sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Contradições conservadoras

A aproximação das eleições e o consequente acirramento dos debates políticos, mostra o inconformismo dos conservadores perante as mudanças políticas e sociais que não apenas o Brasil, mas a América Latina vem passando desde os anos 90. Não sei se por desinformação, ou caradurismo mesmo é comum ouvirmos e ou lermos opiniões rasas sobre o cenário político e econômico do continente.

Para atacar esses avanços, o principal alvo é o Foro de São Paulo, entidade que congrega partidos políticos de esquerda ou de centro esquerda da América Latina e que hoje governa diversos países do continente. Seus críticos vivem a propagar uma pseudo tentativa de implantação de uma “ditadura continental comunista”, o que não procede de forma alguma.

Na tentativa de justificar os fracassos políticos e econômicos do grupo, os críticos citam a situação de países como a Venezuela e a Argentina, que estão já algum tempo, uma séria crise social e econômica. Entretanto, tal argumentação é fraca, pois para derruba-la, basta analisarmos os números de outros países governados pelos partidos que compõem tal campo.

Em 2013, o país que obteve o maior crescimento econômico no continente foi a Bolívia, governada desde 2005, por Evo Morales, um dos principais nomes do chamado “bolivarianismo”, rótulo dado há alguns dos governos progressistas latino americanos. O Chile, governado há anos pelo Partido Socialista (PS),  com um rápido intervalo, durante o governo Piñera, também vem conquistando importantes avanços sociais e econômicos, inclusive alguns foram enaltecidos por muitos conservadores.

Além dos países já citados, podemos lembrar também os avanços do Uruguai, principalmente os sociais iniciados antes de Mujica no governo de Tabaré Vázquez, no qual Mujica foi ministro da agricultura e ampliados de forma radical no governo do ex guerrilheiro Tupamaro.

Para encerrar, cito aqui alguns avanços importantes obtidos no Brasil nos últimos 12 anos, como a queda drástica na miséria, 22 milhões de pessoas saíram da chamada “linha da pobreza” e passaram a ganhar mais do que os míseros US$ 2,00/dia per capta. A fome também foi outro dragão controlado nesse período. Ainda existem problemas para serem superados, como o analfabetismo, entretanto, os avanços são visíveis e não podem ser negados e ou negligenciados, como querem esses conservadores.

Esses importantes avanços no continente explicam, porém não justificam o desespero conservador, que vemos hoje. Principalmente por que salvo o caso cubano e isso é importante ser esclarecido, não há nenhum país latino americano governado por membros do Foro de São Paulo, que seja uma ditadura, ao contrário, são todos democracias consolidadas, o que afasta de vez qualquer “ameaça ditatorial”, como muitos querem fazer acreditar.

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