quinta-feira, 21 de maio de 2015

Andrei Sakharov, físico, comunista e humanista

Dia 21 de maio, é dia de memorarmos um dos grandes pensadores do antigo regime soviético. Físico nuclear, responsável pelo designer do programa de desenvolvimento de armas termonucleares, Sakharov também se destacou internacionalmente como defensor das liberdades civis e das reformas na União Soviética.

Em 1975, Sakharov recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Filho de um professor de física e uma pianista entrou para a Universidade de Moscou em 1938. Formou-se no ano de 1941, quando vivia em Asgabate, que hoje pertence ao Turcomenistão. A mudança de cidade se deu por causa da Grande Guerra Patriótica, como é conhecida na Rússia a Segunda Guerra Mundial.

Após se formar, passou a trabalhar em um laboratório na cidade de Ulyanovsk. Em 1943, casou-se com Klavidia Alekseyevna Vikhireva, com quem teve três filhos. Dois anos depois retorna à Moscou para estudar no Instituto de Física da Academia Soviética de Ciências (FIAN). Em 1947, torna-se Ph.D.

Andrei Sakharov estudou os raios cósmicos e teve atuação de destaque juntamente com Igor Kurchatov no desenvolvimento da primeira bomba de hidrogênio, feita no mundo e desenvolvida na União Soviética e que teve seus primeiros ensaios no ano de 1953. Esse feito o colocou na Academia das Ciências da União Soviética. Entretanto, Sakharov não demorou em militar entre os defensores da limitação dos armamentos nucleares.

Propôs a ideia de gravidade induzida como teoria alternativa à da gravitação quântica. Em 1965, passou a atuar na defesa da desestalinização efetiva do país e do partido. Escreveu “A Liberdade Intelectual na URSS e a Coexistência Pacífica”, publicada no exterior em 1967 e que lhe rendeu lugar de destaque entre os opositores do regime, que vigorava no país.

Foi apoiador e amigo do escritor Aleksander Solzhenitsyn (1918-2008), mesmo não escondendo seu desacordo com o romantismo místico do escritor. Denunciou os gulags, os internamentos arbitrários e outras violações da Constituição Soviética e dos Direitos Humanos.

Casou-se com Yelena Bonner, ativista dos Direitos Humanos em 1972. Em 1975, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, mas foi impedido de recebê-lo em Oslo, na Suécia. Só passou a ter livre circulação, após a chegada de Mikhail Gorbachev e a implantação da Glasnost e da Perestroika.

Antes disso a opinião pública internacional fez pressão para a liberação do trânsito de Sakharov, que chegou a fazer greve de fome no intuito de conseguir tal liberação, mas ela não aconteceu.

Obteve a investidura da Academia das Ciências e foi candidato ao Congresso, conseguindo se tornar deputado, após um processo eleitoral complicado, onde enfrentou uma forte obstrução processual. Faleceu em 14 de Dezembro de 1989, vítima de um enfarte no miocárdio. Esta sepultado no Cemitério Vostryakovskoe, em Moscou.  

Em sua homenagem, a União Europeia instituiu em 1988, o Prêmio Sakharov, entregue para pessoas que se destacam na luta pela defesa dos Direitos Humanos e a liberdade de expressão. 

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