quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Renovando os sonhos



Na última quinta-feira, dia 9, estive presente em um ato de apoio ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na serra de Macaé. Representantes de diversos movimentos e entidades estiveram no local para manifestar solidariedade ao movimento que, ocupou uma fazenda considerada improdutiva e na qual o governo federal tem o interesse de desapropriar, para fins de reforma agrária.
O problema enfrentado pelos companheiros do MST é que para se chegar ao local do assentamento, é necessário transitar por uma estrada municipal, que foi incorporada a outra fazenda vizinha a área e que por isso, o fazendeiro não permitia o transito de pessoas no local, alegando que era uma propriedade privada. Chegamos ao local pela manhã e depois de muita manifestação e alguma conversa com o fazendeiro, chegamos a um acordo, poderíamos utilizar a estrada municipal, para acessar o assentamento e a prefeitura iria abrir uma outra parte da estrada para sanar tal questão.
Com o acordo, conquistado após a manifestação pacífica, partimos para o local do assentamento, andando a pé, por cerca de pouco mais de uma hora, até alcançarmos a área. Finalmente tive a oportunidade de conhecer de perto um acampamento do MST. Lá pude ver que ao contrário do que a grande mídia vive apontando, estão trabalhadores que querem apenas um pedaço de terra param morar e trabalhar, de forma sossegada.

No local já haviam algumas dezenas de barracas e muitos trabalhadores, organizando ainda a implantação do tal acampamento. Tive a oportunidade de conversar e conviver com eles durante a tarde e vi que lutas como essa, servem de estímulos para prosseguirmos em nossa caminhada, buscando um outro mundo possível, uma sociedade mais justa e fraterna. Pude ver também como o status quo atual é injusto, afinal estive em uma fazenda com uma área enorme, onde não vi casas, apenas a sede da fazenda, também não vi plantações e ou árvores frutíferas, para alimentar o povo. A única produção que presenciei, foram centenas de cabeças de gado pastando ao longe.
É inaceitável que em uma época onde os diversos avanços tecnológicos garantam uma produção cada vez maior de alimentos , em áreas menores, ainda podemos presenciar produtores rurais atuando com métodos do início do século passado. Força ao companheiros do MST, sua luta renova minhas esperanças na caminhada por uma outra sociedade.

Um comentário:

  1. Que mocinha inocente aquela lá do "Bloco de Notas", lendo na cartilha da "VEJA"! E se diz jornalista. Deixei lá, para ela, um comentário. E vi o seu. Parabéns por sua posição.
    Eliane F.C.Lima (http://literaturaemvida2.blogspot.com)

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