quarta-feira, 8 de abril de 2015

Seymour Hersh: Jornalismo Verdade e Intensivo

Filho de uma família de origem judaica, falante de Yiddish, que emigraram da Lituânia e da Polônia, Seymour Myron “Cy” Hersh, nasceu em Chicago, no dia 8 de abril de 1937, graduou-se em História na Universidade de Chicago e depois foi cursar direito na mesma universidade, entretanto, acabou jubilado de lá, devido às notas baixas.

Após sua saída da universidade, voltou a trabalhar em uma rede de farmácias onde se empregou enquanto estudava. Pouco tempo depois, iniciou sua carreira jornalística trabalhando como repórter policial para o City News Bureau, em 1959. Depois foi trabalhar como correspondente da United Press, em Dakota do Sul.

Em 1963, passa a trabalhar como correspondente da Associated Press em Chicago e Washington. Nessa época, Hersh conheceu Isador Feinstein Stone, um jornalista independente e critico do macarthismo. O jornal de Stone –  I. F. Stone's Weekly – inspira Hersh em seus trabalhos posteriores. Ainda nessa época, Hersh passa a formar seu estilo de jornalismo investigativo, ultrapassando os briefings do Pentágono e buscando entrevistar individualmente os oficiais de alto escalão.

Após desentendimento com a Associated Press, que se recusou a publicar suam matéria sobre as atividades do governo dos Estados Unidos, envolvendo armas biológicas e químicas, Seymour Hersh sai da AP e vende a mesma matéria para a revista The New Republic. 

Hersh passa então a se especializar em reportagens sobre geopolítica e assuntos militares dos Estados Unidos. Em 1968, Hersh trabalhou como assessor de imprensa do senador Eugene McCarthy, que disputou aquela eleição pelo Partido Democrata.

Em 1969, publica matéria onde revela o projeto Jennifer, que consistia na tentativa de resgate dos destroços do submarino soviético K-129, promovida pela CIA, buscando ter acesso a dados e tecnologias soviéticas.

Em 1970, ganhou o Prêmio Pulitzer, pela matéria onde denunciou o Massacre de My Lai, no Vietnã, em novembro de 1969. Escreveu o livro The Price of Power: Kissinger in the Nixon White House, que ganhou o National Book Critics Circle Award. Essa matéria sobre o massacre, é anos depois, publicada no livro “O Grande Livro do Jornalismo”, editado por Jon E. Lewis, publicado no Brasil pela Editora José Olympo, com tradução de Marcos Santarrita.

Em 1974, publica material revelando atividades ilegais da CIA contra organizações pacifistas e outros movimentos políticos de oposição, nos Estados Unidos. Essa matéria levou a demissão de James Jesus Angleton, então chefe da contraespionagem da CIA.

Em 2003 publica o artigo “Selective Intelligence” revelando a existência do Office Of Special Plans (OSP) do Departamento de Defesa norte-americano. Em 2004, Hersh relata as manobras do vice-presidente Dick Cheney e do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld para retirar as funções normais de inteligência da CIA, garantindo assim a invasão do Iraque em 2003. Em outro artigo, “Lunch with the Chairman”, sobre o político e lobista Richard Perle, levou Perle a afirmar que Hersh era o que de mais próximo ao terrorismo, existindo no jornalismo estadunidense.

Em maio de 2004, Hersh publica uma série de artigos descrevendo e mostrando com fotos, a tortura de prisioneiros em Abu Ghraib, por militares dos Estados Unidos.

Hersh escreveu ao todo oito livros e contribui regularmente para a The New Yorker em questões militares e de segurança e ainda hoje, desperta polêmicas com suas histórias.

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