terça-feira, 13 de março de 2012

Que fim levou (5)


               

          O Ligier JS11 no Festival de Velocidade de Goodwood, em 2008.

Fundada pelo ex-piloto Guy Ligier que deu seu nome à equipe, a Ligier participou da Fórmula 1 entre 1969 e 1996, conquistando resultados medianos, chegando ao vice campeonato entre os construtores de 1980, ano em que cravou seu nome na história da categoria.
A principal característica do time era o fato de correr com carros azuis, mantendo uma antiga tradição do automobilismo europeu da era pré I Guerra Mundial, quando as equipes de corrida utilizavam as mesmas cores que as Forças Aéreas de seus respectivos países. Por isso, a Ferrari e Mercedes correm de vermelho e prata respectivamente.
Essa atitude, fez com que a equipe ganhasse muita simpatia por parte tanto de torcedores quanto da imprensa francesa. Em 1976 a equipe correu com o modelo Ligier JS5 e teve apenas um piloto, o francês Jacques Laffite, que iniciaria ali uma relação de amor com o time. A equipe termina a temporada em quinto lugar com 20 pontos.
Para o ano de 77, a equipe mantém Laffite e contrata Jean-Pierre Jarrier no fim da temporada e termina o ano em oitavo lugar com 18 pontos. No ano seguinte, a Ligier mantém Laffite, que conquista 19 pontos e coloca a Ligier em sexto lugar entre os construtores. O ano de 79 prometia grandes avanços para os franceses, que contavam com os tradicionais motores Ford.
Os pilotos eram Laffite e Patrick Depailler, que após um acidente dá lugar a Jacky Ickx, que se torna o primeiro não francês a correr pela Ligier. Laffite continuou sendo o grande líder do time conquistou duas vitórias e seis pódios. Depailler consegue apenas dois pódios e Ickx não consegue nenhum resultado expressivo e se aposenta ao final daquele mesmo ano. A Ligier termina a temporada em terceiro lugar com 61 pontos.
O ano de 1980 reservava muitas emoções para a Ligier, que mais uma vez liderada por Laffite, que teve Didier Pironi como companheiro, a equipe faz uma excelente temporada conquistando 10 pódios, sendo cinco para cada piloto, a equipe soma 66 pontos e termina a temporada com o segundo lugar entre as equipes. O bom resultado do ano, porém, não se repetiria novamente e a equipe iniciaria no ano seguinte sua decadência.
Em 1981, Laffite permanece no time e conta com três companheiros naquela temporada: Jarier, Jean Pierre Jabouille e Patrick Tambay. No Grande Prêmio da Áustria daquele ano, Jacques Laffite conquista sua última vitória e a equipe fecham o campeonato em quarto lugar. Para a temporada de 81, a Ligier conta com o experiente Laffite e o ítalo-americano Eddie Cheever e marca somente 20 pontos ficando em oitavo lugar entre as equipes.
Em 1983, a equipe sofre um duro golpe ao ver Laffite trocar a equipe pela Willians. Os pilotos passam a ser Jarier e o brasileiro Raul Boesel. É a pior temporada da equipe até então. Com uma série de abandonos e não classificações, a Ligier não marca ponto nenhum na temporada. Em 1984, Hesnault e De Cesaris melhoram um pouco o desempenho da equipe que soma três pontos no ano, todos conquistados por De Cesaris, que permanece na equipe em 1985.
Neste ano, a Ligier volta a contar com Laffite como piloto. O retorno traz boas novas para os franceses que somam mais pontos que no ano anterior. No GP da Áustria daquele ano, De Cesaris protagoniza um acidente incrível capotando três vezes e sai ileso, porém, o ocorrido lhe custa o emprego. Guy Ligier substitui o italiano por Streiff que conquista seu único pódio exatamente na Áustria.
Em 1986, Laffite permanece na equipe e tem como companheiro o experiente René Arnoux. Com um pódio no GP do Brasil daquele ano, Laffite vinha tendo uma temporada mediana, até sofrer um grave acidente em Brands Hatch, que lhe obrigou a encerrar a carreira. Para seu lugar Ligier contrata o francês Philippe Alliot. A equipe termina a temporada em quinto lugar com 29 pontos.
Para o ano de 1987 a equipe contou com Arnoux e Ghinzani. O desempenho é muito ruim e a equipe fica em 11º com apenas um ponto conquistado por Arnoux. Para 1988, Ghinzani é substituído por Stefan Johansson, mas também não adianta por que a equipe volta a zerar a temporada. Em 1989, Grouillard vem para o lugar de Johansson a equipe marca apenas três pontos na temporada e fica em 13º.
Em 1990, dessa vez com os pilotos Alliot, que voltou para os azuis e o italiano Nicola Larini, a equipe sofre de novo e passa mais uma temporada em branco. Para 1991, a Ligier contrata o piloto belga Thierry Boutsen e o francês Erik Comas. É o segundo ano seguido sem pontos e o quarto de sua história. Em 1992, os pilotos permanecem e com os últimos pontos de Boutsen, conquistados na Austrália a equipe azul termina a temporada em sétimo.
1993 marcou o renascimento da Ligier. A equipe não forma uma dupla com pelo menos um francês, mas com os ingleses Martin Brundle (ex-Benetton) e Mark Blundell (ex-Brabham). Com 23 pontos marcados e três pódios (dois de Brundle, um de Blundell), a Ligier encerra a temporada em quinto lugar.
Em 1994, a equipe dispensa a dupla Brundle e Blundell e aposta em Olivier Panis e o também francês Éric Bernard e no GP da Alemanha a equipe coloca seus dois pilotos no pódio. Mesmo com o pódio, os pilotos são trocados por Johnny Hebert e Franck Lagorce que não tem sucesso no ano. A equipe fica em sexto lugar com 13 pontos
Em 1995  Brundle retorna à equipe, com a manutenção de Panis no time. O japonês Aguri Suzuki, disputa algumas corridas num "sistema de revezamento", e sofre um grave acidente nos treinos do GP do Japão, deixando a F-1. Panis conquista o segundo pódio da Ligier no GP da Austrália, o primeiro foi de Brundle.
A Ligier já quase foi vendida para alguém em 1996, porém a equipe não desistiu. Mantém Panis e contrata o brasileiro Pedro Paulo Diniz, vindo da Forti. O começo é tímido, mas a vitória foi retorna no GP de Mônaco, onde quatro carros terminaram a corrida. Panis, que largara de décimo-quarto, resiste à pressão de David Coulthard, mas só alivia porque o tempo-limite de duas horas estava esgotado.
Olivier comemora sua única vitória levando a bandeira francesa na sua mão, copiando o gesto criado por Ayrton Senna. Depois de vinte anos de atividades, o tetracampeão Alain Prost, que chegou a testar a Ligier em 92, compra a equipe e a converte na Prost Grand Prix. No final das contas, a Ligier dá adeus em grande estilo, mesmo com um singelo sexto lugar.
 Curiosidades sobre a equipe Ligier
     Michael Schumacher heptacampeão da F-1, já testou a Ligier, em fins de 94.
    Todos os carros da Ligier tinham a sigla JS, numa homenagem ao piloto francês Jo Schlesser, morto em 1968.A Ligier teve o maior número de pilotos com a mesma nacionalidade da equipe: quinze franceses ocuparam o cockpit. 
     O modelo JS11 usado nas temporadas de 1979 e 1980 eram réplicas fieis do Lotus 79.

Nenhum comentário:

Postar um comentário