sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Sem nacionalismo barato por favor

 Acompanhei a final do The Voice Brasil e confesso ter sido surpreendido pelo resultado final. Não que eu tenha achado injusta a vitória de Sam Alves, mas desde o começo, acreditava que outras pessoas seriam A Voz e não ele, que independente do programa, é sim um artista.

Inicialmente pensei que Pedro Lima, do time do Lulu Santos, fosse o vencedor e até torci por ele durante, praticamente toda a temporada. Mas na semi final fui fisgado pelo encanto de Lucy Alves, que mostrou-se uma artista completa que além de cantar suas raízes nordestinas de forma tão encantadora, ainda mandou muito bem, seja com o acordeon, na audição a cegas, ou com o piano, quando tocou e cantou Disparada de Geraldo Vandré.

De todos os finalistas, achei que a disputa seria entre o Bigode Grosso e a Lucy Alves. Não acreditava que o representante do time do Daniel na final, seria o Rubens Daniel, que mesmo cantando bem, para mim, não tinha condições de estar na final. Preferi muitos outros cantores que passaram pela equipe do sertanejo.

Na final, ainda preferi a apresentação de Lucy Alves, que inovou mais uma vez ao se apresentar com sua família, com quem aliás tem uma banda, achei uma sacada genial, mas que pelo visto não agradou muito ao público. O Bigode Grosso, mais uma vez se apresentou bem, quando cantou sozinho, porém ao se apresentar com seu técnico, acabou por fazer as vezes de backing vocal, escondido atrás de Lulu Santos.

Rubens Daniel, fez mais uma boa apresentação, extremamente técnica, nos moldes da Imperatriz Leopoldinense, famosa por fazer desfiles perfeitos, porém sem empolgar a galera. Por isso, acredito que dos quatro ele fez a pior apresentação.

Sobre o Sam Alves, registro aqui que mesmo reconhecendo seu talento como cantor e sua capacidade de montar grandes shows, dignos do Show Biss, minha crítica à ele vai no sentido de que mesmo estando no Brasil, San praticamente só cantou em inglês. Não tenho nada contra o idioma e as músicas americanas, curto muitos artistas que cantam nesse idioma, como AC/DC, Evanescence, Systen Of a Down, Guns, Red Hot, entre muitos outros. Mas entendo que por estarmos no Brasil e sermos brasileiros, é fundamental começar cantando em português e não em inglês.

Até o Renato Russo, já disse isso uma vez enquanto gravava um dos CD´s da Legião Urbana. Senti falta de ver o San cantando em português. Por isso, não achava correto que ele fosse A Voz. Entretanto, li muita coisa na internet sobre o programa, sobre as quais eu discordo. Não acho que o San Alves fora recauchutado aqui no Brasil, depois de não ter tido sorte no The Voice USA. Quantos talentos, nas mais variadas áreas, cansam de ver portas fechadas até conseguirem finalmente seu lugar ao sol?
 
Assim, sendo acho que é forçar demais a barra, pensar que Sam Alves ganhou o The Voice, apenas por que sua formação musical é essencialmente estadunidense, configurando-se ai, o tão falado "complexo de vira-latas", criado pelo finado escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, lá na década de 50, do século passado. Ao meu ver essa analise é apenas nacionalismo barato, que serve apenas para distorcer os fatos e chamar a atenção.

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