domingo, 7 de fevereiro de 2010

A valorização da educação pública


Não é de hoje que a sociedade brasileira debate a importância de sérios investimentos em educação pública e nos últimos anos após muitas falas e pouca ação, os governos estão ainda que de maneira tímida buscando alternativas para mudar essa realidade. Programas como o ProUni, que facilitou o acesso dos jovens mais carentes as universidades e a ampliação do número de vagas nos ensinos superior e técnico, por parte do governo federal, vem aumentando o nível de nossa educação.

Mas isso, ainda é insuficiente, até por que não combate o foco principal do problema, que é a qualidade do ensino fundamental público. E este problema acaba sendo mascarado por medidas como as políticas de inclusão como as cotas para negros ou para alunos ques estudaram na rede pública. Esses meios tem alguns benefícios, mas carregam também muita polêmica, que aliás são amplamente explorada por seus opositores.

Claro que os jovens que sempre estudaram na rede particular, são os primeiros a criticar essas medidas, afinal para eles seria injusto "privilegiar" uma parte da sociedade. Mas tal leitura é errada, uma vez que as vantagens obtidas por eles, é superior a dos beneficiados pelas cotas. O grande problema esta na contradição deste grupo, que sempre defenderam o setor privado em relação ao público, mas na hora do ensino superior, como as universidades são superiores as particulares eles esquecem seus discursos e migram para o ensino público.

É preciso mudar essa lógica. Ensino público tem que ser para atender a quem não tem dinheiro para estudar na rede privada, independente do nível. Muitos dirão que os alunos da rede pública, não terão como acompanhar o rítimo das universidades públicas, o que aliás também é errado. Para justificar este argumento, lembro aqui grandes nomes brasileiros como o sociólogo Florestan Fernandes, que sempre estudou na rede pública e se tornou nosso maior sociólogo.

Cito aqui também nomes como Milton Santos, formado em direito e grande nome de nossa Geografia, ou ainda o pedagogo Paulo Freire, que dispensa apresentação e o médico Josué de Castro, nome reconhecido internacionalmente como um dos maiores nomes do mundo no combate a fome e a desnutrição.

Muitos dirão que a realidade do ensino na época deles era diferente e que hoje o ensino público foi sucateado. Isso é verdade e não há como questionar tal fato, entretanto, é preciso lembrar, que o decaso dos governos foi amplamente incentivado pelos opositores destes grandes brasileiros, principalmente os governos militares, que preferiram aplicar o acordo MEC-USAID, para atrelar nossa educação a dos estadunidenses, ao invés de incentivar a pedagogia do oprimido, criada por Paulo Freire e que libertaria nosso pais do analfabetismo, assim como aconteceu em Cuba.

O estranho desta história é que as pessoas que apoiaram os governos que desmontaram nossa educação, hoje colocam seus filhos nas escolas particulares pois as públicas são ruins, mas não abrem maõ de mudar, quando seus rebentos chegam no ensino superior, inclusive chiando contra mediadas que democratizam o acesso ao ensino superior.

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