Nascido na cidade de Oxford, na Inglaterra, o historiador Edward Palmer Thompson, completaria 91 anos hoje se ainda fosse vivo. Respeitado até hoje como um dos maiores historiadores marxistas do século XX, durante a Segunda Guerra Mundial, atuou na Itália combatendo o fascismo de Benito Mussolini.
E. P. Thompson, estudou no colégio Corpus Christi,
em Cabridge, nesta mesma época se tornou militante do Partido ComunistaBritânico. Em 1946, ele criou um
grupo de estudos voltado para pesquisas históricas no campo marxista. O grupo
teve entre seus componentes, nomes como ChristopherHill,
Eric Hobsbawm, Rodney Hilton, Dona Torr, entre outros.
Tendo lecionado por muitos anos em diversas
universidades, teve como maior experiência acadêmica na Universidade de Leeds,
onde se dedicou a elaboração de cursos noturnos voltados para a classe
trabalhadora Desta atuação, junto com Raymond
Willians e Richard Hoggart, elabora as raízes teóricas dos
Estudos Culturais, onde reflete sobre a natureza da pedagogia, buscando com
esse pensamento possibilitar a transcendência dos padrões impostos pela elite.
Thompson pretendia estabelecer uma interação mais
flexível entre mestres e aprendizes, subvertendo as metodologias desenvolvidas
nas escolas convencionais. Para ele, o principal meio de aprendizado do aluno é
o potencial que ele tem e destacava a vivência de cada aprendiz como elemento
essencial na elaboração de uma didática melhor.
Foi também nos trabalhadores, que Thompson se
baseou para escrever sua obra mais conhecida, A Formação da Classe Operária
Inglesa, editada em três volumes. Entre os anos de 1965 e 1971, lecionou na
Universidade de Warwich e na década de 70, deu aluas em universidades
estadunidenses como Pittsburg, Rutgers, Brown e Darthmoth College.
A maior parte dos artigos de Thompson trata sobre
as histórias do trabalho e da cultura, sempre no âmbito das questões sociais. O
historiador mantem seu foco na classe trabalhadora, argumentando que a
trajetória dessa caminhada da população não é empreendida apenas no sentido
econômico, mas principalmente na edificação de suas vivências históricas.
Ao olhar para o passado, Thompson busca resgatar
avanços e prejuízos deste segmento, pois apenas desta maneira é possível
visualizar seus confrontos e as mudanças que marcaram suas jornadas. Ele
estudou ainda o neoliberalismo, os estudos culturais que enfocam o olhar
feminista e o marxismo ortodoxo.
No ano de 1956, após as denúncias de NikitaKhrushchev
(1894-1971), o historiador rompe com o Partido Comunista e se opõe
às práticas de Stálin (1879-1953).
Nos anos 80, tem participação ativa na luta pacífica contra a energia nuclear.
Em 1988, leciona no Queen´s University de Kingstone, em Ontário, no Canadá. No
mesmo ano, leciona também na Universidade de Manchester, onde fica até 1989. No
final da década de 90, leciona também na Universidade de Rutgers.
O britânico descreve a consciência de classe e as
experiências manipuladas dentro dos termos culturais, vendo que grande parte
dessa experiência da classe determinou as relações produtivas dentro das quais
os homens nascem e são inseridos a ela de modo involuntário.
Thompson acaba por utilizar também do culturalismo
relacionados as estruturas, ponto no qual divergiu de estruturalista como Lévi-Strauss, Louis
Althusser, demarcando território no que pode ser classificado como
marxismo culturalista.
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