domingo, 7 de abril de 2013

Contradição pequeno burguesa

Recentemente tivemos aprovoda a nova legislação que versa sobre o trabalho doméstico e que garante uma série de avanços para essa importante categoria. Essa é uma lei que não me afeta de forma direta, uma vez que não possuo profissionais dessa categoria, mas vejo com bons olhos todos avanços, alcançados por qualquer profissão, quando o assunto é o aumento de garantias e a valorização da mesma.

Por isso, acredito que a nova legislação foi válida e fortalece sim essa categoria. Garantir que os trabalhadores tenham oito horas de jornada de trabalho, é uma bandeira tão antiga, que lutas sindicais datadas, de séculos passados já levantavam tal bandeira. Essa era uma das reivindicações das operárias que foram duramente reprimidas nos Estados Unidos e que tal repressão resultou na morte de algumas delas, transformando assim, o 1º de maio em quase todo mundo, como o dia do trabalhador - uma das poucas exceções são os Estados Unidos.

Assim sendo, como os empregados domésticos são sim trabalhadores, é assim que os mesmos devem ser tratados e por tanto devem ter a mesma jornada de trabalho, que qualquer outro trabalhador. O horário execedido deve sim ser encarado e remunerado como sendo hora extra. Não vejo outra forma de se tratar essa questão.

É estranho ao meu ver, que a conquista de tais direitos por essa categoria, causem tanta revolta na classe média brasileira. Falta-lhe a importante prática de se colocar no lugar do outro. Façamos um pequeno exercício de imaginação: você trabalhador ou trabalhadora, tem um horário à cumprir e quando exerce sua função fora do horário, cobra pelas horas extras e em alguns casos, outros benefícios como adicional noturno ou até de periculosidade, assim sendo nada mais lógico, que ao "trocar de papel", você pague o que cobra de seu patrão.

Ao contrário do que andam falando por ai, a garantia desses direitos não provocará uma demissão em massa de empregados domésticos, apenas mostrará que esses empregados ganharam mais reconhecimento, o que é importante até para que eles trabalhem de maneira mais satisfatória, trazendo benefícios à eles e aos patrões.

Chego a pensar que os críticos da mudança, acreditam ainda viver no século XVII, quando a sociedade brasileira vivia dividida em nobres e escravos, onde o segundo grupo era forçado a se sujeitar a qualquer tipo de trabalho para atender ao primeiro, que pouco fazia, pois não acreditava que o trabalho, não dignificava o homem. Pelo visto ainda temos resquícios desse pensamento, mesmo estando no século XXI.

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