quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Eu queria entender isso


Desde os tempos de faculdade, aprendi que não existe esse papo de imprensa imparcial. A imprensa, assim como tudo na sociedade tem lado e a imprensa hegemônica vive dando mostras de que lado que ela está. Não acredito nesse papinho de Partido da Imprensa Golpista (PIG), mas é evidente que a grande mídia está do lado oposto ao governo federal. 


Basta uma rápida análise nas publicações dos principais veículos para perceber o que escrevo aqui. Os principais veículos permeiam suas edições de notícias e comentários críticos ao governo, sem deixar escapar um detalhe se quer, mesmo que seja algo no fundo insignificante, mas não atua da mesma forma quando as notícias apontam erros de outros grupos políticos.


Lembro que nos casos do Mensalão, ou de outros escândalos envolvendo o atual governo, chegou a ser corriqueiro, ver manchetes, capas e outros destaques envolvendo essas questões, que precisavam sim ser debatidas e noticiadas, mas que foram a exaustão de tão exploradas pela mídia.


Até programas de entrevistas, comandado por "formadores de opinião*", criaram "atrações diferenciadas" para debater essas questões. Cito aqui o exemplo claro do Programa do Jô, que passou a exibir "As meninas do Jô**", que debateram muitos temas polêmicos envolvendo os escândalos políticos desde o mensalão e que a última edição discutiu as manifestações de julho, o Programa Mais Médicos, o caso de espionagem dos EUA, nos telefones e na internet no Brasil e teve até o próprio Jô tentando alimentar um debate inócuo sobre a questão presidente ou presidenta.


Pois bem, o tempo passou e se descobriu um novo escândalo, a bola da vez é a história do cartel formado pelas empresas Alston e Siemens nas obras do Metrô paulistano, iniciadas no governo de Mário Covas e segundo a Simens o cartel se estendeu até o início do governo Serra, quando inclusive aconteceu um acidente onde seria uma das estações, perto do prédio da sede do Grupo Abril. Ainda segundo a Simens, outras empresas também estão envolvidas na história do cartel.


Agora, o comportamento da imprensa hegemônica, mudou em relação aos escândalos anteriores, salvo alguns veículos - Estadão e Folha - o primeiro denunciou e vem "suitando***" a questão e o segundo surfa na onda do primeiro "suitando" o caso, assim como os veículos das Organizações Globo também o fazem agora. Entretanto o comportamento global nesse caso ainda acontece de forma tímida. 


Estou no aguardo por coberturas e ou opiniões sobre o ocorrido, de figuras como Arnaldo Jabor, Ricardo Noblat, Alexandre Garcia, Jô Soares e suas "meninas" e até do Reinaldo Azevedo e do Diogo Mainard, até por que a Revista Veja, editada pelo Reinaldo e que abrigou por muito tempo a coluna do Mainard, ainda não se manifestou sobre o caso do Cartel do Metrô.


O comportamento da grande imprensa brasileira, me leva a crer que não há imparcialidade no jornalismo e o que realmente falta a maioria dos veículos, "formadores de opinião" jornalistas é vergonha na cara e coragem para assumir seus posicionamentos no cenário político atual.


* Coloquei o termo formadores de opinião entre aspas por não gostar do mesmo, não acho que seja função do jornalista ou de quem trabalhe com comunicação ser formador da opinião de ninguém, essa formação deve ser feita pelo próprio cidadão e não por terceiros.


** Não tenho nada contra as jornalistas que compõem as meninas do Jô, apenas coloquei entre aspas o termo por entender que todas elas já passaram do tempo de receberem essa denominação a tempos, tendo em vista que todas já são senhoras e até por isso tem larga experiência nas funções que exercem.


***Suitar: Termo utilizado no jornalismo para definir o acompanhamento dos fatos após noticiar o ocorrido.

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