terça-feira, 9 de agosto de 2011

Colocando os pingos nos is.

Nos últimos dias, com a saída de Nélson Jobim e a nomeação de Celso Amorim,  para a pasta da defesa, a sociedade brasileira se vê diante de um debate requentado e distorcido. Amorim, foi chanceler nos governos Itamar Franco e Lula e ao que parece, até os dias atuais foi incompreendido em um dos pontos mais polêmicos, que enfrentou quando esteve a frente do Ministério de Relações Exteriores: "A  questão da energia nuclear".
O posicionamento de Amorim e do então  presidente Lula, sempre foi claro e por incrível que pareça, de fácil compreensão. Ambos defenderam, que todo país  tem o direito de desenvolver tecnologia para produzir energia nuclear, porém, tal ideia, sempre foi vista de maneira  deturpada por muitos  brasileiros, por motivos não esclarecidos. A justificativa mais corriqueira foi o fato de que países como o Irã, que há anos vive sob  uma forte ditadura  civil-religiosa e tem avanços na questão nuclear, poderia a qualquer momento desenvolver bombas atômicas, o que colocaria em risco muitos aliados dos EUA.
Sim, a  preocupação é latente, mas não  pode servir de cortina de fumaça para  impedir que o Irã siga com seu programa nuclear. Nada garante e nem garantirá, que um dia eles produzirão bombas atômicas, assim como nada garante que países mais "confiáveis", como  França e EUA, por exemplo, não produzirão  tais artefatos. É preciso que a  humanidade "desmilitarize" a energia atômica e passe a encará-la  como uma  alternativa as outras  fontes energéticas, portanto, algo que deve sim ser buscado por qualquer país, independente de regimes  vigentes e ou questões ideológicas.
Por isso, embarcar no discurso vazio de que apoiar tal tese é cortejar ditadores sanguinários é algo inconcebível,  até  por que não é preciso ser necessariamente  um ditador sanguinário para  provocar guerras intermináveis e a  história  nos apresenta alguns exemplos que podem muito bem ilustrar  tal pensamento. Assim sendo fica dificil fazer coro  com os que combatem o atual ministro da defesa, nesta questão.  

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