terça-feira, 24 de setembro de 2013

Dois pesos e duas medidas


Esta semana tivemos a divulgação do resultado das eleições na Alemanha e como já era esperado Angela Merkel, conquistou mais um mandato de quatro anos. Com isso a alemã que vem se mostrando como a nova Dama de Ferro do velho mundo, chegará a 12 anos consecutivos como Primeira Ministra.

Confesso que para mim, é estranho ver a reação de muitos brasileiros em relação a esse fato. Muitos justificam a reeleição de Merkel com clichês como “Em time que está ganhando não se mexe”, ou ainda ressaltando seu “exemplo de liderança”. Apesar de discordar do posicionamento político de Merkel, não utilizarei esse espaço para fomentar um debate sobre essa questão. Meu foco aqui é outro.

Lembro que aqui na América do Sul, vários presidentes conseguiram se manter no poder por períodos iguais e ou parecidos e muitos dos que hoje louvam Merkel pelo feito atingido essa semana, criticavam os presidentes latino americanos que ficaram tanto tempo no poder.

Estes eram taxados de “ditadores”, como foi o caso do venezuelano Hugo Chávez (1954-2013), que se não tivesse falecido de câncer em março deste ano, estaria governando a Venezuela pelo terceiro mandato seguido. Outro que quase sofreu esse tipo de crítica foi o ex-presidente Lula, quando se levantou a possibilidade de mudar a legislação para se garantir o direito a disputar um terceiro mandato.

Esse comportamento mostra algumas coisas importantes. Primeiro por que derruba máscaras deixando o conservadorismo a mostra de todos e segundo que esses conservadores não se envergonham de apontar que a história dos dois pesos duas medidas é válida sim. Afinal para conservadores como Angela Merkel, ou Jacques Chirac, três mandatos são possíveis e válidos sim, para progressistas como Chávez e Lula, não.

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