quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O monopólio da crítica

Já faz algum tempo que uma boa parcela da população brasileira, vem demonstrando um comportamento estranho, como se fosse uma síndrome. Refiro-me ao comportamento demonstrado por essa parte da sociedade, em relação às críticas. Eles demonstram ter a síndrome do monopólio da crítica, arvorando somente a membros desse seleto grupo o direito de criticar os outros.

Vivem a apontar o dedo para os erros dos outros, mas não aceitam quando apontam seus erros e ou exageros. Quando isso acontece, esses senhores ficam a taxar seus críticos de censores e intolerantes, quando na realidade os intolerantes são eles. Vivem a adotar um discurso, que não se sustenta em suas práticas, exploram os erros de seus adversários, mas se omitem em relação aos erros de seus aliados, ainda que tais aliados sejam apenas momentâneos.

Nesse grupo, podemos ver claramente a grande mídia brasileira, que vive a denunciar as mazelas da classe política, mas fazem isso apenas contra um determinado grupo, ignorando os erros dos grupos que apoiam a mídia hegemônica. Vive na prática, a famosa máxima: “Aos amigos tudo, aos inimigos, a lei”.

Ao fazerem isso, demonstram apenas que vivem somente de discurso, fazendo de tudo para mantê-los, ainda que os mesmos não tenham sustentação e quando alguém aparece para mostrar que o rei está nu, ficam a tentar desqualificar seus críticos e ainda se apoiam em uma visão distorcida da liberdade de expressão, para justificarem suas contradições e seu comportamento equivocado.

É necessário que essa parte da sociedade entenda que o direito a crítica, não pode ser objeto de monopólio, isso é da democracia, assim como a liberdade de expressão também é. Querem utilizar o legítimo direito de liberdade de expressão? Façam bom uso dele, mas para isso é necessário entender que o mesmo é uma via de mão dupla e como já diz a cultura popular, vento que venta lá, venta cá. 

Querem expor suas visões conservadoras e reacionárias? Exponham, mas aceitem a taxação das mesmas como conservadoras e reacionárias, sem recorrer ao discurso vazio, ainda que muito em moda de taxar alguém ou algum discurso como politicamente correto. Se querem falar o que pensam, falem, mas garantam aos outros o mesmo direito, esse comportamento é fundamental para o bom funcionamento da democracia.

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