sábado, 17 de julho de 2010

Declaração de não voto!

Uma das tradições eleitorais da imprensa tanto nos EUA, como na Europa é em época de início de campanha, serem publicados nos veículos, editoriais com o apoio a candidatos a cada cargo eletivo. Na última eleição para presidente dos EUA, quando Barack Obama foi eleito, tanto o Washington Post, que tradicionalmente apoia candidatos democratas, quanto o New York Times aderiram a chamada "Obamamania" e publicaram editoriais, favoráveis ao democrata. Na Europa isso também acontece com frequência, onde veículos tradicionais como El País e Le Monde, constumam declarar apoio a candidatos dos partidos socialistas.
Tal costume ainda não chegou em terras brasileiras e o único veículo de comunicação a declarar abertamente, em editorial qual candidato está apoiando é a revista Carta Capital, que desde 2002, passou a escrever nos editoriais, seus motivos para apoiar os candidatos petistas. Os demais jornais e veículos preferem ficar escondindos atrás da pseudo imparcialidade jornalística para não revelar aos seus leitores, ouvintes e ou telespectadores de que lado eles realmente estão.
Mas como o título do texto diz ai em cima, não venho aqui declarar em quem votarei nas eleições deste ano. Deixarei isso para outro momento mais oportuno. Meu objetivo com estas palavras é argumentar e expor os motivos pelos quais não votarei em alguns candidatos. Acordos políticos-eleitorais, a parte, não vejo possíbilidade de votar em nomes como Sérgio Cabral, do PMDB e Ferando Gabeira, do PV.
Não voto em Sérgio Cabral, por que acho incoêrencia defender bandeiras com as quais me identifico faz anos e apoiar ou votar em candidatos que defendem abertamente ideias opostas as minhas. Não posso votar no senhor Cabral, pois minha militância sempre é em defesa da vida e de justiça social. Para Cabral, a vida de uns é mais importante que a de outros e este senhor já declarou várias vezes que defende essa idéia.
Lembro-me de 2007, quando Frei Betto comparou o governador do Rio, ao ditador nazista Hitler. O motivo da comparação foi a infeliz declaração do mesmo onde que mostrou favorável ao controle de natalidade nas comunidades carentes, pois assim evitaria-se a proliferação de marginais nas ruas. Não é possível para mim, apoiar, defender ou votar em alguém que diga algo tão infeliz. Defendo que as favelas, ou comunidades carentes não são apenas caso de polícia, mas sim caso de transformação social, atavés da cultura, educação, saúde e segurança. Por isso estou sim em oposição ao atual governador do meu estado.
O senhor Cabral é o responsável pela política de (in) segurança mais absurda que já vi. Sua omissão (como estado), nos reais problemas sociais, acaba alimentando este círculo vicioso de ampliar as ações políciais que só alimenta violência. Sua força polícial é despreparada e acredita que no melhor estilo maquiavélico, os fins justificam os meios e por isso abusam da violência para "pacificar" as áreas mais críticas. O filme Tropa de Elite, mostrou como nossa polícia é despreparada para atuar.
Por motivos como estes apresentados acima, não me sinto a vontade para fazer campanha e votar neste senhor. Muitos amigos me lembrarão que como petista, deveria apoiar Cabral, por causa da aliança estratégica em prol do projeto nacional. Porém, sempre fui contra essa ideia exatamente por não ver necessidade nessa aliança, para continuar mudando o Brasil. A Dilma e o PT nacional não precisam do apoio de Cabral para continuar mudando o país.
Defendo projetos mais humanistas para o Brasil, o estado do Rio de Janeiro e também para a minha Macaé e nesses projetos não consigo visualizar o PMDB, exatamente por ter uma grande lacuna entre as minhas práticas e as praticas desse partido. Assim sendo declaro aqui, meu não voto no Cabral.
Quanto ao Gabeira, confesso que cheguei a me simpatizar com sua candidatura à prefeitura da capital dois anos atrás. Não voto na cidade do Rio, mas confessei a alguns amigos que caso lá votasse, não pensaria duas vezes em teclar 43, no segundo turno. Porém, tal proximidade se deu mais por falta de opção, afinal o nome Gabeira é "menos pior", do que o de Eduardo Paes, que é cria do Cabral, desde a época em que ambos eram do PSDB.
Gabeira é um ex guerrilheiro, que assim como Dilma e muitos outros nomes que adimiro, lutou contra o regime militar. Mas com a redemocratização, Gabeira tomou um rumo diferente e se aproximou das práticas da direita, prova disso é o fato de ter o apoio do PSDB. A instabilidade político ideológica tanto do Gabeira, quanto de seu partido, inclusive já criticada neste blog, me deixam com "o pé atrás" em relação a eles.
Novamente pessoas mais próximas lembraram que projetos futuros me aproximam de um nome do PV, mas ainda assim continuo receoso, quanto a essa aproximação. É valido esclarecer aqui que apoio sim esse candidato, inclusive com afinidade para fazer campanha para o mesmo, o que não posso é votar é no PV.

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