O mês ainda está somente começando e já se apresenta uma ótima pauta para a sessão mensal das Cartas Abertas, deste observador. Refiro-me ao comportamento do Partido Popular Socialista (PPS), em relação aos episódios denuciados pela mídia e que envolvem o contraventor Carlinhos Cachoeira, investigado por ser o poderoso chefão de um esquema de exploração de jogo ilegal e quem tem forte autação no Centro-Oeste do nosso país.
Desde os primeiros casos de corrupção envolvendo o senhor Carlos Cachoeira com políticos, que o PPS, vem adotando um discurso ético e moralista de combate a corrupção, se mostrando inclusive com o slogan "PPS, um partido limpo". Pois bem, ao que parece o partido presidido pelo ex comunista Roberto Freire e que tem pessoas pelas quais ainda tenho admiração, como Sonhinha Francini, a quem admiro como jornalista e Luis Eduardo Soares, que admiro como sociólogo e militante das causas sociais e dos direitos humanos, quase me convenceu de que era isso tudo o que dizia.
Descobriu-se agora que o senhor Cachoeira é amigo de longa data do ator e deputado federal pelo PPS-RJ, Stepan Nercessian e que o mesmo obteve um empréstimo junto ao contraventor para adquirir um apartamento, além de ter comprado para o mesmo, um camarote de R$ 19 mil, no sambódromo do Rio, para que Carlos Cachoeira assistisse ao maior show da terra. Após essa importante revelação, as únicas movimentações vistas foram do ator se desculpando, tentanto defender o indefesável e se licenciando do PPS.
Entretanto, nada foi visto de ação por parte do partido. Ninguém pediu a expulsão do parlamentar, ou ao menos o convite para que ele se retirasse da legenda, assim como já fez o Democratas com relação ao senador Demóstenes Torres. Não que o Democratas seja exemplo pra ninguém, mas toda regra tem sua excessão. O PPS, até agora continua mudo, ou fingindo que não está acontecendo nada, que o partido não tem relação alguma com o que está ocorrendo.
Fica aqui a pergunta: Onde está o partido "limpo" de tempos atrás, será que tal limpeza foi descartada, assim como o presidente da sigla fez com o seu fervoroso comunismo de anos passados? Será que toda aquela falação era apenas para se jogar para a torcida e assim tentar ganhar musculatura, fazendo com que o partido ganhesse espaço e tamanho no cenário nacional?
Essas são algumas perguntas que o PPS precisa responder aos seus militantes, seus eleitores e principalmente a toda a sociedade brasileira, enquanto os políticos continuarem a manter o velho hábito de sentar no rabo para falar mal do rabo dos outros, nosso país continuará sendo cenários para outros casos de corrupção, que já não assustarão mais os brasileiros, pois a sociedade já terá incorporado tais práticas ao seu dia-a-dia.
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