segunda-feira, 20 de julho de 2015

Frantz Fanon, um libertário

Nascido em Martinica, no dia 20 de julho de 1925, Frantz Fanon Omar, foi um psiquiatra, filosofo, escritor e revolucionário, cujas obras tratam de estudos pós-coloniais, teoria crítica e marxismo. Como intelectual Fanon estava entre os radicais políticos e era marxista e humanista. Sua maior preocupação era a psicopatologia da colonização e do humano social e as conseqüências culturais da descolonização.

Em seu trabalho como médico e psiquiatra, Fanon apoiou a Guerra de Independência da Argélia, compondo a Frente de Libertação Nacional da Argélia. Sua vida e sua obra inspiraram movimentos de libertação nacional na Palestina, no Sri Lanka, nos Estados Unidos e na África do Sul.

Frantz Fanon era filho de um descendente de escravos com uma filha “ilegítima” de um europeu, da Alsácia com uma africana.  Sua família era de classe média e por isso Fanon, teve condições de alcançar uma boa formação.

Com a tomada da França pelos nazistas em 1940, tropas navais francesas foram obrigadas a permanecer na Martinica. A partir daí, os marinheiros franceses assumem o governo do território caribenho e iniciaram um governo opressor. Fanon faz duras críticas ao governo da ilha, principalmente por conta dos abusos e o racismo praticado pelo governo dos militares.

Aos 18 anos, Fanon foge de Martinica, indo para a vizinha Dominica, então colônia britânica, onde se juntou as Forças Francesas Livres. Lá ele se alistou ao exército francês gratuito e se juntou a um comboio aliado que se dirigiu para Casablanca, no Marrocos. Dali foi transferido para a Argélia. Depois disso, chega ao continente europeu, onde em 1944, foi ferido em batalha na cidade de Colmar. Fanon é condecorado com a Croix de Guerre.

Com a derrota dos nazistas, o regimento a que Fanon pertencia, passa por um processo de “embranquecimento” e todos os soldados não-brancos foram enviados para Toulon, de onde foram transferidos mais tarde para a Normandia, onde aguardaram o repatriamento.

Em 1945, Fanon volta a Martinica, onde permanece por um curto período. Lá trabalha na campanha parlamentar de Aimé Césaire, que fora seu professor e foi uma grande influência na vida de Fanon. Frantz permanece na Martinica até completar seu bacharelado, retornando depois para a Europa, onde estuda medicina e psiquiatria.

Após se formar em psiquiatria no ano de 1951, Fanon faz residência com Fraçois Tosquelles, que revigorou o pensamento de Fanon, enfatizando o papel da cultura na psicopatologia. Em 1953, ele via para a Argélia, onde trabalha em um hospital psiquiátrico, onde permanece até sua deportação em janeiro de 1957.

Ainda na França, em 1952, Fanon escreveu seu primeiro livro, Pele Negra, Máscaras Brancas, onde analisa os efeitos psicológicos negativos da colonização principalmente sobre os negros. O texto foi a tese de doutorado de Fanon, defendida em Lyon, então intitulada: “Ensaio dobre a desalienação do Negro”. Fanon publicou a tese devido a insistência do filósofo Francis Jeanson, líder do movimento de independência da Argélia.

Em “Os Condenados da Terra”, publicado pouco antes da morte de Fanon, ele defende o direito de um povo colonizado a usar a violência para lutar pela independência, além de delinear os processos e forças que podem levar a independência ou neocolonialismo nacional durante o movimento que tomou conta de grande parte do mundo após a Segunda Guerra Mundial. Seu livro foi censurado pelo governo francês, pois defendia que uma vez que o colonizador não considerava o colonizado como ser humano, o colonizado poderia sim utilizar da violência para assegurar sua independência.

Fanon faleceu em Bethesda Maryland, no dia 6 de dezembro de 1961 sob o nome de Ibrahin Fanon, foi enterrado na Argélia e depois foi transferido para o cemitério de mártires em Ain Kerma, no leste da Argélia.

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