E o
ano se iniciou com uma bomba sobre a classe médica. A mesma categoria que
protagonizou episódios ridículos no ano passado, fazendo politicagem e dizendo
defender a ética e a valorização profissional, que tentou garantir uma ampla
reserva de mercado, ao buscar implantar o bizonho "Ato Médico", que
limitava o trabalho de diversas outras profissões da área da saúde (psicólogos,
enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, entre outros), para garantir mais
trabalhos para eles.
Os
profissionais que em uma ação puramente classista e movida por interesses
financeiros, se opôs ao Programa Mais Médicos - criado pelo Governo Federal
para garantir o acesso a saúde para muitos brasileiros que não tinham como ser
atendidos por profissionais tão vitais -, eles que apresentaram ao Brasil, uma
prática das mais absurdas ao adotarem e ou endossarem discursos de xenofobia
coletiva. Sim o mais médicos trouxe profissionais de vários países, mas o alvo
dos "doutores" eram apenas os médicos cubanos.
Agora
chegamos a 2015 e a imprensa denuncia a existência de uma ampla rede mafiosa
que manipula exames para garantir a realização de cirurgias, muitas vezes
desnecessárias, visando apenas o lucro que teriam com as comissões e propinas,
que orbitam nessas operações. Como afirmou um dos médicos envolvidos: "Não
se discute ética, se discute grana".
Faz
uma semana que o caso ganhou a imprensa nacional que no último domingo, 11
mostrou que estes senhores além de inventarem cirurgias e danificar
equipamentos utilizados - para serem obrigados a comprar mais e assim aumentar
as comissões e propinas -, ainda utilizam material com a validade vencida, ou
próxima do vencimento, para garantir que seja feito um novo procedimento
cirúrgico e desta forma suas contas bancárias engordam cada vez mais.
Sem falar no aumento assustador de partos feitos através de cesárias em detrimento dos procedimentos de partos naturais, mais seguros para bebês e gestantes, porém menos lucrativos para os médicos e demais profissionais da área da saúde.
Estes
"profissionais" desonram a classe, ignoram o famoso "Juramento de Hipócrates", que todo médico faz ao se formar e valorizam apenas o
tilintar do vil metal caindo em suas contas.
Infelizmente,
até agora, salvo o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERG)
e o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) - salvo engano - atuaram
para combater essa página infeliz da atuação médica em nosso país. Os demais
órgãos classistas pouco tem se manifestado sobre as denúncias e mantêm o
silêncio em relação as futuras punições, que estes médicos envolvidos devem
receber - ao menos na teoria -.
Por
tudo isso, agora eu me pergunto. Onde estão a indignação, a ética e o amor a
profissão que estes cidadãos diziam defender até bem pouco tempo atrás. Como
nos lembra, a Legião Urbana, na música Quando o sol bater na janela do seu
quarto, "Até bem pouco tempo atrás, poderíamos mudar o mundo, quem roubou
nossa coragem?"
Por
que será que o Conselho Federal de Medicina (CFM), ainda não atuou de maneira
incisiva para buscar punições aos médicos envolvidos? Por que as demais
entidades classistas não se juntam aos conselhos regionais já citados aqui, na
busca pela moralização desta importante categoria? A população ainda aguarda
respostas para essas questões.
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