Hoje,
15 de fevereiro, é aniversário de Jonathan Steele, jornalista britânico e autor
de vários livros baseados em suas matérias feitas como correspondente
internacional e que através de sua carreira, vem mostrando que se encaixa perfeitamente na frase que aparece no título deste texto. Tendo estudado na Kings College, em Cambridge e na Universidadede Yale, se destacou no jornalismo com matérias sobre política internacional.
Jonathan
sempre escreveu para o jornal inglês The Guardian, onde até hoje mantém um
blog, onde escreve sobre política. Em 1º de fevereiro de 1990, teve publicada
no The Guardian, sua matéria, McDonald´s em Moscou relatando a abertura da
primeira loja da gigante do fast-food mundial em solo soviético, as vésperas do
ocaso do país comunista.
Anos
mais tarde, em 2008, essa matéria foi publicada no livro O Grande Livro doJornalismo, editado por Jon E. Lewis e publicado no Brasil pela José Olympio
Editora. O livro juntava 55 obras-primas dos melhores escritores e jornalistas
do chamado jornalismo literário.
Sua
obra jornalística tratou ainda de questões referentes a países como o
Afeganistão, o Iraque, entre outros. Steele foi chefe do departamento de
Washington para o Guardian, entre os anos de 1975 e 1979. Nos anos 1979 e 1982,
foi editor do mesmo veículo e depois, atuou como correspondente internacional
entre os anos de 1982 e 1988. Entre 1988 e 1994, foi chefe do escritório do
jornal em Moscou.
Como
correspondente internacional, Steele, cobriu a guerra civil em El Salvador, na
Nicarágua e a invasão norte americana a Granada em 1983. Em 1998, foi para
Kosovo cobrir a crise na região, que vivia uma sangrenta guerra civil, fruto do
desmantelamento da antiga República Socialista da Iugoslávia. Permaneceu por lá
durante três anos e foi testemunha ocular da queda do presidente SlobodanMilosevic, o “Carniceiro dos Balcãs”, em 2000.
Cobriu
ainda vários conflitos no Oriente Médio, após 2001, entre as ações que fez
cobertura, está a invasão do Iraque pelos Estados Unidos e o Reino unido, em
2003. Nos três anos seguintes, viajou com frequência à Bagdá e em 2008 publicou
seu livro, “Derrota: Por que a América e a Grã-Bretanha perdeu o Iraque,
publicado pela IB Tauris, no Reino Unido e pela Contraponto nos Estados Unidos.
Steele
cobriu ainda a crise síria pós 2011, fazendo várias viagens para Damasco e
entre julho e agosto de 2006, cobriu a invasão israelense ao sul do Líbano.
Outro país que foi cenário dos escritos de Steele foi o Afeganistão, onde
esteve pela primeira vez em 1981, ainda durante a ocupação soviética. Ele
cobriu o ataque final dos Talibãs em 1996, que levou o grupo radical islâmico
ao poder e esteve também na cobertura do ocaso do mesmo grupo cinco anos
depois. A partir do que viu nessas coberturas, escreveu o livro “Fantasmas do
Afeganistão: O campo de batalha assombrado” (Portobello Books, Londres 2011 e
Contraponto, São Francisco 2011), onde analisa 30 anos de historia do país.
Steele
foi um dos membros da equipe do Guardian que analisou os documentos do
Wikileaks, sobre o Afeganistão e o Iraque, além dos telegramas do Departamento
de Estado Americano.
Em
2006, foi agraciado com o Prêmio Martha Gellhorn de Jornalismo, prêmio especial
em homenagem as suas contribuições de carreira. Ganhou por duas vezes, 1981 e
1991 o prêmio de repórter do ano, no British Press Awards. Em 1991 ganhou ainda
o Press Club of Londres of the Year Award, por ser o único repórter inglês que
esteve na Crimeia, onde Mikhail Gorbachev fora mantido em cativeiro e por ter
conseguido entrevistar o último presidente soviético, enquanto este fora
mantido em cativeiro, durante o breve golpe de Estado em agosto daquele ano.
Em 1998,
recebeu o prêmio de jornalismo internacional da Anistia Internacional pela
cobertura da limpeza étnica ocorrida no Kosovo, no mesmo ano venceu ainda o
prêmio James Cameron.
Atualmente,
além de manter o blog ligado ao The Guardian, Steele colabora ocasionalmente
com a London Review of Books, colabora ainda com a BBC e desde março do ano
passado, trabalha como chefe de reportagem do site Middle East Eye.
Além dos
livros já citados, aqui Steele escreveu ainda, outros livros como “A Conexão
Sul-Africana: Investimento ocidental em Apartheid (com Ruth First e Christabel
Girney), de 1972; Socialismo de rosto alemão 1977; Superpotências em Colisão: A
Nova Guerra Fria (com Noam Chomsky e John Gitings), 1983; Andropov em Power
(com Eric Abraham); 1983; Poder soviético: a política externa do Kremlin de Brezhnev
para Andropov, 1983; Rússia Eterna: Yeltisin, Gorbachev e a Miragem da
Democracia, 1994.
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