sábado, 28 de março de 2015

A escrita como a arma mais forte

Nascido em Lilyvale, no condado de Dublin, na Irlanda em 28 de março de 1821, William Howard Russell é considerado o primeiro jornalista correspondente de guerra da história da imprensa. Russell trabalhou para o tradicional jornal The Times, na Irlanda como setorista do parlamento local, a partir de 1843.

Em 1854, quando eclodiu a Guerra da Crimeia, Russell é enviado como correspondente especial, sendo o primeiro jornalista a acompanhar uma guerra estando dentro do front. Seu trabalho na cobertura da guerra foi tão destacado, devido às descrições dos campos de batalha, que chocou os britânicos. A partir de então, os súditos da rainha passaram a pressionar o governo para que este reavaliasse o tratamento dado às tropas que atuaram no conflito.

 Suas matérias acabaram influenciando na fundação da Cruz Vermelha por Florence Nigtingale. Russell deixou a Crimeia em dezembro de 1855, sendo substituído pelo correspondente do Times em Istambul.

Em 1856 Russell foi mandado para Moscou para cobrir a coroação do czar Alexandre II da Rússia. No ano seguinte, foi para a Índia, onde testemunhou o cerco de Lucknow (1858). Em 1861, Russell foi enviado para os Estados Unidos, onde cobriu a Guerra de Secessão. Tempos depois, publicou um diário com relatos de sua temporada na Índia, a guerra civil nos EUA e a Guerra Franco-Prussiana, descrevendo a receptividade dos generais anglófonos prussianos como Leonard von Blumenthal.

Russel regressou à Inglaterra em 1863. Em julho de 1865, viajou no navio Great Eastern para documentar a instalação do cabo telegráfico submarino transatlântico e escreveu um livro sobre a viagem, com ilustrações a cores de Robert Dudley.

Os despachos via telégrafo que enviou da Guerra da Crimeia permanecem como seu legado mais duradouro, por ter pela primeira vez levado as realidades da guerra, boas e más, aos leitores.

Com estes relatos, ajudou a diminuir a distância entre o conflito e a opinião pública. Sua descrição do incêndio de Paris durante a Comuna de 1871 é vista como seu maior triunfo de reportagem e redação. As reportagens de Russell aparecem com destaque no livro Breaking News, de 2003, do poeta norte-irlandês Ciaran Carson.

Russell foi armado cavaleiro britânico em maio de 1895. Casou-se duas vezes. Nas eleições gerais britânicas de 1869, Russell concorreu como candidato ao parlamento pelo partido conservador pela circunscrição de Chelsea, em Londres, mas não foi eleito. Aposentou-se como correspondente de guerra em 1882 e fundou o jornal Army and Navy Gazette (Gazeta do Exército e da Marinha).

Sua matéria sobre a Guerra da Crimeia foi publicada anos depois no “O Grande Livro do Jornalismo”, que reúne 55 obras de escritores e jornalistas renomados dos Estados Unidos e da Europa.

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