quinta-feira, 16 de julho de 2015

O COB e o xeque mate

Ainda no rastro da polêmica envolvendo atletas militares, que estão representando o Brasil no Pan Americano de Toronto no Canadá, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), se pronunciou sobre a prática de alguns atletas, que por serem militares, comemoram suas conquistas prestando continência a bandeira e ao hino nacional.

Em nota oficial, a entidade se posicionou afirmando que “...entende, portanto, que a continência, além de regulamentar, quando prestada de forma espontânea e não obrigatória, é uma demonstração de patriotismo, sem qualquer conotação política, perfeitamente compatível com a emoção do atleta ao subir no pódio e se saber vencedor. Segundo muitos deles, representa também um reconhecimento pelo apoio que recebem das Forças Armadas e uma manifestação do orgulho que têm de representar o país”.

Pois bem, tal posicionamento apresenta alguns problemas. Imaginemos que os atletas resolvam demonstrar sua fé, ao chegarem ao pódio? E ai? Como a entidade máxima do esporte olímpico no Brasil reagiria? Seria classificado como um comportamento ideológico e, portanto, proibido?

Outra dúvida levantada pela nota se refere, ao “... apoio que recebem das Forças Armadas...”. Imaginemos então, que atletas militares ou não, que defendam clubes, passem a cantar o hino de seus clubes enquanto estão no pódio. Seria algo surreal.

Mas o mais estranho dessa história, é que o anúncio do COB, sobre esses comportamentos, se deu logo após a nadadora Joanna Maranhão, que ganhou uma medalha de bronze e conquistou um recorde sul americano, neste Pan, se manifestou contrária a redução da maioridade penal, considerado pela entidade como um comportamento ideológico.

Com esta postura, o Comitê Olímpico demonstrou que tem lado sim e infelizmente, mas não surpreendentemente, não é um lado proveitoso. Mais uma vez, uma entidade esportiva brasileira leva um xeque mate da realidade. 

quarta-feira, 15 de julho de 2015

O COB em xeque

Dias atrás, antes do início do Pan Americano de Toronto, no Canadá, o Comitê Olímpico Brasileiro, solicitou aos atletas brasileiros que participam da delegação presente na competição, não manifestassem de forma ideológica durante o evento. A decisão da entidade veio a público poucos dias depois da divulgação e repercussão do vídeo feito pela nadadora Joanna Maranhão, se posicionando em relação a votação da PEC que reduz a maioridade penal.

Agora, durante a competição no Canadá, alguns atletas que conquistaram medalhas, prestaram continência a bandeira, enquanto estiveram no pódio e esse comportamento tem gerado algum debate. A continência é uma referência ao militarismo, que queiram ou não, é sim uma ideologia. Portanto, tal comportamento é algo irregular, segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), que tem histórico de coibir manifestações político/ideológicas durante seus eventos.

É preciso agora, que o Comitê Olímpico Internacional e também o brasileiro se manifestem perante essas atitudes. Entretanto, é necessário lembrar que os atletas que tiveram tal comportamento são além de atletas, militares. Muitos deles se alistaram para representar o Brasil, nos últimos Jogos Mundiais Militares realizado no Rio de Janeiro, alguns anos atrás e por isso, seria natural a manifestação vista em Toronto.

Acho que a manifestação é algo válido e deve sim ser respeitada, entretanto, é preciso ressaltar mais uma vez que as entidades que organizam/participam do evento, se opõem a essa iniciativa. Portanto, é chegada a hora de os envolvidos se manifestarem.

Caso o Comitê Olímpico Brasileiro, mantenha o posicionamento contrário as manifestações ideológicas, estará censurando os atletas. Caso deixe esses episódios passarem em brancas nuvens, estarão adotando o famoso “dois pesos e duas medidas” e por isso deverão se explicar para a sociedade.

Portanto, o Comitê Olímpico Brasileiro, está em xeque e precisa sair dessa o quanto antes e de maneira, que não seja tão prejudicial para ele, para o esporte e para a democracia.


sexta-feira, 26 de junho de 2015

A flor mais autóctone da Revolução Cubana

Sempre que se fala, pensa e ou estuda-se a Revolução Cubana, de 1959, quando o Movimento 26 de julho depôs o ditador Fulgêncio Batista e instaurou um regime comunista na ilha, lembramo-nos de nomes como Fidel Castro, Raul Castro, Cienfuegos, Che Guevara, mas pouco se fala de outra figura fundamental para o sucesso dos guerrilheiros comunistas.

Falo de Celia Sánchez, uma das líderes do Movimento 26 de julho e que fora da ilha é pouco conhecida, mesmo pelos historiadores e pesquisadores que estudam a revolução, o governo revolucionário e o país. Na ilha, Sánchez é reconhecida como heroína, seu nome está nas praças, escolas e principalmente motiva diversas mães da darem seu nome as suas filhas em forma de homenagear, a líder revolucionária.

Celia Sánchez Manduley, fundadora e dirigente do Movimento 26 de julho na Província do Oriente, nasceu em 9 de maio de 1920, na localidade de Media Luna. Filha de Manuel Sánchez e Acácia Manduley, teve nove irmãos. Seu pai era médico e atendia os camponeses da região, onde era muito querido pela população.

O doutor Manuel, era filiado ao Partido do Povo Cubano, popularmente conhecido como Partido Ortodoxo. Quando ainda era adolescente, Celia passou a integrar a juventude do partido, lá conheceu o jovem estudante de direito, Fidel Castro.

Como o partido seguia uma linha populista, combatia a corrupção e as multinacionais, mas era limitado pela ideologia pequeno-burguesa. Por isso Fidel começa a organizar a juventude, defendendo uma linha revolucionária, defendendo os interesses dos camponeses e dos mais pobres, guiados pelo marxismo e influenciados pelo pensamento de José Marti.

Celia ajuda Fidel a organizar a juventude, dando origem ao Movimento 26 de julho. O grupo congregava cerca de 1500 membros. Quando Batista instaura uma ditadura e impossibilita a ação oposicionista de maneira institucional, Fidel e o movimento passam a traçar uma estratégia de tomada do poder por meio das armas.
Para o Movimento 26 de julho, as condições para a ação armada, estavam dadas em Cuba, faltando apenas uma vanguarda reconhecida pelas massas. A ação inicial da guerrilha, foi o ataque ao quartel Moncada. A intenção do assalto era distribuir entre a população, as armas tomadas na ação. 150 jovens participaram da ação, realizada no dia 26 de julho, por isso o movimento passa a ser chamado pela data.

A ação não saiu como o planejado e poucos sobreviveram, mas o movimento passou a angariar apoio popular e teve papel fundamental na luta pela libertação, que aconteceu somente seis anos após o episódio em Moncada.

Em 1953, ano do centenário de nascimento de José Martí, poeta, filosofo e símbolo da luta pela independência de Cuba. Meses antes do ataque a Moncada Celia Sánchez e seu pai e vários companheiros do Movimento fizeram homenagem a Marti colocando um busto dele no ponto mais alto do Monte Turquino. Celia afirmava que a homenagem era para lembrar ao povo, que ainda era preciso concluir a obra iniciada por Martí.
Celia, não esteve no ataque a Moncada, mas participou ativamente da campanha financeira para ajudar os prisioneiros e seus familiares. Com sua dedicação, simpatia e conhecimento da região, Celia organiza o Movimento na região oriental, junto com Frank País e criou uma rede humana de apoio a guerrilha libertadora.

A ação desta rede teve influencia direta na transformação do pequeno grupo de 12 homens, que sobreviveram ao desembarque do Granma, em um Exército Rebelde invencível, que tomou o poder em apenas 25 meses. Assim como no caso do ataque ao quartel Moncada, esta ação, não saiu como o planejado, a ponto de Che Guevara, dizer, que aquilo não foi um desembarque e sim um naufrágio.

Caso os rebeldes conseguissem desembarcar no local planejado, teriam encontrado dezenas de homens liderados por Celia, com toda a infraestrutura necessária para o translado até Sierra Maestra. Quando logo após o desembarque, as forças governistas noticiaram a morte de Fidel, foi Célia quem levantou o moral dos revolucionários, afirmando que Batista mentia ao afirmar que Castro havia sucumbido aos ataques.

Celia, que teve como codinomes, Norma ou Aly, foi o elo entre os rebeldes da montanha e da planície, organizando o fornecimento de remédios, roupas e alimentos, além de conduzir novos combatentes que foram incorporados a guerrilha. Por isso Sánchez foi duramente cassada pelo Exército de Batista, mas sempre com insucessos.

Celia chegou a insistir em ir para o México e colaborar nos preparativos da expedição, mas foi convencida por Frank País a permanecer na ilha e atuar na base de apoio. Em maio de 1957, Sánchez sobe a serra e integra o Exército Rebelde, tornado-se guerrilheira de destaque, passando a ser auxiliar direta de Fidel. Manteve-se próxima a Fidel, até sua morte em 11 de janeiro de 1980. Sánchez fora pioneira na guerrilha de Sierra Maestra, sendo depois seguida por várias outras. Esteve no ataque ao quartel Uvero, a primeira grande vitória dos revolucionários, sobre o Exército de Batista.

Durante sua atuação em Sierra Maestra, Celia atuou também como memorialista da guerrilha, guardando documentos, papéis, anotações, palavras e discursos de Fidel. O dia-a-dia da guerrilha só ficou conhecido, através do Diário de Che Guevara e àdocumentação de Célia.

Sánchez integrou o Comitê central do Partido Comunista Cubano, fundado em 1965, a partir da unificação do Movimento 26 de Julho e o Partido Socialista Popular. Foi secretária do Conselho de Estado de destacou-se como defensora da arte, da história e das manifestações da nacionalidade cubana. A casa em que nasceu virou o Museu da Casa Natal de Celia, repleto de documentos e objetos pessoais, além de álbuns fotográficos de sua família.


Entre as milhares de homenagens do povo cubano à Celia Sánchez, está o monumento erguido no Parque Lênin, projetado por ela, no subúrbio de Havana, que é um dos lugares preferidos da revolucionária que escreveu seu nome na história de seu país.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Charles Dickens, mestre do suspense e da sátira



O mais popular e humano romancista inglês retratou a Londres de sua época. Aprendeu inglês e latim com sua mãe, mas foi obrigado a deixar os estudos, quando seu pai foi preso, por conta de dívidas. Passou a trabalhar em uma fábrica de tintas, onde permaneceu por vários meses. Retoma os estudos quando seu pai paga as dívidas e reconquista a liberdade.

Depois de deixar a fábrica, trabalhou em um cartório. Alguns anos depois passa a trabalhar como repórter e redator de peças curtas em alguns periódicos, com o pseudônimo de Boz.

Em 1837, Charles Dickens alcança a fama após escrever “Memórias de Sr. Pickwick”, obra publicada em um jornal durante 20 meses, em forma de folhetim, onde retratava alguns de seus amigos de maneira humorada utilizando-se de caricaturas.

Além de Pickwick, Dickens escreveu mais 14 obras, a maioria foi publicada também em formato de folhetim. Em Oliver Twist (1838), o mais sinistro de seus romances, ele descreve os horrores do trabalho nas usinas. A obra é considerada um ensaio social sobre a época.

Em Nicolas Nickeby, escrita em 1839, Dickens associa o cômico ao trágico, condenando os internatos dirigidos por professores perversos e ignorantes. Em 1843, publica A Christmas Carol. Em David Copperfiled, de 1850, um romance autobiográfico, Dickens retrata a vida como a viu em uma época sombria quando trabalhava na fábrica de tintas, quando era criança.

Em vários romances o escritor e jornalista critica as condições econômicas e sociais de sua época. O contraste entre o ambiente dos empregadores e seus subordinados, condições deploráveis do trabalho das crianças, a vida miserável dos pobres e a crueldade da prisão por dívidas, testemunhando o lado mais sombrio da revolução industrial.

Dickens dominava a arte do conto, ora fazia rir, ora comovia os leitores e ou ouvintes, criava tipos variados. Ganhou fama como orador, cria sua própria companhia de teatro e percorre o país, escrevendo peças e representando. Faleceu em 9 de junho de 1870, vítima de um acidente vascular cerebral, foi sepultado na Abadia de Westminster. Em sua lápide, lê-se o seguinte epitáfio:  Apoiador dos pobres, dos que sofrem e dos oprimidos”.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

A mente brilhante permanece viva

No último sábado 23, um dos maiores pensadores estadunidenses contemporâneos faleceu, vítima de um acidente de trânsito. John Forbes Nash Jr., estava acompanhado de sua esposa, quando sofreu um acidente em um táxi na cidade de Nova Jérsei. Nash tinha 86 anos e sua esposa Alicia, que também faleceu, tinha 82.

Matemático de destaque, John Nash nasceu na cidade de Bluefield, no dia 13 de 1928, que trabalhou com teoria dos jogos, geometria diferencial e equações diferenciais parciais. Atuou como Matemático Sênior de Investigação na Universidade de Princeton. Em 1994, dividiu o Prêmio Nobel de Ciências Econômicas com Reinhard Selten e John Harsanyi.

Teve sua vida retratada no filme Uma Mente Brilhante, vencedor de quatro Oscars, dos oito em que fora indicado. O filme baseou-se no livro biográfico de mesmo nome, que apresentou seu gênio para a matemática e sua luta contra a esquizofrenia.

Filho de um engenheiro eletricista e uma professora de inglês, Nash era na infância leitor assíduo da revistas Time e Life e da Enciclopédia Compton. Chegou a trabalhar em um jornal diário, o Bluefield Daily Telegraph. Com 12 anos começa a realizar algumas experiências científicas em seu quarto, já deixando transparecer uma característica que o marcou por boa parte de sua vida: o gosto pela solidão.

Nash passou a relacionar sua rejeição social com piadas e superioridade intelectual, acreditando que danças e esportes era uma distração em relação a seus estudos e experimentos. Em sua autobiografia, Nash aponta que o livro Homens da Matemática, de Eric Temple Bell, em especial o ensaio sobre Pierre de Fermat, despertou seu interesse pela área. 

John fez o ensino secundário no Colégio de Bluefiled e mais tarde frequentou a Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburg, na Pensilvânia, onde estou engenharia química, antes de mudar para matemática. Em 1948, recebe conjuntamente seu bacharelado e seu mestrado, no Instituto Carnegie.

Após se formar, Nash passa a trabalhar em White Oak, em Maryland, onde atuou em um projeto da Marinha dos Estados Unidos, dirigido por Clifford Truesdell. Depois deste período, ingressa na Universidade de Princeton, para onde fora convidado pelo então presidente do departamento de matemática Solomon Lefschetz. Nash também fora aceito em Harvard, mas acabou convencido de que Princeton o valorizava mais.

Em Princeton, desenvolveu a teoria do Equilíbrio de Nash e obteve doutorado em 1950, com uma tese sobre os jogos não cooperativos, escrita sob a supervisão de Albert Willian Tucker, continha definições e propriedades daquilo que mais tarde ficou conhecido como Equilíbrio de Nash. Estes estudos resultaram em três artigos: “Pontos de Equilíbrio em Jogos de N-Pessoas”, “O Problema da Barganha” e “Jogos Cooperativos de Duas Pessoas”.

Desenvolveu trabalhos importantes na geometria algébrica e na matemática pura, como o Teorema do Encaixe de Nash. Em 1951, vai para o Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), onde trabalha como instrutor de matemática. Lá conhece a jovem Alicia López-Lardé de Harrison, nascida em El Salvador que estudava física, no MIT. Nash e Alicia se casam em 1957. Dois anos depois Alicia o envia para um hospital psiquiátrico, para se tratar da esquizofrenia. John Charles Martin Nash, filho do casal, nasce pouco tempo depois que o pai é internado.

Em 1963, Nash e Alicia se divorciaram, mas sete anos depois da separação, voltam a morar juntos em uma relação baseada apenas no companheirismo. Após Nash ganhar o Nobel em 1994, ele e Alicia retomam o relacionamento e se casam novamente em 1 de junho de 2001. Com o passar do tempo, ele começa a apresentar melhoras em relação a esquizofrenia.

Em 1978, Nash ganhou o Prêmio Teoria John Von Neumann, por conta do trabalho que resultou no Equilíbrio de Nash. Pelo mesmo trabalho, recebeu em 1999 o Prêmio Leroy P. Steele.  Nash também foi o criador de dois jogos populares. Em 1942, ele desenvolveu o Hex e em 1950, criou o So Long Sucker, com Melvin Hausner e Lloyd Shapley. Em 2010, John Nash esteve presente na Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), durante o II Encontro da Sociedade Brasileira de Teoria dos Jogos em comemoração aos 60 anos da Teoria do Equilíbrio de Nash. John Nash deixa sua trajetória e sua mente brilhante como motivação para novos pensadores.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Andrei Sakharov, físico, comunista e humanista

Dia 21 de maio, é dia de memorarmos um dos grandes pensadores do antigo regime soviético. Físico nuclear, responsável pelo designer do programa de desenvolvimento de armas termonucleares, Sakharov também se destacou internacionalmente como defensor das liberdades civis e das reformas na União Soviética.

Em 1975, Sakharov recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Filho de um professor de física e uma pianista entrou para a Universidade de Moscou em 1938. Formou-se no ano de 1941, quando vivia em Asgabate, que hoje pertence ao Turcomenistão. A mudança de cidade se deu por causa da Grande Guerra Patriótica, como é conhecida na Rússia a Segunda Guerra Mundial.

Após se formar, passou a trabalhar em um laboratório na cidade de Ulyanovsk. Em 1943, casou-se com Klavidia Alekseyevna Vikhireva, com quem teve três filhos. Dois anos depois retorna à Moscou para estudar no Instituto de Física da Academia Soviética de Ciências (FIAN). Em 1947, torna-se Ph.D.

Andrei Sakharov estudou os raios cósmicos e teve atuação de destaque juntamente com Igor Kurchatov no desenvolvimento da primeira bomba de hidrogênio, feita no mundo e desenvolvida na União Soviética e que teve seus primeiros ensaios no ano de 1953. Esse feito o colocou na Academia das Ciências da União Soviética. Entretanto, Sakharov não demorou em militar entre os defensores da limitação dos armamentos nucleares.

Propôs a ideia de gravidade induzida como teoria alternativa à da gravitação quântica. Em 1965, passou a atuar na defesa da desestalinização efetiva do país e do partido. Escreveu “A Liberdade Intelectual na URSS e a Coexistência Pacífica”, publicada no exterior em 1967 e que lhe rendeu lugar de destaque entre os opositores do regime, que vigorava no país.

Foi apoiador e amigo do escritor Aleksander Solzhenitsyn (1918-2008), mesmo não escondendo seu desacordo com o romantismo místico do escritor. Denunciou os gulags, os internamentos arbitrários e outras violações da Constituição Soviética e dos Direitos Humanos.

Casou-se com Yelena Bonner, ativista dos Direitos Humanos em 1972. Em 1975, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, mas foi impedido de recebê-lo em Oslo, na Suécia. Só passou a ter livre circulação, após a chegada de Mikhail Gorbachev e a implantação da Glasnost e da Perestroika.

Antes disso a opinião pública internacional fez pressão para a liberação do trânsito de Sakharov, que chegou a fazer greve de fome no intuito de conseguir tal liberação, mas ela não aconteceu.

Obteve a investidura da Academia das Ciências e foi candidato ao Congresso, conseguindo se tornar deputado, após um processo eleitoral complicado, onde enfrentou uma forte obstrução processual. Faleceu em 14 de Dezembro de 1989, vítima de um enfarte no miocárdio. Esta sepultado no Cemitério Vostryakovskoe, em Moscou.  

Em sua homenagem, a União Europeia instituiu em 1988, o Prêmio Sakharov, entregue para pessoas que se destacam na luta pela defesa dos Direitos Humanos e a liberdade de expressão. 

domingo, 10 de maio de 2015

Três anos sem Carroll Shelby



Nascido em 11 de janeiro de 1923, Carroll Hall Shelby, foi uma das figuras mais marcantes da história do automobilismo mundial. Filho de Warren Shelby e Eloise Lawrence, Carroll, ainda na infância mudou-se de Pittsburg para Dallas, onde concluiu a escola secundária. Alistou-se nas Forças Armadas e combateu na Segunda Guerra Mundial e serviu como instrutor de voo e piloto de testes.

Ainda durante a guerra, casou-se e teve seu primeiro filho. Saiu das Forças Armadas como 2o Tenente e começou a trabalhar com uma pequena frota de caminhões, entrando tempos depois no ramo do petróleo. Passou também a competir no automobilismo, estreou no mundo das corridas, a bordo de um Ford 1932 e depois guiou um MG TC.

Em 1959, Shelby vence as 24 horas de Le Mans, pilotando um Aston Martin. Em 1962, passa a correr com o Cobra, cuja versão mais potente e famosa entrou para a história como o lendário Shelby Cobra, que inclusive participou de vários filmes de ação e aventura em Hollywood.

Carroll ganhou fama como preparador de carros para corridas e tem sua imagem muito ligada a montadora Ford, para a qual desenvolveu o mítico Shelby Mustang. Empresário e criador da marca Shelby, chegou a ter uma equipe de corridas.

Sua empresa, a Carroll Shelby International firmou acordo com gigantes como a Ford Motor Company, a Matel, a Sony e a Eletronic Arts, sua companhia de automóveis, é prospero no setor de auto peças e ainda desenvolve muscle cars famosos como o Shelby GT 500 Super Sanke, o Shelby GT 350 e o Shelby GTS. A empresa ainda fabrica séries limitadas do Shelby 289 “Street” 1960, o 289 FIA, o 427 S/C e Daytona Coupe Cobra. Carroll Shelby faleceu em 10 de maio de 2012, aos 89 anos.