quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Descalabro esportivo

Os Jogos Pan Americanos começaram e o Brasil vem mostrando um ótimo desempenho. Em 4 dias foram 30 medalhas, sendo 10 de ouro, nove de prata e 11 de bronze. Mas até agora o que mais chamou a atenção, quando o assutno foi medalha brasileira, se refere ao nadador Leo de Deus que ganhou e deposi perdeu, recuperando em seguida a sua medalha dourada na prova dos 200 metros, estilo borboleta.
E por incrível que pareça, a polêmica se deu por questões referentes ao patrocinador do atleta. Segundo a organização dos Jogos Pan Americanos, o espaço ocupado pelo patrocinador na touca do nadador era superior aos míseros 6 cm₂.  No seu equipamento, o tamanho da marca do fabricante deve cobrir até 10% da superfície, com o máximo de 60cm². Os uniformes formais ou informais só podem exibir a marca de um fabricante por peça e deve ter no máximo 20cm².
O que convenhamos é insuficiente para que qualquer patrocinador exponha sua marca, o que acaba por afugentar investidores no esporte. 
Tal comportamento é tão absurdo que pode em um caso extremo, por em risco a realização do mesmo, uma vez que sem investidores, não é possível financiar a participação dos competidores. O caso, aponta alguns fatos importantes que precisam ser expostos e debatidos, para se evitar que, fatos inusitados como esse se repitam. O primeiro é o fato de que se é proibido, tal prática, a organização deveria ter impedido o atleta de competir, mas isso não aconteceu. Como ele competiu e ganhou a prova, é justo que o mesmo seja declarado campeão e fique com a medalha que lhe cabe, no caso o ouro.
Alguns críticos dirão, como já fizeram, que a organização colocou avisos sobre a questão e por isso, tal punição seria cabível. Entretanto, ao meu ver tal argumento é fraco demais, uma vez que os mesmos são em inglês e espanhol apenas, quando deveriam ser nos idiomas falados em todo o continente. 
 Cartaz avisando proibição - Gustavo Rotisten/Globoesporte.com

Outro fato que derruba tal alegação é que vários atletas foram fotografados, com equipamentos tidos como irregulares, nas instalações do Pan e não houve o mesmo comportamento, ao menos isso não foi divulgado. Portanto, não há como manter este posicionamento.

Atletas circulam pela Vila Pan Americana com propaganda irregular - Gustavo Rotisten/Globoesporte.com

Segundo fator que torna o fato inusitado em um descalabro esportivo. Cada vez mais, os atletas de alto nível, precisam de seus patrocinadores para manter seus treinamentos e as participações nas principais competições. Assim sendo, é lógico que as logomarcas dos mesmos, sejam exibidas pelos atletas e de maneira visível, principalmente durante as provas, que foi o que realmente aconteceu.
É lamentável que a organização do maior evento esportivo do continente e tido por muitos como o segundo do mundo, se preocupe com muidezas como essa, quando deveriam priorizar outras questões como a falta de água, denunciada por um atleta brasileiro via rede social e/ou então as condições das áreas de competição, uma vez que uma medalhista brasileira, após a competição disparou uma serie de críticas ao local onde competiu e deixou claro que essas deficiencias, mesmo sendo sérias, não interferiram no resultado da competição.



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