sábado, 12 de janeiro de 2013

Carta Aberta à Danilo Gentili


Chegamos a Carta Aberta de janeiro e nesse mês ela é endereçada ao humorista Danilo Gentili. Não é de hoje, que suas declarações disfarçadas de humor, demonstram preconceito, ignorância e acaba, gerando polêmica. Tempos atrás o alvo do apresentador foi a comunidade judaíca do bairro de Higienópolis, em São Paulo. Agora foi a vez dos homossexuais, serem atingidos pela "brincadeira" do apresentador.

A "piada" foi motivada pelo fato de o Grupo Gay da Bahia, ter divulgado um estudo que aponta a quantidade assustadora de homicídios sofridos por homossexuais. Em 2012, a cada 26 horas, um homossexual foi morto, no Brasil. Um número preocupante em todos os sentidos e que deve ser tratado com o devido respeito que lhe envolve.

Em resposta, Gentili divulgou que o número de heteros mortos no mesmo período é muito maior, o que me desculpem, mas também é facilmente explicado. Infelizmente para justificar seu argumento ele utilizou um comentário infeliz, alegando ser mais seguro se declarar homossexual do que ser hetero, inclusive fez piada até com sua opção sexual ao afirmar que por segurança aceitaria praticar sexo com outro homem.

Tal comportamento mostra a ignorância do "formador de opinião". É evidente que hoje, o falatório dele não faz sentido, afinal homossexuais são mais oprimidos que heterossexuais, seja pela sociedade, pelos amigos e até pela família. Ninguém tem vergonha, de afirmar que tem filhos "machos", ou filhas mulheres, entretantanto o mesmo não acontece com os familiares de homossexuais.

Por isso, Danilo Gentili errou, outra vez ao tentar fazer uma piada infâme como essa. Alguns dirão que foi apenas mais uma piada, quando na verdade, o que ele fez foi uma atitude lamentável. Piadas e humor, tem limites e ele deveria saber disso, afinal trabalhou com o Rafinha Bastos e lembra o que aconteceu com ele, quando o mesmo fez piadinhas absurdas.

Humor e liberdade de expressão tem limites e precisam deles. Não respeitá-los é afrontar a liberdade, tranformando-a em libertinagem. Não sou moralista, nem policamente correto e não defendo censuras, entretanto, aprendi com outros formadores de opinião a expor minhas ideias sem desrespeitar os outros e acredito que é isso que os comunicadores devem fazer, porém não foi isso que ocorreu nesse caso lamentável.

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