quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Carta Aberta a Hugo Chávez


Dando continuidade a série mensal "Carta Aberta", as primeiras edições estão (Aqui e Aqui ), a edição de fevereiro é endereçada à Hugo Chávez, presidente da Venezuela há 10 anos seguidos, descontando ai os poucos dias que ficou afastado pelo golpe militar frustrado de 2002.

Caro líder do chamado "socialismo do Século XXI", já se vai uma década de governo seu na Venezuela e é inegável que neste tempo, houve avanços sociais, neste que sempre foi um dos países mais pobres das Américas, mas também é preciso fazer de forma constante uma auto avaliação do chavismo, não apenas na terra do grande líder latino americano Símon Bolívar, mas em toda a grande Pátria América.
A política fortemente nacionalista e apontada como socialista, apontou novos rumos para o continente e influenciou de forma decisiva na eleição de nomes como Evo Morales na Bolívia, ou Rafael Correa, no Equador, que buscaram também com medidas nacionalistas, valorizar a população desses países e reverter os lucros gerados pelos recursos naturais deles para o próprio povo e não para estrangeiros. Entretanto, tanto nesta década de Chavismo, como nos governos de Correa e Morales, muitos erros foram cometidos.
É inegável que episódios como o caso da RCTV, na Venezuela, ficou estranho sim. Afinal não se esclareceu se o fechamento dela ocorreu por causa de seu posicionamento político, ou se foi fechada por descumprir contratos. Essa ainda é uma dívida do governo venezuelano, para com sua população. Da mesma forma que seus aliados, também cometeram erros com relação ao cumprimento de contratos. No Equador, Correa, em uma atitude estranha tentou expulsar uma empresa brasileira, que construía uma obra de infra-estrutura importante para o país, sem que a mesma fosse concluída.
De seus aliados, apenas Morales se saiu bem na questão envolvendo a Petrobras e as reservas de gás e petróleo naquele país, que após muita conversa, chegou a um denominador comum e com benefícios para ambas as partes. Com relação as medidas democráticas tomadas por você e os governos que seguem a mesma linha, elas também tem algumas falhas graves. Entre eles estão a implantação dos plebiscitos, que possibilitam à população escolher a continuidade dos mandatos, afinal da mesma forma que permite a retirada dos mandatários, poderá perpetuá-los no poder, atacando gravemente o princípio democrático de renovação dos mandatários.
É preciso que os senhor e seus aliados passem a priorizar políticas que combatam de forma séria as mazelas que a séculos assolam estes países e a América Latina, garantindo claro que os princípios básicos da democracia permaneçam e se consolidem.

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