Após
retomarem os trabalhos, interrompidos com pelo feriado de Tiradentes, a
Comissão de Constituição e Justiça, do Senado (CCJ), aprovou, no último dia 22,
o voto distrital para a eleição de vereadores. A proposta prevê que a mudança
terá caráter experimental e será aplicada inicialmente, apenas nos municípios
com mais de 200 mil eleitores.
Segundo
a proposta, os municípios serão divididos em distritos eleitorais em número
igual ao de cadeiras no legislativo municipal e cada partido poderá inscrever
apenas um candidato por distrito. O projeto altera lei eleitoral e a ideia dos
senadores é que a mudança seja aprovada até outubro deste ano, podendo já ser
adotada nas eleições de 2016.
A
divisão dos municípios em distritos ficaria a cargo do Tribunal Regional
Eleitoral (TRE), tendo como critérios para isso, contiguidade territorial e
igualdade de voto entre todos os eleitores. A lei prevê ainda que a diferença
entre o número de eleitores entre o distrito mais populoso e o menos populoso,
não pode ultrapassar 5% do eleitorado total do município.
Para
o autor do projeto, o senador José Serra (PSDB-SP), o voto distrital é viável,
pois reduz o número de candidatos e os custos das campanhas, além de ampliar a
aproximação entre eleito e eleitores. O senador defende ainda que a eleição
para vereadores é a melhor oportunidade para iniciar esse experimento e servir
de base para a adoção do mesmo nas eleições para deputados estaduais e
federais.
Para
o relator do projeto no Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), o sistema distrital
deve atingir cerca de 90 municípios em todo o país, que são as cidades que já
realizam segundo turno. Como são as cidades, mais populosas do país, o senador
acredita que cerca de 30% dos eleitores brasileiros, sejam atingidos pela
mudança.
Já
o Líder do PT no Senado, senador Humberto Costa (PT-PE), afirma que a alteração
na legislação, torna-se inconstitucional ao violar o princípio da representação
proporcional, presente no artigo 45 da Constituição Federal. Não havendo
recurso, para ser votado no plenário do Senado, o projeto seguirá para a
apreciação e votação na Câmara dos Deputados.
Uma
das críticas à adoção do sistema de voto distrital é que com essa mudança, os
vereadores passarão a atuar como uma espécie de “pequenos prefeitos”, pois
autuariam apenas visando os interesses da população daquela determinada área e
não de todo o município, atrapalhando inclusive a fiscalização do trabalho do
Executivo, que é uma das principais funções do Poder Legislativo.
Para
os defensores da mudança, o voto distrital permite o aumento no controle sobre
os políticos, permitindo que o eleitor faça uma pesquisa mais profunda sobre o
histórico de cada parlamentar, conhecendo a fundo suas propostas. Para o
político, a mudança permite um contato maior com o seu eleitor, garantindo mais
clareza na prestação de contas da atuação política do mesmo.
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