domingo, 25 de julho de 2010

Os velhos carros vermelhos voltaram

Os velhos carros vermelhos estão de volta ao circo da Fórmula 1. A corrida na Alemanha mostrou que a equipe mais tradicional da categoria, achou o acerto dos carros que voltaram a figurar entre os primeiros colocados durante todo o final de semana. Após quase toda a temporada, com amplo domínio da Red Bull e da McLaren, finalmente aparece uma terceira equipe para garantir mais emoções aos torcedores que acompanham as corridas.
Por esse lado, essa seria uma ótima notícia. Quanto mais equipes e pilotos disputando a ponta e consequentemente as vitórias, melhor fica a F1. Infelizmente o retorno da equipe italiana ao páreo trouxe também as velhas práticas ferraristas, tão criticadas anos atrás por quem acompanha o automoblismo. Na corrida alemã, após uma bela largada Felipe Massa tomou a liderança de Vettel, que ficou mais preocupado em segurar Alonso e acabou esquecendo do brasileiro.
Algumas voltas depois, com o espanhol em segundo, o bicampeão reclamou por rádio, dizendo que o comportamento de Felipe na pista seria "ridículo". Poucos giros depois, a equipe passou mensagem por rádio para o piloto brasileiro alegando que o mesmo estaria mais lento que o companheiro, era a senha para que Massa reduzisse a velocidade para que Alonso garantisse a liderança.
Tal prática, é proibida desde 2001, quando no GP da Áustria, a mesma Ferrari, deu ordens para que Barrichelo fosse ultrapassado pelo companheiro Schumacher, o que aconteceu apenas na linha de chegada. Como podemos ver o curriculum da Ferrari, já se mostra gabaritado nesse sentido. Além da prática descarada de ações antidesportivas por parte da equipe do cavalinho rampante, a omissão da FOM, entidade que organiza a F1, ficou latente de novo.
Após muita reclamação, por parte de várias equipes, a única punição de fato, sofrida pela equipe italiana, foi uma singela multa de US$ 100 mil, além é claro do fato de a mesma ser julgada pelo Conselho Mundial daqui há alguns meses. Não precisa conhecer muito a categoria e a FIA, para saber que essa história via terminar em pizza, como foi o caso da Renault, na batida programada do Nelsinho.
O mais lamentável dessa história é o posicionamento do próprio Felipe, que não viu nada de errasdo com o ocorrido, "tudo pela equipe", talves por isso, tenha ganho de muitos internautas o título de "funcionário do mês". Os interesses comerciais e contratuais, não podem se sobrepor ao esporte, mas infelizmente isso é corriqueiro na F1, tida como a "nata" do automobilismo. Outra personalidade do circo que saiu em defesa da Ferrari, foi o Schumacher, que também não viu nada de errado.
Pode ser que o alemão, mesmo tanto tempo depois ainda não tenha aprendido como deve ser o comportamento de um ídolo. Se ele soubesse, não sairia em defesa da sua antiga equipe. Falta ao piloto da Mercedes, muitas aulas com o mito Nick Lauda, que lamentou o ocorrido e ainda classificou o espanhol como sendo uma pessoa sem caráter.
Com isso, a F1 só põe em risco sua credibilidade, fazendo com que muitos bons pilotos, equipes e montadoras percam o interesse na categoria, como já aconteceu com Honda, Toyota, BMW, Ford, Porsche, além de não atrair novas montadoras como as do grupo Volkswagen. A Ferrari, mesmo com toda a sua história e tradição que devem ser respeitada, principalmente por ela própria, não é e nem pode ser maior que a F1 ou o automobilismo.

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