terça-feira, 24 de março de 2015

Dom Óscar Romero – A Vida pelo Reino

Hoje é celebrado o Dia Internacional pelo Direito à Verdade acerca das Graves Violações dos Direitos Humanos e à Dignidade das Vítimas. A data foi estabelecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2010. A data celebra a memória de Óscar Arnulfo Romero Galdámez, o Dom Óscar Romero, religioso salvadorenho e um dos principais nomes da chamada Teologia da Libertação, que foi assassinado nesta data e sempre pautou sua atuação com a opção preferencial pelos mais pobres.

Hoje completam-se 35 anos do martírio de Dom Óscar Romero que, como nos lembra o Padre Jose Oscar Beozzo, “Romero morreu por causa da justiça, um dos bens maiores do Reino de Deus. Não morreu por razões da política local. Mas por causa de sua coragem de denunciar, no seu programa dominical, os torturadores e assassinos de tantos pobres e camponeses”. “Dom Romero é um exemplo de profunda santidade pessoal, santidade política (a que busca o bem de todos, especialmente dos deserdados), de um pastor que teve a coragem de dar a sua vida por seus irmãos e irmãs perseguidos”.

Dom Óscar, nasceu em Ciudad Barrios, em San Miguel, em El Salvador no dia 15 de agosto de 1917, filho de uma família humilde, entrou para o Seminário de San Miguel em 1930. Anos depois, foi mandado por seus superiores para estudar em Roma, onde doutorou-se, na Pontifícia Universidade Gregoriana. Em 4 de abril de 1942, foi ordenado padre.

No dia 25 de abril de 1970, é nomeado Bispo Auxiliar de San Salvador e em 15 de outubro de 1974, passa a ser Bispo de Santiago de María. Em 3 de fevereiro de 1977, foi nomeado Arcebispo de San Salvador. Sua nomeação se deu por conta de seu aparente conservadorismo, entretanto, uma vez nomeado, aderiu aos ideais da não-violência, posição que o levou a ser comparado a nomes como Mahatma Gandhi e Martin Luther King.

Dom Óscar está na "Galeria dos Mártires do Século XX", que existe na Abadia de Westminster, em Londres, ao lado de nomes como Madre Elizabeth, da Rússia, o Pastor Dietrich Bonhoeffer e Martin Luther King.

A partir dai, Dom Óscar passou a denunciar em suas homilias dominicais, as numerosas violações aos direitos humanos em El Salvador e manifestava-se publicamente em solidariedade as vítimas da violência política no país, que vivia uma guerra civil.

No dia 11 de novembro de 1977, Dom Óscar Romero afirmou que “a missão da igreja é identificar-se com os pobres. Assim a Igreja encontra sua salvação”.

No dia 24 de março de 1980, Dom Óscar celebrava a missa, quando foi assassinado por uma atirador de elite do exército salvadorenho, treinado na Escola das Américas. Sua morte provocou uma onda de protestos em todo o mundo e pressões internacionais por reformas em El Salvador.

No ano de 1997, Óscar Romero foi declarado “Servo de Deus”, pelo Papa João Paulo II em fevereiro de 2015, o Papa Francisco aprovou o decreto de beatificação do arcebispo salvadorenho, reconhecendo-o como mártir.

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