terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Uma torcida que não merece o time que tem

Acabou o Brasileirão e pelo segundo ano consecutivo o futebol carioca conquistou o título mais importante do nosso futebol. O Fluminense, após vencer o já rebaixado Guarani, conquistou o bicampeonato do Brasileirão, o primeiro foi no distante 1984. o tricampeonato ao qual seus torcedores agora se referem, incluiu na contagem a conquista do antigo Roberto Gomes Pedrosa em 1970 e que valia como se fosse o campeonato brasileiro.
É evidente que após 26 anos de espera a torcida do time das Laranjeiras tem todo direito de fazer a festa que a conquista merece, mas uma parte dos tricolores acabou por como se diz no popular "perdendo a linha". O fato aconteceu na festa de gala dos melhores do campeonato, onde muitos tricolores foram premiados e com razão. mas o fato negativo do dia, ou melhor da noite, ocorreu quando o presidente do Corinthians, adversário direto na luta pelo título, discursou após seu time ser homenageado pela CBF, em virtude de seus 100 anos.
Durante sua fala, Sanchez, que assumira a presidência do time paulista em meio a sua maior crise e que teve papel fundamental em sua reconstrução, agradeceu a homenagem e parabenizou o tricolor carioca pela conquista do campeonato. Além disso, parabenizou também os campeões das Séries B e C, além dos outros times que conquistaram as vagas para a Série A no Brasileiro do ano que vem.
Ao fazer tal comentário o mandatário alvinegro fez referências à estes times dizendo que os mesmos entram na Série A, "pela porta da frente". Estas palavras foram o suficiente para que torcedores do Fluminense sentissem o golpe e imediatamente vaiassem Sanchez, que deixou imediatamente o palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Mesmo sem mencionar nome algum de time (s) que teria entrado na Série A, o recado ficou claro. O endereço do discurso era o clube das Laranjeiras, que em 2000, após uma série de insucessos na Série A e consequentes rebaixamentos para a Série B (dois, mas sempre anulados no tapetão), o time que caiu uma terceira seguida e no anoo seguinte ia parar na Terceirona, retornava a elite do futebol com a Copa João Havelange (Por coincidência, ex presidente do mesmo Fluminense, da CBF, então CBD e da FIFA), sem precisar jogar a antiga segundona, uma vez que em 1999, o Fluzão havia ganho a Terceirona.
Com a fala de Sanchez, a torcida mostrou que o colunista do O Globo Fernando Calazans, já não tinha mais razão em relação a mesma. Em 14/12/1999, o colunista escreveu:

"O Fluminense está bem encaminhado para ser um dos dois primeiros na terceira divisão e obter assim sua promoção, mas não foi propriamente no campo que o clube brilhou mais. Foi na arquibancada. Quer dizer: a torcida é melhor do que o time..."

Com o comportamento de ontem, a torcida mostrou que o glorioso Fluminense Football Clube é muito melhor do que sua torcida. Muitos dirão que o dirigente paulista teria provocado e como diz a sabedoria popular, "quem fala o que quer, ouve o que não quer". Sim e eu concordo com o dito popular, mas seguindo a mesma linha, entendo que Sanchez, assim como todo corinthiano, passou a reta finaldo campeonato, ouvindo comentários de que o time teria comprado o Brasileirão para garantir um título no centenário e que o guarani havia recebido "mala branca" para jogar sério contra o Flu e assim, poder ajudar o Timão na conquista.
Pois bem, Sanchez, não provocou ninguém, apenas afirmou o que se pode comprovar (o mesmo já não pode ser dito sobre malas brancas e compra de campeonatos). Por isso não vejo a declaração, ainda que polêmica como algo provocativo, mas sim realista, afinal "quem fala o que quer, ouve o que não quer". E foi isso que aconteceu. Infelizmente o comportamento de parte de sua belíssima torcida durante a festa, serviu apenas para manchar a história do clube e sua recente conquista, por isso a mesma não merece o time que tem.



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