sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Na contra mão da lógica

Como é sabido por todos, nosso país sediará nos próximos anos, os dois maiores eventos esportivos do planeta. A Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016, que acontecerão no Rio de Janeiro e terão ainda outras cidades como São Paulo na condição de sub-sede. Mas a pauta deste texto não é nem a Copa nem as Olimpíadas, na verdade é a política ou a falta de política esportiva no Brasil. Desde antes do início da sequência de candidaturas que o país apresentou para sediar os jogos, já sabíamos que faltava um política séria de desenvolvimento esportivo e infelizmente essa falta ainda existe.

Essa questão somente será resolvida quando os atores envolvido na questão passarem a levar mais a sério esse objetivo. Vejamos o que vem acontecendo em São Paulo. Recentemente o jornal O Estado de São Paulo noticiou o fechamento do tradicional Clube de Regatas Tietê  e a prefeitura se adiantou informando que transformaria o clube em um espaço público para a formação de novos atletas, o que seria uma mostra do avanço no planejamento de políticas de fomento ao esporte, contribuindo muito para um programa sério de política esportiva.

Pois bem, tal notícia foi veiculada no dia 26 de novembro e apenas 12 dias após tal anúncio da prefeitura, me deparo com a notícia de que a mesma prefeitura, poderá vender o também tradicional espaço esportivo do Ibirapuera, notícia veiculada nos blogs do André Barcisnki, da Folha de São Paulo e do Juca Kfouri, no UOL. Essa decisão por parte da prefeitura mostra a contradição da mesma, na questão esportiva, afinal possibilitam a venda de um espaço importante para o esporte, a cultura e a história paulistana e pensam em implantar um projeto de formação de atletas no espaço de um antigo clube da cidade. Como assim?

Em uma e´poca em que os espaços públicos estão a cada dia mais escassos, dando vez a grandes empreendimentos imobiliários, é fundamental que o  poder público atue na garantia do espaço público para a implantação de políticas públicas que garantam o desenvolvimento social e esportivo da população e quanto maior o número deles, melhor para toda a população. Por isso é inacreditável que a prefeitura cogite a ideia de se desfazer desse patrimônio público, nem tanto pelas Olimpíadas, que se aproximam, afinal um atleta olímpico não é desenvolvido em tão pouco tempo, faltam cerca de três anos e meio para os jogos no Rio, mas é preciso pensar no futuro e garantir essa possibilidades no presente.

Que a mudança política, ocorrida meses atrás na cidade de São Paulo ganhe força e garanta a manutenção do patrimônio público, afastando de vez a ideia de desmanche do patrimônio público, que há anos assombra  não apenas a capital paulista mas o estado, tendo em vista que já levantaram a possibilidade de o estado se desfazer de locais como o Pacaembu e o Autódromo de Interlagos.

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