domingo, 15 de fevereiro de 2015

Uma testemunha ocular da história



Hoje, 15 de fevereiro, é aniversário de Jonathan Steele, jornalista britânico e autor de vários livros baseados em suas matérias feitas como correspondente internacional e que através de sua carreira, vem mostrando que se encaixa perfeitamente na frase que aparece no título deste texto. Tendo estudado na Kings College, em Cambridge e na Universidadede Yale, se destacou no jornalismo com matérias sobre política internacional.

Jonathan sempre escreveu para o jornal inglês The Guardian, onde até hoje mantém um blog, onde escreve sobre política. Em 1º de fevereiro de 1990, teve publicada no The Guardian, sua matéria, McDonald´s em Moscou relatando a abertura da primeira loja da gigante do fast-food mundial em solo soviético, as vésperas do ocaso do país comunista.

Anos mais tarde, em 2008, essa matéria foi publicada no livro O Grande Livro doJornalismo, editado por Jon E. Lewis e publicado no Brasil pela José Olympio Editora. O livro juntava 55 obras-primas dos melhores escritores e jornalistas do chamado jornalismo literário.

Sua obra jornalística tratou ainda de questões referentes a países como o Afeganistão, o Iraque, entre outros. Steele foi chefe do departamento de Washington para o Guardian, entre os anos de 1975 e 1979. Nos anos 1979 e 1982, foi editor do mesmo veículo e depois, atuou como correspondente internacional entre os anos de 1982 e 1988. Entre 1988 e 1994, foi chefe do escritório do jornal em Moscou. 

Como correspondente internacional, Steele, cobriu a guerra civil em El Salvador, na Nicarágua e a invasão norte americana a Granada em 1983. Em 1998, foi para Kosovo cobrir a crise na região, que vivia uma sangrenta guerra civil, fruto do desmantelamento da antiga República Socialista da Iugoslávia. Permaneceu por lá durante três anos e foi testemunha ocular da queda do presidente SlobodanMilosevic, o “Carniceiro dos Balcãs”, em 2000.

Cobriu ainda vários conflitos no Oriente Médio, após 2001, entre as ações que fez cobertura, está a invasão do Iraque pelos Estados Unidos e o Reino unido, em 2003. Nos três anos seguintes, viajou com frequência à Bagdá e em 2008 publicou seu livro, “Derrota: Por que a América e a Grã-Bretanha perdeu o Iraque, publicado pela IB Tauris, no Reino Unido e pela Contraponto nos Estados Unidos. 

Steele cobriu ainda a crise síria pós 2011, fazendo várias viagens para Damasco e entre julho e agosto de 2006, cobriu a invasão israelense ao sul do Líbano. Outro país que foi cenário dos escritos de Steele foi o Afeganistão, onde esteve pela primeira vez em 1981, ainda durante a ocupação soviética. Ele cobriu o ataque final dos Talibãs em 1996, que levou o grupo radical islâmico ao poder e esteve também na cobertura do ocaso do mesmo grupo cinco anos depois. A partir do que viu nessas coberturas, escreveu o livro “Fantasmas do Afeganistão: O campo de batalha assombrado” (Portobello Books, Londres 2011 e Contraponto, São Francisco 2011), onde analisa 30 anos de historia do país.

Steele foi um dos membros da equipe do Guardian que analisou os documentos do Wikileaks, sobre o Afeganistão e o Iraque, além dos telegramas do Departamento de Estado Americano.

Em 2006, foi agraciado com o Prêmio Martha Gellhorn de Jornalismo, prêmio especial em homenagem as suas contribuições de carreira. Ganhou por duas vezes, 1981 e 1991 o prêmio de repórter do ano, no British Press Awards. Em 1991 ganhou ainda o Press Club of Londres of the Year Award, por ser o único repórter inglês que esteve na Crimeia, onde Mikhail Gorbachev fora mantido em cativeiro e por ter conseguido entrevistar o último presidente soviético, enquanto este fora mantido em cativeiro, durante o breve golpe de Estado em agosto daquele ano.

Em 1998, recebeu o prêmio de jornalismo internacional da Anistia Internacional pela cobertura da limpeza étnica ocorrida no Kosovo, no mesmo ano venceu ainda o prêmio James Cameron.

Atualmente, além de manter o blog ligado ao The Guardian, Steele colabora ocasionalmente com a London Review of Books, colabora ainda com a BBC e desde março do ano passado, trabalha como chefe de reportagem do site Middle East Eye

Além dos livros já citados, aqui Steele escreveu ainda, outros livros como “A Conexão Sul-Africana: Investimento ocidental em Apartheid (com Ruth First e Christabel Girney), de 1972; Socialismo de rosto alemão 1977; Superpotências em Colisão: A Nova Guerra Fria (com Noam Chomsky e John Gitings), 1983; Andropov em Power (com Eric Abraham); 1983; Poder soviético: a política externa do Kremlin de Brezhnev para Andropov, 1983; Rússia Eterna: Yeltisin, Gorbachev e a Miragem da Democracia, 1994.

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