quarta-feira, 15 de julho de 2015

O COB em xeque

Dias atrás, antes do início do Pan Americano de Toronto, no Canadá, o Comitê Olímpico Brasileiro, solicitou aos atletas brasileiros que participam da delegação presente na competição, não manifestassem de forma ideológica durante o evento. A decisão da entidade veio a público poucos dias depois da divulgação e repercussão do vídeo feito pela nadadora Joanna Maranhão, se posicionando em relação a votação da PEC que reduz a maioridade penal.

Agora, durante a competição no Canadá, alguns atletas que conquistaram medalhas, prestaram continência a bandeira, enquanto estiveram no pódio e esse comportamento tem gerado algum debate. A continência é uma referência ao militarismo, que queiram ou não, é sim uma ideologia. Portanto, tal comportamento é algo irregular, segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), que tem histórico de coibir manifestações político/ideológicas durante seus eventos.

É preciso agora, que o Comitê Olímpico Internacional e também o brasileiro se manifestem perante essas atitudes. Entretanto, é necessário lembrar que os atletas que tiveram tal comportamento são além de atletas, militares. Muitos deles se alistaram para representar o Brasil, nos últimos Jogos Mundiais Militares realizado no Rio de Janeiro, alguns anos atrás e por isso, seria natural a manifestação vista em Toronto.

Acho que a manifestação é algo válido e deve sim ser respeitada, entretanto, é preciso ressaltar mais uma vez que as entidades que organizam/participam do evento, se opõem a essa iniciativa. Portanto, é chegada a hora de os envolvidos se manifestarem.

Caso o Comitê Olímpico Brasileiro, mantenha o posicionamento contrário as manifestações ideológicas, estará censurando os atletas. Caso deixe esses episódios passarem em brancas nuvens, estarão adotando o famoso “dois pesos e duas medidas” e por isso deverão se explicar para a sociedade.

Portanto, o Comitê Olímpico Brasileiro, está em xeque e precisa sair dessa o quanto antes e de maneira, que não seja tão prejudicial para ele, para o esporte e para a democracia.


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