terça-feira, 3 de março de 2015

Asger Jorn, artista plural e de vanguarda

Fundador do movimento avant-garde COBRA e da Internacional Situacionista, Asger Jorn Oluf, nasceu em 3 de março de 1914 na cidade de Vejrum, na Dinamarca. Filho de professores tinha cinco irmãos, entre eles Jorgen Nash. Asger tinha 12 anos quando ficou órfão de pai. 

Seus pais eram cristãos convictos e isso acabou influenciando de maneira negativa sua vida. Asger passou a se rebelar contra essa formação cristã e as formas de autoridades existentes. Com 15 anos, foi diagnosticado com tuberculose e se recuperou após um breve tratamento. Um ano depois começou a pintar e se inscreveu em uma escola de formação de professores.

Enquanto estava na faculdade, Asger se juntou ao pequeno grupo do Partido Comunista da Dinamarca, que se reunia em Silkeborg e se aproximou de Christian Christensen, que se tornou uma de suas maiores influências. Em 1936. Muda-se para Paris, onde tenta se juntar a Kandinsky, mas acaba se unindo a Fernand Léger´s Académe Contemporaine. 

Neste período ele se afasta da pintura figurativa e da arte abstrata. Em 1937, ele se junta Le Corbusier para trabalhar no Pavillon des Temps Nouveaux, na Exposição de Paris daquele ano. 

De 1937 a 1942, estuda na Real Academia Dinamarquesa de Belas Artes em Copenhage. Com a invasão e ocupação nazista, na Dinamarca, Jorn, que era pacifista, passa a viver uma séria crise e entra em depressão. Em seguida, torna-se um ativo militante comunista no movimento de resistência e funda o grupo clandestino de arte Helhesten. Em 1941, escreve o ensaio “Banalidades Íntimas”. Também foi o primeiro dinamarquês a traduzir a obra de Franz Kafka.

Depois da guerra, Jorn critica o controle político burguês centralizado e rompe com o Partido Comunista Dinamarquês, mas se mantém fiel ao propósito de elaborar uma revisão da análise marxista do capitalismo a partir do ponto de vista artístico.

Jorn volta para a França, onde juntamente com Christian Dotremont e Constante finda o Movimento COBRA, que anos mais tarde se aproximaria do movimento Bauhaus. Em 1954, conhece e se aproxima de Guy Debord e colabora com dois livros do escritor francês. Os dois participam da conferência que levou a fusão do Movimento Internacional Bauhaus, a Letrista Internacional e a Associação Psicogeográfica Londrina, que formaram a Internacional Situacionista, em 1957. 

Os princípios gerais situacionistas atacaram a exploração capitalista e a degradação da vida das pessoas e a solução para isso seria a adoção de experiências de vida alternativas.
Em 1961, ele deixa a Internacional Socialista de maneira amigável e permanece apoiando seus objetivos e conteúdos, apesar de discordar da estratégia adotada pelo movimento.

Tempos depois funda o Institut Scandinavian of Corporative Vandalism em Silkeborg e contribui de maneira incisiva a causa situacionista. Doou um museu de arte moderna para a cidade dinamarquesa, perto de onde ele cresceu e continua financiando as atividades situacionistas.

Sua primeira exposição individual nos Estados unidos foi na Galeria Lefebre em 1962. Depois de 1966, Jorn continuou a produzir pinturas a óleo, enquanto viaja por toda a Europa a recolher imagens com o fotógrafo Gerard Francesci por seu vasto arquivo de "10.000 Anos de Nordic Folk Art". 

Ele viajou extensivamente, para Cuba, Inglaterra, e do Extremo Oriente. Jorn viajou para os Estados Unidos pela última vez em 1970, para uma abertura de galeria em Lefebre Gallery. Depois disso afirmou que se recusava viajar para um país que obrigava visitantes a assinarem uma declaração afirmando que eles não eram comunistas. 

Em 1964, recebe o Prêmio Guggenheim incluindo um prêmio em dinheiro generoso, por um júri internacional montado por Lawrence Alloway. Durante o curso de sua carreira artística, ele produziu mais de 2.500 pinturas, gravuras, desenhos, cerâmicas, esculturas, livros de artista, colagens, tapeçarias entre outras áreas da arte. Morreu em Aarhus, Dinamarca, em 1º de maio de 1973. Ele foi enterrado no cemitério da Igreja de Grötlingbo, na ilha de Gotland, na Suécia.

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