segundo lugar aparece a TV Cultura, dirigida pela Fundação Anchieta, ligada ao governo paulista e que infelizmente não tem seu sinal aberto para que possa chegar a um número maior de casas pelo país.

As demais brasileiras que apareceram na pesquisa foram a Globo (28º), TV Brasil (32º), Bandeirantes (35º), Record (39º) e o SBT (40º). A pesquisa aponta alguns pontos importantes para quem atua e ou pesquisa comunicação, principalmente nos que tem seu foco na "telinha".

Mesmo com os bons resultados apresentados ainda há muito o que avançar quando se trata de televisão brasileira, seja em qualidade ou em diversidade da programação exibida. Para isso, acredito que o melhor caminho é investir cada vez mais em conteúdos nacionais, sem abrir mão dos produtos de qualidade, que sempre importamos, mas é verdade que nossa televisão precisa de um upgrade na programação.

Outro ponto importante que a pesquisa mostra é a opção de investimentos sérios por parte do poder público na televisão realmente pública. A colocação das tvs estatais mostram que elas são viáveis. BBC One (1º), TV Cultura (2º) e TV Brasil (32º), são estatais. Outro ponto importante para o debate, é a necessidade de abrir o sinal das emissoras públicas. Isso ampliaria o potencial mercadológico das mesmas facilitando a manutenção da mesma e servindo de espaço para uma maior divulgação da cultura nacional.




sábado, 11 de janeiro de 2014

O futebol tem coisas que eu não entendo



Há alguns anos atrás um grande clube brasileiro assinou um contrato de parceria com um misterioso grupo de investidores internacionais que desejavam à época atuar no mercado brasileiro. A parceria não durou muito tempo e mesmo com a conquista do Brasileirão, ela gerou mais polêmicas do que benefícios.

O fundo investidor acabou sendo investigado pelo Ministério Público e pela Policia Federal, por lavagem de dinheiro e a parceria foi encerrada deixando o clube na pior crise de sua história, figurando mais nas páginas policiais do que no caderno de esportes.

Anos depois o mesmo clube assinou um contrato de patrocínio com uma estatal que também gerou polêmica. Teve até ação judicial impedindo o repasse dos valores acordados entre as partes. A alegação para justificar essa ação era a de que o Estado não pode repassar dinheiro público para instituições privadas sem que haja a contrapartida por parte da instituição.

Esse fato gerou polêmica por um tempo e se estendeu por que o mesmo banco estatal fechou contrato de patrocínio com outro gigante nacional, que enfrentou os mesmos problemas do primeiro. Entretanto, algum tempo depois o bom senso prevaleceu e os repasses foram liberados. O banco inclusive ampliou consideravelmente o número de clubes patrocinados.

Agora, me surpreendo com a informação de que outro grande clube brasileiro fechou um contrato de patrocínio com uma multinacional que está impedida pela justiça de atuar no Brasil. O argumento que sustenta a decisão judicial é que o braço brasileiro da empresa é acusado de fazer lavagem de dinheiro.

Esse acordo de patrocínio levanta ao menos uma questão complicada. Por que uma multinacional que não atua no mercado brasileiro (impedida pela justiça) investiria pesado em patrocinar um grande do nosso futebol? É preciso esclarecer essa dúvida.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Austrália: um exemplo à ser seguido

Vi hoje nas redes sociais duas informações relativas a saúde e que me chamaram a atenção. A primeira era uma tabela onde apareciam diversos países e a carga tributária que cada um cobra dos remédios comprados pelo cidadão. O Brasil tem a maior taxação com incríveis 33% do custo do remédio sendo impostos.

Por ser um bem de consumo de grande necessidade, acredito que os remédios deveriam ser isentos de tributação, o que facilitaria a aquisição dos mesmos por quem necessite deles e ainda aliviaria as contas públicas, quando o Estado comprasse os mesmos para suas farmácias populares.

Mas o foco do texto não é esse e sua citação é apenas um contraponto ao tema principal que faz com que a Austrália seja um exemplo a ser seguido. A segunda informação que vi nas redes sociais fala sobre a legislação tabagista daquele país, que apertou o cerco aos fumantes e entre as medidas tomadas para isso ampliou em 25%, os tributos que incidem sobre o tabaco.

Não acho que a legislação brasileira sobre o tema, seja falha, ao contrário, já li bastante sobre a mesma e vi que ela é apontada como uma das mais avançadas do mundo. Apenas entendo que seria interessante a transferência dos tributos cobrados pelos remédios para os cigarros, garantindo assim que o estado não perdesse renda e ainda garantisse uma melhor saúde para a sua população.

Tal garantia, aconteceria por duas frentes distintas, a não tributação sobre os remédios baratearia os mesmos, garantindo a população um acesso mais seguro e com o aumento da tributação do cigarro, muitos sentiriam a mudança no bolso e poderiam assim deixar de fumar, buscando uma vida mais saudável.

Carta Aberta à Fernando Henrique Cardoso


Fonte: Veja.abril.com.br

Eu costumo respeitar os cabelos brancos das pessoas, mas entendo também que respeitar e concordar são coisas bem distintas. Li o artigo escrito pelo ex-presidente e hoje imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) e discordo de muitas colocações que ele apontou. Não vi em momento algum o governo petista apontando em um “declínio ocidental”, como o sociólogo escreveu.

Desde os tempos do governo Lula que o país vem apenas buscando ampliar o número de parceiros, o que já mostrou resultado, uma vez que com tal ampliação a crise econômica 2007/08, não nos atingiu da mesma forma como outras crises menores fizeram tempos atrás. É evidente que é necessário uma maior aproximação tanto com a Europa como com os países do Pacífico, mas não se pode ignorar o G-20 e a força dos mercados emergentes, que tem chamado tanto a atenção da iniciativa privada internacional nos últimos anos e que mantém a previsão de crescimento.

Em relação aos Estados Unidos, também é claro que uma aproximação seria interessante ao Brasil em vários aspectos, entretanto o comportamento da Casa Branca vem justificando as ações do Brasil em relação aquele país. O caso envolvendo Edward Snowden mostram que sim, o Brasil tem motivos para ter “o pé atrás” com aquele governo, seja por espionar a Petrobras e a Presidência, ou seja, por perseguir o cidadão, que denunciou o abuso.

E não a economia estadunidense não está lá essas coisas e prova disso foi a recente paralisação dos serviços públicos por falta de verbas, algo impensável sobre os Estados Unidos, até bem pouco tempo atrás. Em relação ao Oriente Médio acredito que sempre é importante manter relações com alguns daqueles países, apesar de toda a dificuldade que aquela realidade implica.

A política externa brasileira continuará alcançando avanços importantes como o acordo entre o Brasil e seus parceiros do MERCOSUL e a Europa, hoje travado mais por questões referentes aos benefícios existentes aos países de lá do que os de cá. Assim como em relação à Europa o Brasil está para assinar um acordo de cooperação econômica com os países do Pacífico, a definição deverá sair ainda no primeiro semestre de 2014, assim como o acordo com os europeus.

Em relação a América Latina, o bolivarianismo não diminuiu o papel do Brasil de protagonista no continente. Continuamos a ser a principal economia do continente e mantemos a liderança política continental. É evidente que o governo precisa tratar de forma mais séria as ações para resolver o gargalo representado pela falta de infraestrutura do país.

Quanto a educação, a meu ver é leviandade negar que o setor vem melhorando nos últimos anos, ainda que exista um longo caminho a ser percorrido.

Em relação ao pré-sal é evidente que a garantia da participação da Petrobras é um acerto, uma vez que a mesma foi a responsável pela descoberta das reservas e permitir que outras empresas explorem as áreas sem a participação da petrolífera brasileira, seria insanidade.
Discordo em relação a inflação, uma vez que chegamos ao décimo ano consecutivo com a inflação dentro da meta e alegar que isso acontece apenas por conta de contabilidade criativa e repressão artificial é desconsiderar todo o avanço que o país alcançou após a adoção das metas inflacionárias.

Ainda é preciso destacar que pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que a desigualdade social vem caindo nos últimos anos. Isso acontece por conta do aumento da renda e do poder de compra da população, além do pleno emprego que coloca o país mais uma vez como recordista no combate ao desemprego, assim sendo apontar apenas os erros da economia brasileira é na realidade, apenas cena política eleitoreira.