segunda-feira, 24 de junho de 2013

Carta aberta ao Conselho Federal de Medicina

Já faz tempo que a saúde brasileira está mal e precisa de uma reformulação estrutural urgente, entretanto, o Conselho Federal de Medicina pouco ou nada faz para buscar as soluções necessárias para tratar essa questão. Segundo o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, faltam médicos no Brasil sim, apesar do Conselho Federal dizer o contrário. (Veja aqui) Faltam médicos por que a distribuição dos mesmos é injusta e dessa forma, a falta de médicos agrava o já crítico estado da saúde pública.

Ao mesmo tempo que vivemos essa realidade, o governo que pouco faz para estruturar a rede pública de saúde, acena com a possibilidade de trazer médicos de fora, não apenas de Cuba, principal crítica do CFM em relação ao caso, mas também de portugueses e espanhóis. Essa medida paliativa evidentemente não tará soluções para a questão. Ela apenas amenizará a situação de quem precisa de atendimento e não tem por falta de estrutura e de profissionais.

É legítimo que toda a sociedade, busque as melhoras necessárias tanto na saúde, como na educação e nas demais áreas, mas acompanhando de perto a questão da saúde, percebi algumas questões complicadas para  mudar esse quadro. Me refiro aqui ao Projeto de Lei conhecido como "Ato Médico", já aprovado no Senado e que agora irá à sanção da Presidenta e eu espero que ela vete. Defendo o seu veto por que ele é mais nocivo, do que querem fazer parecer. Infelizmente não vi, nenhuma atuação do Conselho Federal de Medicina, contrária a esse absurdo.

O Ato Médico é prejudicial a sociedade por que ele servirá apenas para agravar a triste situação que se encontra nosso sistema público de saúde. Essa ideia, pretende que médicos monopolizem algumas atividades das áreas de saúde, com isso dentistas, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, farmacêuticos, sofreriam grandes impactos, prejudicando o exercício profissional desses trabalhadores da saúde.

É preciso que se pare com a triste realidade de "legislar em causa própria" e pensar na saúde como um todo. Caso esse absurdo chamado Ato Médico, seja aprovado, a situação ficará pior do que já está, pois é comum vermos nos hospitais públicos do país, muitos médicos reclamando da falta de profissionais, para os atendimentos, sobrecarregando, ainda mais a saúde pública. 

Assim sendo, é lamentável que os médicos atuem da forma egoísta como querem em detrimento de outras categorias da área da saúde e também da sociedade brasileira. Lutar por melhores hospitais e por melhores profissionais, é fundamental, mas é necessário saber como fazer isso e não é criticando a vinda de médicos estrangeiros, ou se omitindo no debate do ato médico que resolveremos essa questão.

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