sábado, 7 de março de 2015

Willian L. Laurence, o jornalista atômico

Nascido em 7 de março de 1888,na cidade de Salantai, então Império Russo e atualmente Lituânia. Leib Lobo Siew adotou o nome de William Leonard Laurence, quando passou a atuar como jornalista e escritor já nos Estados Unidos. Willian que emigrou para os Estados Unidos em 1905, obteve a cidadania daquele país, somente em 1913. Frequentou aulas tanto em Harvard, na Harvard Law School, como na Universidade de Boston.

Participou da Primeira Guerra Mundial, onde serviu no Signal Corps do Exército dos Estados Unidos. Em 1919, estudou na Universidade de Besançon, na França. Em 1926, passa a trabalhar como jornalista do The World of New York City e quatro anos depois vai para o tradicional The New York Times, atuando prioritariamente na editoria de ciências. Em 1931, casou-se com Florence Davidow.

No ano de 1934, Laurence funda a Associação Nacional de Escritores Científicos e dois anos mais tarde, cobre a Conferência das Artes e Ciências de Harvard. No ano seguinte, ele recebe o Prêmio Pulitzer, pela cobertura da conferência no ano anterior.

Seu interesse por assuntos científicos o aproxima de temas como a corrida armamentista e principalmente dos assuntos relacionados a bombas atômicas. Tal interesse lhe rendeu o apelido de “Bill Atômico”. Willian tentou insistentemente, conseguir cobrir o bombardeio a Hiroshima, mas no dia 9 de agosto de 1945, ele estava no avião que soltou a bomba que destruiu por completo, a cidade de Nagasaki.

Essa reportagem lhe valeu mais um Pulitizer e entrou para a história do chamado “jornalismo literário”. Essa matéria originalmente publicada no jornalão nova yorkino foi republicada no livro “O Grande Livro do Jornalismo”, que reuniu 55 obras-primas este estilo jornalístico. William foi o único jornalista a cobrir o teste Trinity e o bombardeio a Nagasaki. Foi também o pioneiro no uso da expressão “Era Atômica”, para se referir ao período da década de 1950.

Já em 1940, publicou reportagens sobre as tentativas bem sucedidas de isolamento de urânio-235, seus textos foram publicados tanto no The New York Times, como na Phisical Review. Essas matérias já apontavam o sucesso da “Era Atômica”, que viria nos próximos anos.

Para ele, a Alemanha nazista já avançava nessa questão e era preciso que os Estados Unidos reagissem. Seu artigo, não tem efeito sobre o programa US-bomba e tem maior impacto nas ações soviéticas nesse sentido, ainda que Moscou não tenha desenvolvido nenhum programa de energia atômica em grande escala no pós-guerra.

Em abril de 1945, vai acompanhar como historiador oficial, do Projeto Manhattan, acompanhou os testes secretos no laboratório de Los Alamos, no Novo México e produziu alguns dos primeiros comunicados oficiais do Departamento de Guerra, sobre a questão atômica. Em julho daquele ano, foi o único jornalista presente no teste Trinity.

Como parte de seu trabalho, entrevistou pilotos que participaram do bombardeio em Hiroshima. Também acompanhou o Able Teste, no Atol de Bikini, palco de algumas experiências atômicas dos Estados Unidos.

William publicou em 1950, um livro sobre como se defender de uma guerra nuclear e em 1951, publicou outro livro alertando sobre o uso da bomba de cobalto, uma forma de bomba de hidrogênio, projetada para produzir uma maior quantidade de precipitação nuclear, ampliando sua capacidade de destruição.

Em 1956, acompanhou o teste de uma bomba de hidrogênio no Oceano Pacífico e foi nomeado editor de ciências do New York Times, onde permaneceu até 1964. Em 19 de março de 1977, William Laurence morreu na cidade de Maiorca, na Espanha, em decorrência de um coagulo cerebral.

Em 2004, os jornalistas Amy Goodman e David Goodman, pedem para o Conselho Pulitzer, retirarem o nome de Laurence do hall dos ganhadores. Eles alegam que o fato de William fazer parte do Departamento de Guerra, em 1946, favoreceu o jornalista na disputa de 1946. Eles alegam também que seu comprometimento com o Departamento de Guerra, o impedia de apontar os riscos da corrida atômica para o país. O que acabou por provocar muitas mortes. Entretanto, o pedido não tem exito.

Outros críticos de Laurence, Robert Jay Lifton e Greg Mitchell, afirmam em seu livro “Hiroshima na América: Cinquenta anos de Negação”, de 1955, que William era muito comprometido com o projeto atômico e por isso pouco disposto a revelar as mazelas e os perigos da mais importante descoberta científica de seu tempo.

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