segunda-feira, 18 de março de 2013

À César o que é de César e a Deus o que é de Deus

A recente eleição do Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, foi mais um passo articulado pela bancada evangélica, que vem ganhando força nos últimos anos e que caminha para um aparelhamento do Estado, por parte das igrejas neo pentecostais.

Um evangélico como esse senhor na presidência desta comissão abre um cenário preocupante para os movimentos civis, uma vez que suas práticas e discursos apontam para uma sociedade atrasada, em vários aspectos. Temas importantes para a sociedade atualmente serão ignorados, ou simplesmente negligenciados por parlamentares dessa bancada, que na prática, mesmo tendo força através dos votos dos evangélicos, pouco os representa.

Assuntos como a questão do aborto, que precisa ser melhor discutido por toda a sociedade passam pelos debates dessa comissão, que com essa formação, acabará atuando fortemente influenciada por visões religiosas distorcidas, que pouco colaboram com a sociedade. É evidente, que a questão do aborto deve ser levada de forma mais séria pelo governo e pela sociedade e por isso, é necessário ampliar esse debate, o que com essa comissão fica praticamente impossível.

Esse comportamento, mostra por parte dessa bancada um forte ataque ao Estado Laico, que é fundamental para o bom desenvolvimento social, uma vez que o mundo ainda não conheceu nenhuma experiência e teocracia, que tenha tido sucesso. Outros assuntos polêmicos são discutidos em comissões, que já estão na mira da bancada evangélica, onde aliás ela tem uma grande participação, como a de Seguridade Social, de Ciência e Tecnologia e Constituição e Justiça.

Caso a bancada evangélica controle essas comissões, a sociedade brasileira passará por um grande retrocesso e veremos casos absurdos como a ideia patética de tentativas da chamada "cura gay", atacada recentemente pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), pelo simples motivo de que só existe cura para doenças e como a questão da sexualidade não pode ser classificada dessa forma ela, não pode ter cura.

É preciso que toda a sociedade fique alerta para evitar que casos como esse se repitam e que o Estado laico seja garantido para o bem da sociedade.

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