quinta-feira, 10 de julho de 2014

Criatividade: artigo em extinção



Ao menos no Brasil, tão famoso por sua criatividade, seja no dia a dia, na música, na propaganda, no jeito de ser e no futebol alegre que tanto marcou nosso povo e nossa história. Pelo o que vimos nos últimos dias, o país vive uma séria crise de falta de criatividade.

Não sei se podemos classificar de apagão ou caos criativo, mas vivemos esse sério problema é precisamos nos reinventar para sanar essa questão. Não é de hoje que nossa seleção não tinha um futebol criativo e o resultado no Mineirão, diante da Alemanha mostrou isso, mas agora parece que essa falta de originalidade se espalhou pelo país como se fosse uma epidemia.

Dois dias após a eliminação brasileira na Copa, começaram a espalhar histórias que denunciam uma suposta armação para que o Brasil não ganhasse a Copa, para ter benefícios futuros. Lá vamos nós.

Voltemos no tempo, mais precisamente o dia 14 de julho de 1998, em Paris o Brasil decidia sua segunda copa consecutiva e defendia o título diante dos donos da casa. Após uma historia estranha envolvendo o quadro de saúde do Ronaldo Fenômeno, o Brasil jogou muito mal aquela partida e Zidane decidiu para os franceses, 3 a 0. França campeã e jogando muita bola.

Começava alia “Era de Ouro” do futebol francês, que se estenderia até a Eurocopa de 2000, quando eles foram campeões também. Aos brasileiros restava aceitar a derrota, ver o que deu de errado e retomar o caminho de glórias, que inclusive quatro anos depois nos levou ao penta na "Japéia". 

Mas os brasileiros, aficionados por histórias conspiratórias, levantaram a hipótese absurda que o Brasil vendera aquela Copa, para ganhar o direito de sediar a Copa de 2010. Era preciso arrumar uma justificativa para o vice-campeonato, ainda que fosse uma teoria estúpida como essa.

Diziam que Leonardo e Edmundo teriam declarado que o povo brasileiro sentiria nojo da Copa, se soubessem a verdade sobre o que aconteceu em Paris. O tempo passou e o Brasil não sediou a Copa de 2010, que foi na África do Sul. Mas sediamos a de 2014 e com isso passou a ser senso comum que o Brasil tinha a obrigação de ser campeão.

O Brasil jogou feio, mas vinha fazendo o dever de casa para chegar a final no Maracanã e assim, ser campeão em casa. Mas no meio do caminho tinha a Alemanha, que atropelou o Brasil de maneira implacável, 7 x 1 e o Brasil caia na semifinal. Novamente era necessário buscar justificativas para a vergonha – a maior da história da seleção -.

Foi ai que começaram a divulgar mensagens com declarações de Thiago Silva e de alguns outros jogadores da seleção dizendo que o povo brasileiro sentiria nojo da Copa, se soubesse o que aconteceu em Belo Horizonte. Pronto, era o Brasil mais uma vez vendendo a Copa para ter “ganhos futuros” – que seria sediar a Copa de 2022, que por enquanto, será no Catar –. Ou seja, repetem a mesma ladainha de 98, para tentar explicar o inexplicável.

Só mudam os personagens, mas não se dão ao trabalho nem de inventar outra história da carochinha. Isso comprova que o apagão criativo no Brasil não se limita a seleção e a CBF, mas ao que parece atinge em cheio a muitos brasileiros. Lamentável.

P.S.: A Copa do Mundo de 2022 corre o risco de não ser no Catar, por problemas de clima, denúncias de corrupção e utilização de mão de obra escrava, nas obras da Copa, mas por enquanto a FIFA mantém a Copa no Oriente Médio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário